Prólogo

113 5 0
                                    

15 de Fevereiro de 2009 .
Era o primeiro dia de aula e estávamos muito felizes porque a turma toda caiu na mesma sala.
Nós sempre combinamos de ir ao parque no fim das aulas e hoje não foi diferente. Ficamos lá de bobeira e um a um da turma foi indo para casa. Só ficamos nós... eu e ela. Brincávamos naquele balanço desde sempre e não parecia que havia nada de diferente. Apenas parecia.
Demos as mãos e nos balançamos o mais alto que conseguíamos, e estar ali com ela era a melhor coisa do mundo, nada se comparava ao tanto que eu ficava feliz. Isso era estranho e ao mesmo tempo inexplicável.
Algum tempo depois paramos, ela saiu do balanço e começou a me dizer algo, que eu não ouvi. "Ela sempre foi tão linda assim?" Falei em meu próprio pensamento.
Pedi desculpas e ela repetiu.
- Você está pensando em que? - Ela riu e continuou. - Estou feliz que caímos na mesma sala como sempre, amo tudo isso sabe? Mas sei lá, tudo esta ficando tão diferente de antes.
- Diferente? - Perguntei sem entender.
- Não sei, é como se eu estivesse mudando -Ela fez uma longa pausa - Sinto coisas diferentes.
A maneira que ela me olhou fez eu me arrepiar, era como se ela estivesse tentando me dizer algo que eu já sabia, já sentia a algum tempo mas nunca fui capaz de dizer ou entender.
- Deve ser normal. Sempre quando minha mãe te vê ela me diz que você esta bonita e se desenvolvendo muito rapido. Essas coisas que gente velha gosta de dizer. - Estava tentando a todo custo e provavelmente sem sucesso esconder meu nervosismo.
Ela riu e ficou olhando para o céu.
- No que está pensando? - Percebo sua distração e aproveito para mudar de assunto.
- Nada. Bom, vou pra casa porque a mamãe vai me dar uma bronca se eu me atrasar para o almoço.
Balanço a minha cabeça concordando, um pouco triste por ela ter que ir e bem confusa depois de toda aquela conversa.
Ela veio para se despedir e nos abraçamos, mas por um impulso nossas cabeças viraram ao mesmo tempo e nossos lábios se tocaram, foi como um choque passando pelo meu corpo, nunca havia sentido aquilo. Nos afastamos rapidamente e com o coração quase saindo pela boca fico olhando a minha frente, onde ela estava a poucos segundos atrás. Ela correu para o carro onde o motorista que havia acabado de chegar estava esperando.
Fiquei lá por mais algum tempo sem entender nada do que havia acontecido.

Guarde Meu Segredo Onde histórias criam vida. Descubra agora