O Convite

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Um dia ensolarado com várias núvens espalhadas pelo céu, árvores compunham aquele parque gigantesco, com caminhos de pixe pra pedestres e ciclistas, áreas de lazer pra se exercitar e um lago que fica na parte inicial dele. Sentado na grama um rapaz de preto desenhava uma árvore a sua frente, que era majestosa e cheia de pequenas flores que cobriam o chão com sua cor amarela, um contraste lindo do verde da grama com o dourado das flores.

Olhava firme pro desenho, tentando manter fiel a realidade da beleza da árvore que ele rabiscava, tendo que a cada momento retocar a posição de seu óculos que deslizava pelo seu náriz. A leveza de sua mão fazia parecer uma pintura aquele desenho, dando textura a ele com leves riscos, que dava a imaginar que imprimia o que vias como uma máquina perfeita.

Seus lábios não paravam quietos, se mexiam involuntariamente, mostrando seu prazer e desprazer com cada traço que fazia, que por vezes sorria por ver um desses mesmos traços fazer uma linha perfeita do que queria exatamente fazer. Até que ele conseguiu a concluir, assinalando seu nome ao lado dela com três riscos abaixo dele, colocando em seguida o desenho em cima de sua bolsa preta que jazia ao seu lado direito.

Sorriu olhando a árvore balançar suas folhagens, enquanto o vento tirava suas flores amarelas pra dançar. De certa forma, era um espetáculo parar pra admirar a beleza da natureza que poucos notam e ele adorava aquilo, mas não só aquilo, e sim, o contexto, fazer o que poucos se dispõe verdadeiramente a fazer. Seja ele algo simples como admirar a natureza, ou se entregar de corpo e alma a um amor, que por vezes, parece impossível.

Um rapaz se aproximou dele e se agachou, admirando seu desenho. Este tinha os olhos cor de céu que brilhavam como se o sol refletisse neles, como se o sol se escondesse em algum canto daquele belo olhar, em contraste com sua pele branca como neve e seu cabelo louro como os raios da manhã.

- É um belíssimo desenho, - disse o rapaz que chegara - posso tirar uma foto?

- Bem, - começou disendo o desenhista - depois eu irei tirar e publicar na internet, não sei se deveria deixa-lo tirar uma foto...

- Não se preocupe, eu quero tirar pra mim, jamais publicaria algo que não é'meu. Posso?

- Tudo bem, pode tirar.

O rapaz então se levantou e retirou seu celular do bolso e ficou clicando até achar sua câmera, se agachando novamente e mirando pro desenho, mas não tirou a foto. Se levantou e guardou o celular no bolso, se sentando ali do lado do desenhista.

- Prazer, - disse o rapaz - meu nome é Jonas.

- Me chamo Jhon - disse o outro.

- Lindo nome, Jhon.

- Obrigado, o seu também é legal.

Então Jonas se levantou e retirou um papel de seu bolso, entregando pra Jhon que o pegou sem entender até ler o que estava escrito. Que era um convite pra uma festa que aconteceria esta e na próxima noite, contendo músicas eletrônicas de toque mais melódicos e espaços reservados pra casais que não gostam muito da bagunça.

- É um convite pra uma festa em uma balada nova, - disse Jonas - gostaria que fosse, suponho que irá gostar do ritmo.

- Não sei, não gosto de balada. Nunca fui em uma por que sempre é muito cheio, barulhento e sei lá, meio estranho alguém como eu ir em um lugar desses.

- Só por que se veste diferente não é motivo pra mim não te convidar e você é bonito, certamente terá muitas mulheres afim de você lá.

- É, talvez eu vá, não prometo nada.

- Esse talvez já me agrada por hora, até mais Jhon, tenha um bom dia.

- Até, pra você também...

O louro se foi e Jhon ficou lá sentado olhando pra árvore com o papel na mão pensativo se deveria ou não ir numa balada nova, convidado por um cara que acabou de conhecer. Se deveria ou não ir, essa era uma questão a ser resolvida depois, pois agora ele iria caminhar pelo parque, aproveitando sua brisa refrescante, o cheiro das árvores e a beleza que todas elas juntas compõe.

Após horas vagando, ele saiu de lá e se aproximou de uma moto com capacete no guidón, retirou uma chave do bolso e deu partida, agora nem se quer lembrando da festa que foi convidado a ir, acelerou e voltou pra casa. Só depois do banho e já estar deitado sobre sua cama, que foi lembrar de que poderia ter ido até lá, mas sua cama parecia um lugar melhor do que lá, no meio daquele monte de gente dançando ao som de uma batida eletrõnica, então dormiu.

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