Capítulo 07

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O Maître sorriu quando viu Ryan entrando de braços dados com Casey. Ele os dirigiu para uma mesa discreta e ofereceu um vinho, que Ryan descartou por causa de Casey e pediu suco para os dois. Ela ficou analisando o cardápio por muito tempo e Ryan achou aquilo bem divertido.

Ninguém sabia que Casey vinha de uma família nobre, pois o pai havia sido um milionário dono de uma multinacional que viera a falência. Os tios, com quem ela passara o restante de sua adolescência, também eram ricos, por essa razão, apesar de ter vivido isolada, Casey fora bem-educada.

– Você é minha convidada! Pode escolher o que quiser! – Ryan disse enquanto ela virava as páginas.

– Eu sei, mas é que esse treco é tão cheio de frescuras que eu nunca soube o que escolher! – Ela disse em um tom frustrado que quase fez Ryan gargalhar.

Casey não estava com medo dos preços, pois ela tinha dinheiro para pagar, ela só não gostava de tantas comidas com nomes ridículos que no fim não matariam sua fome.

– Se quiser, posso escolher para você! Do que gosta? Tem alergia a algum alimento?

– Não que eu saiba ou me lembre, mas gosto muito de peixe e salada. Na verdade, era isso que eu ia cozinhar para o jantar hoje a noite! – Ela respondeu pensativa.

Ryan franziu a testa com espanto.

– Você cozinha? – Perguntou ele como se falasse com um extraterrestre.

Casey riu com sarcasmo de sua pergunta e cruzou os braços em frente ao peito.

– Claro que sim! Você ainda acha que eu vivo comendo porcarias na rua não é mesmo? – Ela perguntou em tom ofendido. – Eu não gasto meu dinheiro para ficar pagando uma empregada e prefiro eu mesma fazer uma boa faxina, pois me distrai. Além disso, não sou chegada a esses menus cheios de fraîcheur que só servem para confundir a gente. Por isso, prefiro cozinhar e comer em casa!

– Você também fala francês?

– Sim! Meu pai me colocou em aulas de francês, italiano e espanhol quando era pequena e até... – Casey se calou encolhendo os ombros.

– Até que... – Ryan incentivou que ela continuasse a falar, mas Casey se retesou e começou a piscar tentando conter as lágrimas. Ryan percebeu que era um assunto doloroso e decidiu não a forçar a continuar. – Sinto muito! Não precisa dizer se não quiser!

– Desculpe... É que é um pouco doloroso falar do meu pai! Ele faleceu quando eu tinha dez anos e ainda sinto sua falta!

– Tudo bem, que tal mudar de assunto? – Ryan sugeriu chamando o garçom. – Que tal o peixe com salada então? – Casey assentiu sorrindo timidamente e agradeceu por ele mudar de assunto.

Eles comeram em silêncio e Casey tentava entender como Ryan conseguiu perceber que estava sendo seguido por ela. Casey explicou que o estava seguindo por ordens do capitão, que a havia designado para o proteger e evitar um novo sequestro. O que era uma baita mentira, porque ela estava de licença!

Ryan gargalhou dizendo que ela estava fazendo um ótimo trabalho, já que ele só desconfiou quando viu sua moto estacionada em frente à livraria e depois em frente ao restaurante. Ele não acreditava em coincidência, por isso desconfiou que ela o estivesse seguindo.

Ryan pensou consigo que Casey era bastante delicada para uma pessoa que tinha uma profissão bastante perigosa e que exigia muito de seu físico e mente. Apesar de não ter costume de frequentar restaurantes, Casey se portava com muita elegância e era uma ótima companhia. Ele notou que havia sido preconceituoso em relação ao fato de ela ter tentado se suicidar e que ele não conhecia seus motivos. Ele sabia que a maioria dos casos eram quadros de depressão e Ryan sabia agora que Casey perdera o pai ainda criança.

Serie Destinos - Livro 02 - Segunda Chance (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora