Lisse...

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Lisse se compadeceu do desespero dele e tentou acalmá-lo.

— Estou bem, Murdaz. Me ajude meu amado amigo, eles precisam chegar até nós. Permitam que eles se aproximem.

Murdaz soltou um fungo fumarento, mas não se moveu, logo com um pequeno impulso ele levantou voo, saindo do campo de visão de Lisse, mas voltou rapidamente para perto, pairando acima dela no ar. A pegando com suas garras delicadamente, ele a levantou no ar voando devagar e muito baixo, foi se aproximando do grupo.

Os outros tinham se distanciado um pouco por ordem do mestre ancião que via nos olhos do dragão o olhar fixo do capitão Alaor que corajosamente esperava a aproximação com olhos fixos em Lisse.

O dragão ficou no ar com Lisse presa em sua garra. Não a soltava, apenas olhava para o capitão fixamente parecendo tentar dizer alguma coisa.

Capitão Alaor parecendo compreender, esticou os braços para recebê-la e então ele se aproximou um pouco mais e a pousou com cuidado em seus braços.

Lisse via tudo, mas não conseguia mais emitir um único som. As frases com seu dragão gastou sua energia totalmente, e a emoção de ele ter entendido a dominava completamente, queria chorar com o gesto de seu amado dragão.

Com aquela proteção que ela nunca sequer imaginasse ser possível. Ele a amava tanto quanto ela o amava. Agora ela sabia disso, já sentia o amor dele por ela, mas não com aquela intensidade. Ela daria sua vida por ele, nunca permitiria que alguém o ferisse e agora sabia que ele faria o mesmo por ela.

Queria esticar seu braço para acarinhar seu dragão, mas não conseguia se mover.

— Leve ela para o quarto Alaor. — Dizia o mestre ancião tão emocionado quanto Lisse.

Lisse via o capitão andar rapidamente seguido de Délia que passava a mão em seu cabelo com o rosto todo riscado de lágrimas. Ela não estava nem mesmo preocupada com a presença do dragão sobrevoando em cima dela. Só queria saber de sua filha. Logo Lisse viu que mestre Roar vinha trazendo Ana nos braços, seguida de perto por seu enorme dragão amarelo e Inara era carregada por dos domadores. Seu dragão negro também se mantinha perto.

Délia estava elétrica, uma hora acariciava Inara, outra Ana e então voltava para Lisse novamente.

Ela sentiu vontade de acalmar o seu coração. Pois sabia que Délia estava apavorada por suas meninas, desesperada para curá-las do que quer que fosse que elas tinham.

Outro domador trazia Davi logo atrás. E para surpresa de Lisse ela viu o enorme dragão verde acompanhando o homem que o carregava. Então era isso, ele não tinha ido lá para ajudar os dragões, para responder a algum apelo deles. Aquele enorme dragão verde tinha ido lá por Davi.

Capitão entrou no quarto e deitou Lisse aonde era sua cama, logo mestre Roar entrava com Ana e o domador entrou com Inara.

Lisse queria perguntar pelos dragões, mas não conseguia falar. Isso a estava deixando maluca, porque não conseguia emitir um som? Porque estava apenas consciente das coisas a sua volta enquanto seu corpo não a obedecia?

Ela olhava para Inara e Ana e via que elas passavam pelas mesmas coisas que ela. Tinham os olhos ágeis olhando por todo lado, mas não moviam um musculo.

Lisse ouvia o bater de asas lá fora, muito perto do telhado. Os três dragões estavam voando livres por cima do quarto delas. Logo Délia vinha apressada e olhava para elas impotente e chorando.

— Não há remédios para ajudar vocês minhas pobres meninas. Mestre ancião disse que vamos precisar esperar a vinda dos Elementais. Só eles podem explicar esse acontecimento estranho.

Sanoar 2-Guerreiros Alados- (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora