LAR, DOCE ... NÃO TÃO DOCE ASSIM, MAS AINDA UM LAR.

21 1 0
                                    


Como pode a Cris conseguir render um assunto, que não tem oque ser dito, sobre uma pessoa que não sei nada, por tanto tempo? Ela veio o caminho todo fazendo perguntas e fantasiando sobre o cara da cantina, até a cor da cueca dele ela perguntou, vê se pode! A Cris é mesmo uma figura, minha família adora ela, sim, eu sou dou tipo que conhece as pessoas na rua, e já convida para conhecer a família em um churrasco de domingo. Isso é um dos motivos da minha casa estar sempre cheia, como agora.

_Filha, aonde você estava até essa hora?

_Trabalhando mãe, onde mais eu poderia estar...

_Você trabalha demais, você não vai dar um oi para a Luciana não?

_Desculpe, boa noite Luciana - respondi com um sorriso amarelo.

_Boa noite Maria - Ela retribuiu o meu sorriso amarelo.

Vou explicar a situação, Luciana  é uma dessas "amigas" que eu conheci trabalhando e convidei para vir na minha casa. Moramos eu, minha mãe e meu irmão mais velho. Em uma dessas visitas a minha casa Luciana conheceu meu irmão, e daí pra cá tudo mudou, ela se encantou por ele, e fez de tudo para conquistá-lo. Até mesmo atormentar a minha vida e começou a contar tudo que eu fazia para ele, que por sinal acha que é meu pai, e quer dar pitacos em minha vida. Depois dela nada aqui em casa foi a mesma coisa, meu relacionamento com meu irmão virou um inferno, já que além de contar ela inventava coisas e depois dizia ela que não iria contar pra ele se não estive tão preocupada comigo, e o bobão acreditava. Luciana passou a vir pra minha casa um dia sim e outro não, detalhe que ela mora do outro lado da cidade, agora que eles estão meio que brigados ela continua vindo, com a desculpa de ver minha mãe.

_Mãe, eu estou muito cansada, vou tomar um banho e comer algo.

_Mas filha, estávamos esperando você para pedirmos uma pizza,  a Lú trouxe uma garrafa de vinho.

_Me desculpem, mas estou mesmo cansada, foi um dia longo e cansativo. 

_Que pena Maria, queria tanto passar um tempo com você.- disse a Luciana, fazendo aquela cara de cachorro que cai da mudança, nessa hora tive vontade de jogar um vaso na cabeça dela.

_Fica pra próxima!- respondi, saindo logo da sala, antes que eu pertence o pouco da sanidade que me restava.

 O meu lugar preferido da casa é o meu quarto, ele é todo bagunçado, nunca consigo colocar ele ordem, as vezes parece que o guarda roupa explodiu, e tudo voou lá de dentro. Mas ainda sim, eu gosto daqui, é meu refugio do mundo! Não tem nada demais, tem uma cama (óbvio), um guarda roupa, uma mesa, uma tv antiga , um computador e um aparelho de som.  

 A primeira coisa que faço ao entrar no meu quarto e tirar a roupa, a sensação de não usar aquele jeans apertado é ótima, e quando desabotôo o sutiã, é o céu! Os meus seios gritam "liberdade!". Me enrolo de qualquer jeito na toalha e vou tomar um banho, levo meu celular junto para ouvir uma musiquinha durante o banho. Sentir a água morna escorrendo pelas minhas costas deve ser umas das melhores sensações da vida! Esqueço de tudo, com o som da música rolando no meio do vapor que cobre o banheiro.

                                           ○ Passarinhos = Emicida eat Vanessa da Matta

Banho tomado, pijama colocado, estômago rocando, mas não me atrevo atravessar a sala para ir a cozinha e ver minha cunhadinha lá com seu papinho furado de como ela nasceu para o meu irmão e ele nasceu para ela, na verdade ela não deixa de ter razão. Vou terminar meu trabalho de citologia que ganho mais. Enquanto o computador estilo carroça liga eu  separo alguns artigos que trouxe da faculdade para facilitar um pouco minha vida, nessa hora o celular toca é o Otávio:

Vida que segueOnde histórias criam vida. Descubra agora