Capítulo 2

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Você desaparecerá

Desaparecerá

Desaparecerá

Ninguém saberá de você. Você não existe

"Não... por favor"

Acordo com um pulo com as risadas ecoando na minha cabeça. Vejo que estou suada. Jogo todo o material da escola no chão, tirando da minha cama. Corro pro chuveiro e coloco na água gelada e me sento na banheira. Isso tem que sair. Tem que sair. Minha cabeça está explodindo. Eu quero gritar, gritar muito. Me prendo até onde posso, mas me escapa um grito, que quebra o espelho do banheiro. Prendo novamente e tento respirar, a água está tão gelada, devia ajudar.

O Scott. Tenho que chamar o Scott.

Minha mãe aparece desesperada na porta do banheiro.

— Sai daqui! - grito - sai daqui, mãe!

— O que está acontecendo com você?!

— Isso está... está... - sinto outro grito subindo pela garganta e tento mandar ela ir embora - Vá!

Só que acabo gritando e minha mãe é jogada contra o chão. Fecho o chuveiro rapidamente e corro até ela.

— Mãe! Mãe, fala comigo!

Ela pisca e se senta depressa.

— O que ta acontecendo? - ela recua

— Você sabe o que está acontecendo - respondo - vá para o mais longe de mim. Agora! - grito com ela

Ela se levanta e sai correndo. Vou correndo pro meu carro e me dirijo à casa do Scott. Vou prendendo o grito, fechando os olhos, e quando abro, logo vejo que estou prestes a bater numa casa, viro o volante abruptamente. Espera. Se eu for atrás do Scott, posso mata-lo. Vou para a floresta. acelero o carro e as vozes na minha cabeça começam a me perturbar ainda mais.

Sabe o que é melhor? você nem é importante

As risadas começam a mexer com a minha cabeça

"por favor..."

O grito me escapa e eu perco o controle do carro, ele derrapa e eu puxo o freio. Saio do carro e caio com as costas no chão, ainda gritando como uma louca. Quando consigo conter, corro na direção oposta do meu carro, que estava no meio da estrada. Ouço um barulho, viro para trás e vejo um carro bater no meu e capotar direto pra mim, o grito escapa da minha garganta e o carro é arremessado para o outro lado e cai em cima do meu carro. Corro para a mata, o mais fundo possível.

Desapareça

Desapareça

Está feito

Grito novamente, mas dessa vez já exausta. Corro novamente e tropeço em alguma coisa. Caio no chão e grito por uma última vez antes de desmaiar.

Quando acordo, olho para o teto e logo para frente. Vejo Scott sentado numa cadeira. Estou no quarto dele.

— Scott? - chamo

Ele abre os olhos, e quando me vê, se desperta.

— Como me achou? Como soube? - pergunto

— Sua mãe ligou e... bem, eu te ouvi. Também vi seu carro na estrada. O que houve?

— Eu tava fazendo lição, ai eu não tava, ai eu entrei no banheiro e... - lembro que eu estava sem roupa, adianto-me em me cobrir disfarçadamente e vejo que estou de roupa

— Ah, são minhas, claro que ficaram grandes, mas...

— Obrigada -respondo

Não que me sinta envergonhada, só não seria muito agradável essa situação.

— Vai me contar o que houve? - Scott pergunta

— Comecei a escrever coisas no caderno, eu ouço vozes.

— Mas faz parte do que você é, não? Digo, você é uma banshee, você vê coisas, ouve coisas...

— Você não entende. - Ele tenta compreender - Não acho que são cifras, pistas. Acho que está acontecendo com alguém.

The Stranger on the other sideOnde histórias criam vida. Descubra agora