Capítulo 2

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18 Anos depois,estou voltando,finalmente me vi livre daquele lugar,não aguentava mais aquelas freiras me enchendo,meu pai me mandou pra cá assim que eu fiz 1 ano,não sei por que ele fez isso comigo,me privou de tudo na vida,todo ano no natal eu vinha passar com ele,até meus 6 anos ficava na casa dele normal,mas depois que comecei a entender as coisas nossa convivência ficou péssima,então comecei a vim e passar o natal e ano novo na casa da tia Vanda

Ela era uma ótima pessoa,cresci junto de seu filho o Dk,ele é alguns anos mais velho que eu,mas mesmo assim sempre brincávamos juntos,ele é meu único amigo desse lugar,e o único que mantenho contato estando no internato,ele sempre me põe a par de todas as fofocas,dou muita risada do jeito dele,se acha o pegador,dó das meninas que se apegam a ele,Dk é livre leve e solto,acho que sou a única menina que recebe carinho dele,por isso sou meio que odiada pela suas amantes

Com 18 anos ele se tornou braço direito do meu pai,era sempre ele que vinha me buscar no aeroporto,graças a ele,eu pude me diverti um pouco,saber o que é bebida alcoólica ,o que é um baile,estou tanto tempo presa nesse lugar,que com 18 anos só beijei um garoto na minha vida,justamente ele,na época era virada de ano e estávamos completamente bêbados,foi na minha última vinda pra cá,mesmo estando bêbados acho que nós dois queríamos a mesma coisa,nos beijamos mas ficou só nisso,mesmo conhecendo o jeito dele,ele não tentou nada comigo,acho que eu era diferente das putas que ele pegava

Depois de 10 hrs de voo,cheguei no Rio,desembarquei e fui descendo a escada rolante,até ver aquele par de olhos azuis brilhando,segurando uma plaquinha com meu nome,corri até ele e dei um abraço apertado,ficamos alguns segundos se abraçando

-Que saudades princesa-ele disse em meu ouvido-finalmente agora é pra ficar

-É agora você terá que me aturar a sua vida inteira-disse rindo e me soltando do seu abraço

Estava com tantas saudades daqueles olhos,daquele cheiro,eu sei que eramos amigos,mas eu confesso que tinha uma quedinha por ele,mas nada demais aliás eu sabia que ele não era de namorar,ele era um traficante,apesar de não parecer com aquela rosto angelical,mas eu me contentava com seus carinhos,eu sou a única pessoa que Dk já andou de mãos dadas no morro,ele sempre me agarrava no meio do povo,o que fazia Beatriz ter um ódio gigante por mim,mas a culpa não era minha se ele não assumia ela como fiel dele

Em meio a pensamentos Dk me acordou com um estalo de dedos,olhei e estávamos em frente a uma praça de alimentação,estava morrendo de fome mesmo,eu me sentei em um dos banquinhos enquanto ele ia no Mac comprar os lanches

-Coé princesa,como anda a vida?-ele disse enquanto se sentava

-A mesma porcaria de sempre,mas estou tão feliz de finalmente ter deixado aquele lugar não aguentava mais viver presa ali,mas e você?-disse enquanto dava uma boa mordida no meu lanche

-Estou indo,agora como braço direito do seu pai tá ligada,a vida ta só correria

-E como ele está?

-Ele tem tido alguns problemas de saúde,mas nada grave está só na correria sabe coé

-Imagino-disse sem dar muita importância

Acho que nunca vou perdoar meu pai pelo que ele fez,ele podia muito bem ter me criado,mas não preferiu me trancafiar naquele inferno,eu podia estar de volta,mas nossa relação nunca vai mudar


Entre o amor e o crimeOnde histórias criam vida. Descubra agora