I'm Not Gay > Livro Um

Prólogo

Mais um dia naquela escola infernal, mais um dia de puro tédio e provas. Minha semana tem sido assim, sem sair com meus amigos, sem beber, SEM FAZER NADA, APENAS ESTUDAR PARA AQUELA MALDITA PROVA! DETESTO FÍSICA!

Levantei da cama em um pulo, estiquei a coluna e fui cambaleando até o banheiro fazer minhas higienes matinais.

Vamos, Lua, você vai rever seus amigos, você vai conversar, zoar, receber cola. Mas por outro lado, teria aquele professor com a calça batendo na barriga e com a careca que dava para ver o meu reflexo, me encarando.

Rolo os olhos. Hoje vai ser um longo dia. Seguro a alça da minha bolsa caminhando lentamente até a cozinha para ter mais um café em família, bleeee!

- Bom dia, minha querida! - Minha mãe abriu um sorriso escancarado, de orelha a orelha. Meus olhos foram logo para aquele pote de geléia indiana que eu A-D-O-R-O.

Me sentei na mesa e peguei uma torrada, retribuindo o bom dia da minha mãe com um sorriso forçado.

- Então, filha. E os namoradinhos? - Meu pai perguntou, soltei uma breve risada olhando meu irmão, Jonathan, me encarar fielmente.

- Virou a tia Julia para perguntar isso agora? - Respondi seca quando terminei de passar a geléia na torrada a levando até a boca.

- Vai dizer que não gosta de garotos? - Jonathan se meteu no meio. Odeio esse garoto.

- Não é da sua conta!

- Não interessa!

- Meninos, parem! - Meus pais berraram juntos. Rolei os olhos e tomei um pouco de suco. Eu estava satisfeita.

- Vamos, Jonathan! Não tenho o dia todo! - Bufei me direcionando até a porta, sendo seguida por Jonathan. Entramos no meu carro, um carro novo, meu pai havia me dado no começo do ano. Coloquei um óculos de sol e joguei meu cabelo ao vento enquanto dirigia. Olhei pelo espelho e Jonathan estava lá, com o celular na mão, jogando seu jogo de merda. Como isso me irrita.

Parei o carro na frente da escola, tirei o óculos e joguei no carro.

- Vaza! - Disse para Jonathan quando ele saiu do carro, o mesmo soltou um sorriso irônico para mim.

- Te odeio! - Ele sussurrou no meu ouvido enquanto passava por mim.

- Eu também! - Soltei um sorriso fazendo ele virar pra trás e lançar o dedo do meio para mim.

Ótimo.

- LUAAAAAAA! - Dei um pulo pra trás focando meu olhar na Jane pulando com o Joseph, Maddie, Maddox, Ruby, Fernando, Brian e o João atrás dela.

A Jane me deu um abraço apertado quase lançando minhas tripas para fora.

- Gente, demorou por que? Tava fazendo programa, né?! Safadinha! - Brian disse fazendo todos rirem.

- Cala a boca, viadinho! - Soltei mandando língua.

- Você não pode falar nada, sapatão! - Maddie me fez olhar para ela, essa mantinha um sorriso no canto dos lábios.

- Você também, 100% hetero!

Essa era minha turma, vamos dizer, LGBT. Maddie, a mais zoeira. Maddox, a que não gostava de encrenca. Brian, o viadinho. Jane, a carente, além de gostosa, claro. Joshep, meu melhor amigo, sempre estava comigo. Ruby, o que falar da Ruby? Era quieta, mas quando o álcool atacava, liberava a boceta até pra garotos. Fernando, o sorridente, só sabe rir. João, o estudioso, sempre passa cola para todos.

E assim eram os meus dias, atraídas em risadas.

- Gente, B-A-B-A-D-O. - Maddox estava com o celular nas mãos e com a boca escancarada. Todos fomos atrás dela, tentando ver alguma coisa.

- Não sabia que ela era! - A voz de Fernando ecoou por todo o grupo.

- Gente, não tô vendo nada! - Ruby completou.

- Expliquem! - Pedi.

- Gente, eu explico! - Joseph levantou as mãos em rendimento fazendo todos o olharem. - A Carolina, ou a putinha, como é mais conhecida. - Ele fazia questão de movimentar as mãos, impressionante. - Mal terminou o namoro e já tá dando para outro.
- Ah, miga! Normal! - João nos olhou. - Deixem a garota ser feliz, se ela quiser dar até para um poste, ela vai dar!

Fernando começou a rir, no mesmo momento começamos também, sua risada, além de bizarra, era contagiante.