O último dia

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"VOCÊ TEM QUE FAZÊ-LA FALAR." NARCISSA ANDAVA DE UM LADO PARA O OUTRO no escritório de Draco. O loiro estava sentado bebendo um copo sem gelo de uísque de fogo, encarando a janela que dava para o jardim da mansão. Também presentes estavam os amigos do casal: Harry, Pansy, Blaise e Ginny.

"O que eu posso fazer, mãe?" Ele virou a cadeira e encarou os olhos azuis desesperados de sua mãe. "Eu já tentei de tudo, Hermione se recusa a contar como ela foi parar no meio disso e fica chorando o tempo inteiro." Ele ergue-se e encarou os papéis a sua frente, havia feito milhares de anotações, porém, ainda não tinha encontrado uma maneira de quebrar o contrato. "Eu não sei o que fazer para Astoria não levar o nosso filho." Os cabelos platinados estavam bagunçados de tanto ele passar os dedos entre as madeixas.

"Hermione nunca entraria num acordo desses. Ela não queria filhos, foi um dos motivos dela e Rony brigarem tanto." Ginny estava anotando tudo que podia sobre o caso em um caderninho e relia o tempo inteiro, desejando que a resposta para o problema deles surgisse como mágica das anotações. "Ela não precisa de dinheiro, então... por quê?"

"Coerção?" Pansy tentou. "Astoria é uma sonserina e ela faria de tudo para alcançar o que deseja."

"Pode até ser." Blaise seguiu a mesma linha de pensamento da melhor amiga. "Mas, se Hermione não falar nada, vai parecer na corte que foi um acordo consensual."

Harry soltou a gravata do pescoço, todos ainda vestiam as roupas do noivado na noite anterior, indo direto para a mansão assim que conseguiram acabar com a festa. Draco já estava em pé quando chegaram, revirando o contrato com a garota do quarto, que agora ele sabia que era sua noiva.

A castanha havia acordado durante o horário do café, e Draco implorou para lhe contar tudo o que havia acontecido entre a mesma e Astoria, mas a bruxa só sabia chorar e balançar a cabeça negativamente. Quando seus amigos chegaram, Pansy e Ginny tentaram novamente falar com ela, mas tiveram a mesma reação, agora Hermione estava dormindo no quarto ao lado, esgotada fisicamente e psicologicamente da noite e da manhã que tivera.

Harry, que não havia dado sua opinião até o momento, resolveu se manifestar.

"Acho que vocês estão fazendo as perguntas erradas..." Todos olharam o menino-que-sobreviveu enquanto ele seguia seu raciocínio. "Não é porque ela entrou no acordo, ou como Astoria a fez entrar... A pergunta que temos que responder primeiro é: Por que Hermione não pode falar disso?"

Todos pararam para pensar nisso, e chegaram à conclusão que Harry estava certo, e essa era a primeira pergunta que deviam responder.

Draco puxou os cabelos e sentiu seu peito encher de ódio, mesmo que tivesse mudado o foco, ainda estava se sentindo inútil. Só podia comparar esse desespero com outro momento da vida dele. Há alguns anos, em Hogwarts, quando teve que matar o maior bruxo que já andou sobre essa terra. Não percebeu quando a raiva tomou conta de si e o fez atirar o copo em que bebia na parede, quebrando-o em pedaços e fazendo um estardalhaço.

"Eu quero matar Astoria." Ele respirava pesadamente, levando a sério a ameaça que fez.

"Isso ia ser ótimo!" Narcissa o empurrou contra a cadeira novamente. "Assim meu neto ia nascer com o pai na prisão e sem nenhum direito! Você vai se acalmar, Draco Malfoy. Você é o segundo melhor advogado de todos! E a primeira deles está no quarto ao lado. Vocês vão sentar a bunda nessa sala e só vão sair daqui quando Hermione e o meu futuro neto, ou neta, estiver a salvo. Entendido?"

Barriga de AluguelOnde histórias criam vida. Descubra agora