A descoberta

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DOIS MESES HAVIAM SE PASSADO DESDE O INÍCIO DO RELACIONAMENTO DE DRACO MALFOY e Hermione Granger. Com o divórcio oficializado e, para espanto de Hermione, que esperava um processo tão lento quanto o seu, eles não viam mais motivos para esconder o envolvimento amoroso do resto do ciclo social em comum.

Draco havia comparecido a todos os almoços de domingo dos amigos de Hermione, que também eram seus amigos, visto que Pansy e Blaise são os respectivos pares de Potter e Weasley-Fêmea; claro que agora foram adicionadas a presença de Luna Lovegood e Neville Longbottom. Ele ainda não tinha certeza se havia algum envolvimento entre esses últimos, porém acreditava que sim.

Hermione havia participado de apenas um chá da tarde com Narcisa, que havia sido uma tragédia. A mãe de Draco estava horrorizada com a rapidez com que o filho trouxe outra moça para dentro da Mansão Malfoy, pois acreditava que Draco tiraria o tempo para se dedicar ao trabalho, e depois procurar outra pretendente sangue-puro para conceber um herdeiro. Nunca em toda a linhagem pura da família, um Malfoy se envolveu com nascidos trouxas; Narcisa não tinha nada contra isso, o sangue da garota não faria nenhuma diferença, o que a espantou foi a velocidade da evolução do relacionamento dos dois, o que a levou a acreditar que Hermione havia sido amante de seu filho durante algum tempo. Quando o assunto foi sutilmente trazido à tona por ela, Hermione ficou extremamente ofendida, deixou seu chá bebido pela metade sobre a mesa e foi embora, Malfoy ficou abismado com a reação forte de Hermione, nunca a tinha visto perder a compostura, nem mesmo quando a atormentava durante a época de escola.

Narcisa enviou um pedido de desculpas formais para Hermione, dizendo que não queria ofendê-la, ou insinuar alguma coisa de fato, apenas ficou curiosa. Entretanto, nunca julgaria Hermione se esse fosse o caso, porque não estava na posição para isso.

Draco imaginou que Hermione ficaria feliz com o pedido de desculpas, nada o preparou para a enxurrada de lágrimas que seguiu o término da leitura. Ela o abraçou forte enquanto soluçava como ninguém nunca entenderia, e não era apenas culpa dela; ele reafirmou que nenhum dos dois teve culpa em se apaixonar, aconteceu naturalmente e eles nunca traíram de fato Astoria, ela não deveria sofrer por isso. Ela piscou os grandes olhos castanhos para ele, e concordou, dizendo que não sofreria mais.

Naquela noite eles teriam seu primeiro jantar romântico em público. Ele queria ao máximo evitar a mídia, todavia, ficar se escondendo como se fosse culpado de algo o incomodava profundamente, como já havia dito para Hermione antes: eles não fizeram nada de errado em momento algum! Não havia por que fugir de todos como dois criminosos quando a única culpa que tiveram foi de tentarem ser feliz.

Ele ajeitou as vestes bruxas de gala no corpo, o tecido negro contrastava com a pele pálida. Iriam à inauguração de um restaurante da Madame Puddifoot's, no Beco Diagonal. Era um grande evento com convites exclusivos, claro que Potter e Balise haviam sido chamados, então Draco resolveu se arrumar na casa do amigo, já que sabia que a mulher dele estaria com Hermione até o horário de irem buscá-las.

"O que acha?" Draco perguntou, virando-se em direção a Blaise, que terminava de ajustar uma gravata borboleta verde-musgo no pescoço.

"Está ótimo." Respondeu, andando em direção ao amigo, o moreno parecia pensar em algo, a testa estava franzida levemente enquanto encarava Draco pelo reflexo do espelho. "Podemos falar sobre uma coisa pessoal?".

Draco sabia que aquela conversa surgiria em algum momento, até se espantou por ter demorado tanto. Como ocupava a posição de melhor amigo do loiro, era certo que Blaise sabia de tudo sobre ele. Tudo. Ele acenou a cabeça e continuou dando o nó na gravata borboleta também preta.

Barriga de AluguelOnde histórias criam vida. Descubra agora