Caleb mal podia acreditar no que havia feito. Seu prazer fora absoluto e o fizera perder por completo a cabeça. Ele estivera tão desesperado para possuí-la que nem mesmo tirara toda a roupa. Chegara até o desatino de amá-la sobre o tapete, quando a primeira vez deveria ter sido na cama, depois de estarem legalmente casados. E o pior de tudo era que, atordoado pelos sentimentos, fora incapaz de se lembrar da necessidade de usar preservativo ou qualquer outro tipo de proteção contra uma gravidez indesejada.
- Oh, Droga! - Caleb murmurou alto. Agitado, ficou de pé e subiu o zíper da calça. Depois de acender um cigarro, colocou a camisa e a abotoou sem ter coragem de encarar Luana.
Com as mãos trêmulas e o rosto em fogo, ela vestiu a camisola. A calcinha foi deixada de lado, estava toda rasgada e não havia como consertar. Caleb fumou metade do cigarro antes de apagá-lo no cinzeiro. Somente depois de apertar o nó da gravata e colocar o paletó é que voltou a fitá-la.
Sentada na ponta do sofá, Luana parecia bastante desconfortável e envergonhada. Ele permaneceu de pé, procurando desesperadamente as palavras certas para dizer. Mas depois do que acontecera, não havia muito a ser dito ou explicado.
- Você vai ficar um pouco dolorida. - falou sem jeito. - Sinto muito não poder ter lhe poupado a dor. - Ela cruzou os braços sobre os seios e estremeceu.
Ansioso, Caleb se ajoelhou junto dela, o olhar penetrante buscando compreender o que se passava no intimo da mulher que acabara de lhe pertencer.
- Luanaestá tudo bem. Você não tem motivos para sentir vergonha. -
- Não tenho mesmo? - Lágrimas quentes escorriam pelo rosto belo e triste.
- Baby - Num gesto impulsivo, tomou-a nos braços e a aninhou de encontro ao peito forte, beijando-a delicadamente no pescoço. - Baby, não chore. -
- Sou um tipo fácil, vulgar.-
- Não, você não é nada disso, apenas nos amamos, é tão terrível assim? Se eu não tivesse agido como um louco e a afastado de mim, tudo isso teria acontecido dois anos atrás. E você sabe que digo a verdade. - Não havia argumentos para contradizê-lo. Não se pode querer tampar o sol com a peneira.
- Você vai contar a Ashley? -
- Não, não vou. O que aconteceu entre nós não diz respeito a ninguém. - Embora continuasse se sentindo arrasada, o sofrimento foi suavizado quando Caleb a abraçou. Oh, Deus, quisera não ter que se afastar jamais. Ele era forte, protetor. O que acontecera entre os dois fora natural. Não havia motivos para embaraço.
- Você não usou nada. - Larissa murmurou, sabendo que ambos sequer tinham pensado em se proteger para evitar uma possível gravidez.
- Eu sei, agi como um tolo, mas estava excitado demais para me importar com qualquer outra coisa a ser amá-la. Me desculpe, fui irresponsável, é imperdoável da minha parte. - Luana permaneceu em silencio, pensativa.
- No que você está pensado agora? - ele perguntou curioso.
- Você era filho único, por acaso seu pai teve irmãs? -
- Não, meninos costumam predominar na minha família. Era isso o que queria saber? -
- Sim. - Gentilmente, numa carícia terna e suave, Caleb a tocou de leve no ventre.
- Um filho seria o fim da sua carreira profissional. -
- E por acaso meu tornozelo já não se encarregou disso? - Ele ficou sério, uma expressão estranha no olhar.
- O que você está querendo dizer? - Decidida a enfrentar a situação, Luana atirou a cautela pela janela. Era hora de ser sincera. Inteiramente sincera e honesta não importando o que lhe custasse. Afinal, já não tinha mais nada a perder.
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A Bailarina
RomanceLuana Torres deixou o seu pais em busca do seu sonho de bailarina, depois de ficar sabendo de uma traição do seu noivo. Dois anos se passarão e ela terá que voltar depois de uma torção no tornozelo, e ficará impossibilitada de dançar. Caleb Lopez é...