Aproximação

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Pov's Chay

Durante esse tempo em que eu estive aqui, com Mel e as crianças, consegui ter várias lembranças dela, a Bia e o pequeno Daniel. E falando nele, o garoto é realmente a minha cara! A Bianca tem um pouco dos dois, mais acho que tem 65% de semelhança com a Mel e os outros 35% ficam comigo. Mas enfim, hoje de manhã eu tive um flash back lindo: O dia em que vi Bianca pela primeira vez. Eu estava no hospital ao lado de Mel enquanto ela trazia a Bia ao mundo, Mel soava e parecia estar exausta e eu a incentivava a continuar e dizia que estava quase lá. Foi quando ouvimos um choro bem baixinho e logo Bianca estava nos braços da doutora, que entregou para Mel e ficávamos a olhando, Mel chorava de emoção e eu também.
Saí dos meus pensamentos quando senti a mão de Mel no meu ombro. Estávamos no enorme jardim da casa.

-Passeando? -Mel perguntou

-Lembrando do flash back que tive hoje cedo. Aquilo não sai da minha cabeça. -Eu disse

-O doutor disse que você está recuperando a memória rápido. Isso é bom. -Mel disse

-Posso te fazer uma pergunta, Mel? -Perguntei

-Claro que pode. -Mel falou

-Você não se importa disso? De eu ter perdido a memória e nem chegarmos perto sequer um do outro? Não se importa? -Eu falei

-Bom, é... -Mel olhou para outro lugar- Tem coisas que a gente suporta por amor. -Mel estava sem jeito. Eu percebia isso

-E você me ama? -Cara, como você é burro de perguntar isso pra sua esposa. -Mel me olhou e riu

-Somos casados. -Mel disse

-É, eu sei.

-E você? -Mel falou baixo

-Ãn?

-Nada, esquece. -Ela se virou para sair, mas eu puxei seu braço a fazendo voltar e fazendo com que ficássemos próximos. Nossos olhares se encontraram e como mágica fiquei completamente hipnotizado. Essa mulher tem um poder sobre mim. Coloquei minha mão em seu pescoço e chegamos mais perto um do outro, meu rosto foi em direção ao dela e Mel colocou sua mão sobre meu pulso, enquanto a minha continuava em seu pescoço. Nossos lábios se tocaram de leve me deixando com mais desejo ainda de a beijar, mas infelizmente fomos pelo celular dela tocando, então nos soltamos. -Desculpa. -Ela disse me olhando e balancei a cabeça negativamente

-Não pede desculpa, afinal, somos casados, né? -Mel riu e concordou com a cabeça

-Licença. -Ela pegou o celular e se afastou. Sentei na grama e fiquei observando ela falar ao celular. Como essa mulher é linda...

(...)

-Lua, eu estava pensando... -Arthur falou sentado na cama

-Pensando no que, amor? -Lua falou sentando em frente à ele, no centro da cama

-As coisas devem estar bem difíceis pra Mel, com essa responsabilidade que ela está tendo com o Chay. A gente podia tentar ajudar. -Arthur falou enquanto Lua fazia carinho em seu rosto

-Sabe o que eu acho?

-Hum.

-Que essa preocupação que você tem sempre com os outros às vezes não ajuda em nada. Vem cá. -Lua encostou na cabeceira da cama e Arthur colocou a cabeça em seu colo, ela passou a acariciar seus cabelos. -Vamos pensar em nós dois agora.

-Pensar no quê? -Arthur perguntou

-Como "no quê"? Não temos tido muito tempo juntos e isso me faz falta. -Lua falou

-Eu também gosto de ficar com você. -Arthur falou e Lua o beijou, era um beijo cheio de paixão

À noite

Pov's Mel

Não sei por quanto tempo fiquei me revirando na cama. Eu não conseguia dormir e o Chay não saía da minha cabeça. Quase nos beijamos duas vezes e nas duas fomos interrompidos. Sinceramente, é um saco não poder me aproximar do meu marido e ter receio da reação dele se fizer isso. Me levantei ainda de camisola e fui beber água.

Pov's Chay

Senti sede no meio da noite. Pra falar a verdade eu não conseguia nem tinha vontade de dormir. Fui pegar água e encontrei a dona dos meus pensamentos 24 horas... Mel.

-Que susto! -Ela falou se virando pra mim- Pensei que todos já estavam dormindo.

-Eu não consigo dormir. -Eu falei

-Eu também. Por que não consegue dormir? -Mel falou

-Porque eu não consigo parar de pensar em você. -Falei chegando perto dela.

Essa cena teria que se concluir dessa vez. Ninguém liga uma hora da madrugada e a essa hora as crianças deveriam estar dormindo. Coloquei uma mecha do seu cabelo atrás da orelha. Mel segurou minha nuca para que o que estava para acontecer se iniciasse logo, então eu a beijei. Assim que o beijou se iniciou eu não queria mais parar. Mordi o lábio dela e o beijo se intensificava. Quando eu já ia parar por falta de ar ela pediu passagem para a língua, e eu, é claro, cedi. Puxei sua cintura fazendo com que nossos corpos colassem. Quando dei por mim a Mel já estava escostada (praticamente sentada) na bancada da cozinha. O beijo teria continuado, se ela não parasse e se afastasse de mim. A olhei confuso e coçando a nuca.

-Mel... -Ela me interrompeu

-Vamos dormir, né? Tá tarde... ou cedo demais. -Ela falou, como se nada tivesse acontecido

-A gente é adulto, não precisamos agir assim. -Falei

-Desculpa, é que eu tenho medo de te beijar, de você não ser mais o mesmo.

-Como assim?

-Você perdeu a memória, Chay, pode ser que tenha mudado. -Ela falou

-Eu continuo te amando. -Mel me olhou com uma expressão supresa- Eu lembro da nossa história, o sentimento não mudou.

-Sério?

-Sério. -Eu disse

-Você acordou do coma há duas semanas, ainda não deve estar bem, acho melhor você ir dormir. -Ela falou não acreditando no que eu disse

-Eu sei o que eu tô falando, Mel. -Eu disse- Eu não sei se isso é amor, mas sei que não consigo parar de pensar em você, que você tem um poder incrível sobre mim e que sempre quando tô perto de você sinto algo diferente. -Ela pareceu ficar sem reação e fiquei pensando se devia ter dito aquilo

-Podemos terminar essa conversa outro dia? Estou cansada. -Ela demorou pra falar

-Tá, então se é assim boa noite.

-Boa noite. -Ela falou e saiu rápido.

Agora a minha sede era diferente. Eu sentia sede do beijo da Mel.

Minha... Família?Onde histórias criam vida. Descubra agora