Capítulo 5

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Bella


Depois que o Chandler se virou e foi embora, eu fiquei ali imóvel observando-o se afastar e só consegui girar a chave depois que ele sumiu das minhas vistas.
Passei pelo portão, andei pelo jardim e entrei pela porta de casa sentindo uma sensação de arrependimento no peito, o que era super estranho afinal eu fiz o que tinha que fazer. Ainda tenho um compromisso com Brian.
Fechei a porta atrás de mim e encostei na mesma respirando fundo,meus pensamentos não conseguiam evitar pensar no que foi aquilo, o que significava aquele olhar de tristeza quando eu o mandei embora? Que sensações são essas que ele me causa com apenas um toque? CARÊNCIA só pode ser isso. Estou aqui a dois meses sem namorado e sem amigos por isso estou tão sensível, tá explicado!
Espantei os pensamentos e comecei a me mover para o meu quarto, quando ouvi a voz da minha mãe vindo da sala.

-Aquele é o Chandler?-Me virei e a vi de pé perto da janela.

-É, mas como a senhora sabe?

- Por causa do braço enfaixado.-respondeu caminhando para o sofá e sentando no mesmo.

-Atá.- respondi e continuei indo para o meu quarto mas mamãe me interrompeu.

-Onde vocês estavam?-perguntou séria.

-Na sorveteria.-andei e entrei de vez no quarto odiava ser interrogada, até mesmo pela minha mãe.

-Vi que ele tentou te beijar.-disse vindo atrás de mim.

-Você estava me vigiando.- falei com um tom de indignação.

-Não eu já estava na janela quando vocês dois apareceram.-justificou-se
-E ouvi o que você disse pra ele também.-falou baixando o tom de voz como uma criança que acaba de confessar uma travessura.
Eu não disse nada apenas fiquei ali observando-a estupefata por alguns segundos e depois do que pareciam horas finalmente falei:

-Eu tenho namorado e mal o conheço mamãe.-disse irritada.-Ela estava mesmo me vigiando! Pensei

-Você sabe o quanto eu gosto do Brian não é?-mamãe disse mais em tom de afirmação que de pergunta. Encarei-a com um olhar confuso e antes que eu pudesse responder alguma coisa ela continuou: -Namoro distância chega uma hora que não dá certo minha querida, nem sabemos quanto tempo vamos ter que ficar aqui. Depois que o seu pai for solto ele não vai nos deixar em paz, não podemos ir embora.- falou fazendo uma expressão delicada e compreensiva assim como sua voz estava nesse momento. Mamãe mais que ninguém sabia o quanto foi difícil para mim deixar tudo para traz na Bahia, principalmente Brian.

Eu não falei nada apenas assenti, mas a julgar pela minha expressão mamãe viu o quanto tocar naquele assunto mexia comigo por que enquanto eu ainda fitava o chão derrotada senti suas mãos me puxarem para um abraço, enterrei o rosto em seu peito e não consegui evitar as lagrimas, mamãe começou alizar meus cabelos fazendo um chiado de silêncio com a boca para que eu me acalmasse e nós ficamos ali no meio do quarto por quase quinze minutos, até eu resolver dar um basta naquilo, pois mais que odiar ser interrogada, eu odiava ainda mais demonstrar o meu lado sensível e mais que demonstrar o quanto eu era sensível, eu odiava ainda mais quando não conseguia fingir que alguma coisa não me atingia.

-Que dia começam as aulas mesmo?-disse a primeira coisa que me veio a cabeça e andei em direção a minha cama secando as lagrimas fingindo que nada havia acontecido ali.
Notei que mamãe fez o mesmo quando me respondeu num tom de voz totalmente diferente do anterior.

-Segunda-feira.-disse caminhando para a porta do quarto que já se encontrava aberta, colocou uma mão na maçaneta e outra do mesmo lado diretamente na lateral da porta e com a metade do corpo atrás da mesma continuou: -Vamos sair para comprar seus materiais amanhã.-fez uma pausa.
-A não ser que prefira ir sozinha.-falou com uma sobrancelha arqueada e os olhos um pouco arregalados.

Foi Pura Sorte (Chandler Riggs) TEMPORARIAMENTE EM HIATOOnde histórias criam vida. Descubra agora