Eu trabalhei durante sete sábados seguidos para poder tirar uma folga e ficar em casa assistindo algum filme, e a Madame Laura decidiu de última hora que não me permitiria tal sossego, então cá estou eu passando a porra de um óleo de amêndoas nas pernas.
Essa é a noite mais movimentada da semana ou seja é a noite mais cansativa, contando que eu dormi cerca de três horas na última noite, eu certamente pareço um zumbi.
A minúscula lingerie que estou usando hoje é de renda branca, o que eu particularmente amo e....- Hey, Lindinha! - A voz de uma das minhas colegas de trabalho interrompe meus humildes pensamentos.
- Você está entrando em três minutos. - Ela avisa toda arrogante.
- OK. - Eu respondo sem nenhum entusiasmo.
Eu procuro não fazer muita amizade no ambiente de trabalho para evitar cochichos e fofocas, mas parece que isso não deu muito certo aqui, uma vez que eu sou a "Vadia n°1" entre elas.
A música eletrônica é tão alta quanto o saltos das minhas sandálias e eu agradeço a Deus pela música ser envolvente o bastante para que eu possa fazer o meu melhor.
Os clientes nessa noite parecem todos ter fugido de suas respectivas casas de repouso dentro de uma combi, todos eles passaram do cinqüenta a um bom tempo e lambem os lábios cada vez que eu toco meu seios.
Eu nunca treparia com a porra de um vovô desses nem que me pagassem um milhão em compras na Chanel. Eu não descrimino quem faria, na verdade eu acharia bem corajosa a boa moça que abriria as pernas pra um bando de macacos desse, mas eu não faria, é tão nojento que eu vomitaria no primeiro segundo que visse aquele pau igual gelatina, com toda certeza isso não é para mim.
É cinco da manhã e eu abro a porta do meu apartamento já cambaleando, tropeçando e me apoiando nas paredes.
Com o privilégio de uma sala ampla tenho a visão de casacos sobre o encosto do meu sofá de couro branco. Na verdade não é meu sofá, é o de JK, o amigo com quem eu divido apartamento.
Nós somos totalmente opostos, enquanto ele vive em um terno todo engomadinho e vive fazendo os seus negócios de advogado pra cima e pra baixo, eu sou uma bagunça e uma stripper daquelas bem gostosa, bem modelo.
Ele foi meu advogado dois anos atrás depois da morte da minha mãe, e nós acabamos virando amigos, o que foi mais estranho é que nós fomos a vários encontros como casal, mas nunca transamos o que foi uma novidade pra mim, na verdade a cada encontro conversavamos tanto sobre a nossa vida que o flerte era deixado de lado. Nós nos beijamos uma vez, e foi um desastre, a real mesmo é que nunca tivemos química, o que foi bom pois agora ele namora Donna, a universitária que eu realmente acredito que seja o amor da vida dele.
Os dois pombinhos estão agarrados no sofá dormindo e esquecendo da puta dor de pescoço que vão ter durante o dia e eu como boa amiga pego uma manta no quarto de JK e os cubro.
Eu finalmente estou na cama quando verifico meu celular, e levo um baita susto ao ver a notificação das várias mensagens de Jack.' Oi sou eu, Jack, você lembra de mim?'
' Bem, eu...só queria saber se você tem uma noite livre...'
' A gente poderia se encontrar...'
'Tudo bem se você não quiser''Eu gostaria muito de te ver de novo'
Pobre Jack. Anjinho como sempre.
Conheci Jack a uma semana atrás quando JK levou Donna para a boate, que acabou por ir acompanhada do irmão, Benício e o mesmo pagou um bom cash para que eu fizesse um lap dance para Jack em uma das cabines particulares, e foi ai que o clima surgiu.
Sim, nós temos química, eu e Jack e ele é quente. Meu Deus como ele é quente, porém ele é o cara mais tímido que conheci, o que foi uma das coisas mais divertidas que já lidei durante uma dança particular.
Ele tremia como se estivesse perdido no meio do ártico e tinha medo de me tocar. Eu agarrava suas mãos e as arrastava pelo meu corpo, mas ele continuava nervoso o bastante para não aproveitar o momento e ele tremia mais ainda, o que me deixava com a porra de um tesão, eu podia sentir que ele estava sendo intimidado por mim e eu posso dizer que aquilo me fez sentir poderosa.
Eu não pude evitar, eu lhe beijei na tentativa de acalmar o pobre rapaz, e não posso negar que foi bom pra caralho, mas também posso afirmar que minha tentativa foi falha, ele continuou tão nervoso quanto um virgem em sua primeira transa.
Ele foi muito educado quando foi embora, agradeceu mil vezes e beijou meus dedos, eu já muito excitada pedi para Benício lhe passar meu número, na esperança de que o anjinho me ligaria e acabasse com toda aquela tensão sexual que passamos na cabine, mas isso não aconteceu. Jack não me ligou, nem mesmo me mandou uma mensagem de texto, depois de dois dias, pensamentos de que ele poderia ser gay passaram pela minha cabeça, mas cá estou eu agora toda satisfeita com minha caixa de entrada.