Anna Hoffman

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Anna Hoffman: 13 anos, novembro de 2004.

20:42 e estou sozinha em casa, meu pai e minha mãe só chegam daqui três horas...
Sento no gramado de casa e leio um livro, até que vejo um homem meio estranho passando na rua. Ele me olhou por um tempo e depois continuou seguindo o seu caminho. A forma em que ele me olhava era estranha, o que me faz arrepiar. Entro em casa e leio lá dentro, pois é muito tarde e fiquei com um pouco de medo, confesso.
Sento no sofá, pego o jornal e começo a ler.
Chego até o final dele, que é a parte dos desaparecidos.

Sarah James, 13 anos quando desapareceu em 1995.

Amanda Winchester, 15 anos quando desapareceu 2002.

Lucy Stefani, 19 anos quando desapareceu em 2003.

E mais muitas outras pessoas de cidades vizinhas. Mas essas foram as que mais me chamaram atenção, elas eram jovens demais, diferente do resto dos desaparecidos que tinham de 30 a 60 e tantos anos.
Pego meu livro e leio um pouco mais até a hora em que eu vou tomar banho.
Abro as janelas do meu quarto, pois está muito abafado. Pego uma muda de roupas no guarda roupa e vou até o banheiro do quarto.
Enquanto tiro minhas roupas, ouço barulhos vindos do meu quarto, o que me faz gelar por dentro.

"Deve ser o barulho das cortinas." penso.

Ignoro e logo em seguida tomo meu banho.
Enquanto ponho as roupas, ouço o que parece ser alguém respirando.
ESTOU SUPER APAVORADA!

"Deve ser apenas o vento soprando..." penso novamente.

Seco meus cabelos e calço os chinelos.
Abro a porta e vou até meu quarto.
Percebo que a janela está mais aberta do que eu havia deixado...
Fico paralisada, pensando no que está acontecendo.
Olho por todo o meu quarto. Debaixo da cama, dentro do guarda roupa, atrás das cortinas e nada.

"Não estou muito segura do que está acontecendo..."

Pego um bastão de baseball que eu guardo em baixo da cama desde quando ganhei de meu pai há dois anos atrás.
Ando pelo corredor com a respiração pesada e super nervosa por dentro...

-- Tem alguém aí? Aparece, filho da puta...

Nada.

Ando até a sala bem devagar, observando cada canto.

Nada.

Vou até o quarto dos meus pais observando tudo novamente.

Nada.

Vou até a cozinha, observo todos os cantos.

Nada.

-- Estou louca... - falo com as paredes e deito no sofá, meio cansada mas com a respiração ainda pesada.

Lágrimas de prataOnde histórias criam vida. Descubra agora