Enfim sós.
Sós mesmo e para sempre.
Sóis que refletem nossa aura, negra.
Que a torna sólida, tangível.
Alva. Amável.
Como unir minha aura à sua?
Lembro-me de quando lhe conheci,
Quando estávamos perto de nós mesmos,
Perto demais,
A ponto de fundir-nos.
A cerimônia, só faz mostrar
Como serão nossos dias vindouros,
Monótonos e sem fim
Alegrias e afins,
Sem nenhum agouro.
O grão, de arroz,
Só serve para dizer-nos
Que nada fará sentido
Não foi cozido. Nem comido.
Da união do seu grão
e do meu,
Vieram nossos herdeiros.
Como figurinhas marcadas
Para serem nossos.
Para sempre.
Coma seu grão, de bico,
Menino.
Sem bico.
Coma e serás gigante.
Forte e esbelto.
Coma para se preparar,
Quando a fusão chegar.
Austeridade não lhe cai tão bem,
Maturidade, sempre tem.
Logo a velhice
Nos será companheira.
E neste triângulo amoroso
Viveremos. Enfim.
Sós mesmo e para sempre.
Sem fim.
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Distopia d'alma
RandomContos, Crônicas e reflexões reunidas, onde o objetivo é esmiuçar uma alma sem esteriótipos, ideologias e condutas "comuns", morada do caos, e concomitantemente, apaziguada pelos seus próprios demônios. Mostrar como nós nem sempre somos como queremo...