Quando Uma Mente Brilhante Se Apaixona

Aniversário da Salomé

Já faltam apenas 3 semanas para acabar as férias de verão. Vou passar 2 semanas em Barcelona com os meus pais e o Thomas. E na última semana vou para Lisboa, definitivamente. Os meus pais estão um pouco tristes, mas eles sabem que é para o meu bem. Ultimamente, têm andado aos segredinhos com o Thomas, mas eles não me dizem o que se passa!
Ontem foi a festa de anos da Salomé. Foi fantástico, precisava de ter um dia só de raparigas: eu, ela, a Sofia e a Helena.
De manhã fomos à praia de Faro. Conversámos, fomos dar mergulhos e jogámos voleibol. A Helena e a Salomé fazem parte da equipa da escola, elas jogam lindamente. Já a Sofia... Ia matando uma senhora com uns 70 anos com a bola... Quer dizer, depois a mulher queria matar a miúda...
Voltamos a Faro e fomos almoçar a casa dela. Cantamos os parabéns e comemos um bolo de chocolate maravilhoso... Era mesmo fofinho e a cobertura estava deliciosa...
À tarde, como faz parte, fomos às compras. A Salomé gastou todo o dinheiro que recebeu dos familiares em roupas e num telemóvel novo. É verdade que já merecia um, ela andava com um IPedra todo podre. Podiamos lançar aquilo à vontade como se fosse um dardo, aquela cena não se partia... Ainda sobrou dinheiro para comermos crepes com chocolate. Estava com esperança que fosse tão bom como o bolo, mas desiludi-me...
À noite fomos sair à Baixa, mas nessa altura vieram algumas pessoas da turma dela. E como ela é de Artes adivinha quem apareceu: o Tiago. Mas eu não me importei, diverti-me como se ele não existisse, e ele lá se entreteu como se eu não existisse. Não é que odeie o rapaz, ele é um tontinho, não tem culpa. A atitude dele é que foi odiável.
Mas nessa noite algo de esquisito aconteceu, e não foi nada a haver com o Tiago. O bar estava mesmo cheio às 2 da manhã, e o Thomas já me tinha mandado mensagem para me vir buscar. Aquele rapaz demorou meia hora a chegar e sempre que lhe telefonava ele não atendia. Ainda telefonei à mãe, mas ela disse-me para não me preocupar e desligou. Se eu demorasse meia hora, ela gritava comigo.
E quando o rapaz chegou, vinha com umas marcas esquisitas na cara, que estava ligeiramente inchada em certas zonas. Nem sequer tinha falado e ele, num tom muito agressivo, disse "Não me perguntes nada!". Eu acenei com a cabeça e sentei-me no carro e lancei-lhe um olhar reprovador. Não devia ter feito nada, porque ele deu um murro no volante, fazendo o carro buzinar, e gritou comigo, a dizer para o deixar em paz. Eu saí do carro e fui a casa a pé. Não tinha paciência nenhuma para aturar aquele rapaz.
Apesar de estar chateada, estou preocupada... Não sei o que aconteceu. A mãe e o pai não pareciam minimamente preocupados. Hoje acordei e o Thomas não estava em casa. Perguntei por ele e o pai respondeu "Não tens nada a haver com isso".
Meu Deus, alguém me explique o que está a acontecer?