Cinquenta Tons De Incertezas

Capítulo Quatro

Querido Christian!
Sei que talvez você não leia essa carta, provavelmente você nem irá abri-la ao saber quem é que está te escrevendo, ou até rasgá-la em pedaços, sei que tem a probabilidade de isso acontecer.
E aqui estou eu novamente escrevendo essa carta porque ela será a última, eu prometo. Nunca mais irei perturbá-lo com meus lamentos, porque dois anos se passaram e eu posso dizer que estou bem, fisicamente e emocionalmente.
Mas isso não quer dizer que estou inteira.
Eu me acostumei a não vê-lo mais em meus sonhos, por mais que meus
pensamentos sejam todos seus, me acostumei com a dor, e posso dizer que ela é hoje a minha companhia limitada, além de Kate que apesar do que acontecera me apoiou
quando eu fui expulsa de minha casa por meus pais que não aceitaram o meu envolvimento com você por mais que já tenhamos nos separado, me abrigando em sua
casa.
Hoje em dia trabalho como tradutora em uma editora e foi graças á minha
recente formatura - em Literatura Inglesa - que eu consegui obtê-lo com êxito e a cada todo mês eu ajudava nas contas da casa mesmo que Kate me olhasse feio, mas sabe
Christian, eu devo isso á ela, porque foi ela que me ofereceu abrigo depois que... Você sabe.
Não sei como você dever estar hoje em dia, mas vejo fotos suas nos jornais
sabia? Sim, você é o CEO dos empreendimentos e eu fico feliz com isso, porque apesar
de ainda me preocupar com você e apesar de também de não ter respondido ás minhas
cartas, - por mais que eu entenda seus motivos -, eu sei que conseguiu isso por que você é capaz.
Você sempre foi e me orgulho de você por isso.
Está feliz? Conheceu alguém? Bom essas perguntas você realmente não irá poder me responder, bem porque não é da minha conta, porque eu não sei mais onde você mora, porque o Escala está desabitado, e sim eu vou todos os dias até lá para observá-
lo porque isso me faz bem, somente para me lembrar dos momentos bons, porque são somente eles que eu guardo em meus pensamentos apesar de o nosso último encontro
também esteja incluído, não nos bons, claro, mas nos memoráveis, nos que me fizeram refletir no quanto eu fui idiota, fraca e egoísta por não ter tido coragem de contar tudo, somente para ter você ao meu lado.
Porque será Christian? Por quê? Porque eu o amava e não podia e nem sequer pensava em viver sem você, porque isso me deixava desnorteada, confusa e muito, mas muito incerta?
Sim, era isso.
Uma vez você me dissera que se, por um acaso nos separássemos, eu iria
recomeçar novamente e eu prometi naquele dia porque sabia que mais cedo ou mais tarde a verdade apareceria e você se separaria de mim e foi isso que aconteceu.
Será que esse conselho vale agora, neste momento depois de dois anos? Bom eu não sei, mas eu prometi Christian e o que eu prometo eu faço, mesmo fraquejando algumas vezes por causa de meus pensamentos e emoções conturbados.
Bom vou terminando por aqui, e se por acaso você tiver lido o que eu escrevi nesse pedaço de papel, eu lhe agradeço.
Saiba que nunca esquecerei de você, porque você foi a minha luz, foi meu
primeiro e único amor.
Creio que você não irá dar atenção á esse meu pedido mas mesmo assim eu irei fazê-lo: "Quero que siga seu coração porque é ele que vai te guiar."
Com carinho,
Ana Steele

Anastasia dobrou a carta, botou-a num envelope lacrou-o em seguida e foi até a caixa de correio onde a depositou. Seria mais uma que seria enviada ao Escala, e por mais
que ela soubesse que ele não voltaria a morar lá, Ana enviava suas carta e essa era a última.
Dois dias se passaram, e a vida dela seguia.
Enquanto isso Christian Grey voltava a morar em Seattle, e por mais que essa cidade lhe trouxesse lembranças dolorosas ele sempre voltaria, mais cedo ou mais tarde.
O seu carro parou em seu antigo prédio e o motorista, Taylor lhe abriu a porta e o CEO se direcionou até a entrada dele e foi recebido pelo síndico que trazia em suas mãos dois envelopes e que assim que ele os pegou, seu coração parou de bater por um minuto e sua respiração se tornou nula.