Capítulo 15

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Carolina Narrando

Minha tia estava na cozinha preparando o café enquanto eu olhava uma foto minha e de Luan que estava escondida dentro de uma gaveta no meu antigo quarto, quando ouvi o barulho de alguém batendo na porta.

--Carol abre a porta, deve ser a Joana do vestido de noiva. - fui em direção a porta e à abri.
Eu fiquei em choque, paralisada quando vi que quem estava do outro lado era Ricardo.

--Carolina? - ele estava pálido, com uma tristeza no fundo dos olhos.

--Quem é Carol? - minha tia veio até a sala e também ficou impressionada com essa situação.

--O que... O que você tá fazendo aqui?

--Eu que te pergunto Carolina. Você mentiu pra mim. Você... - ele abaixou a cabeça, parecia estar passando mal.Se apoiou na parede.

--Doutor? Senta por favor, eu vou pegar uma água. - ele entrou e se sentou na cadeira, bebeu a água que minha tia trouxe, respirou fundo e me olhou.

--Porque você fez isso? Mentiu pra mim!

--Acho melhor nos deixarmos vocês a sós. - minha tia falou e eu concordei.

--Claro que não, vai saber qual a próxima mentira que ela ira contar - Até então não tinha percebido a desnecessária presença de Marcela.

--Dona Marcela, com todo respeito, a senhora está na minha casa, por favor peço que se retire. -Tia Juliana abriu a porta e a convidou a sair.

--Tudo bem... Rick tô te esperando no carro.

--Eu vou deixar vocês conversarem. - Minha tia nos deixou sozinhos.

--Meu amor, me desculpe. - Me aproximei dele e me apoiei em seu peito.

--Você mentiu Carolina, me disse que morava em Copacabana. Eu vi você na frente daquele edifício, o que você fez? Saiu andando daqui até lá? - ele tirou minhas mãos do seu corpo.

--Quase isso - abaixei a cabeça. --Mas eu te juro que não fiz por mal, meu amor.

--Então me explica o porquê.

--Por vergonha. - acabei me relembrando dos tempos da faculdade onde ninguém queria vir na minha casa.

--Vergonha? De que?

--Você mora num verdadeiro palácio, como queria que eu te trouxesse pra aqui? Olha ao seu redor...cheio de mofo,infiltração, móveis caindo aos pedaços.

--Nada disso, eu nunca ia deixar de te amar por conta disso. - pego em suas mãos.

--Então estamos bem?

--Não.- puxou suas mãos. E se levantou indo até a porta.

--Onde você vai?

--Meu vôo vai sair agora. Adeus Carolina.

--Como assim adeus?  E nós?

--Eu preciso pensar. Pensar se vale a pena continuar com você .- ele saiu e me deixou sozinha. Eu corri para a porta e pude vê-lo entrando no carro junto com a megera da Marcela.

--Minha filha, então?

--Deu tudo errado tia! Tudo errado! Isso não tava nos meus planos. Eu tenho que arranjar um jeito de reverter essa situação.

--Pra onde ele foi?

--Pra Espanha com a Marcela, agora eu tenho que dar um jeito de quando ele voltar esquecer isso. Ele não pode me deixar! Não antes de a gente....

--O que você vai fazer?

--Não sei tia, mas agora eu vou trabalhar. Ocupar minha cabeça com alguma coisa. - ligo para o Ed que logo chega me implorando desculpa.

--Dona Carolina, me desculpe. Ele ameaçou me despedir eu não tinha o que fazer.

--Não precisa pedir desculpa, eu só preciso que esteja sempre atento quando eu precisar.

--Sim senhora. Para a empresa?

--Sim. -seguimos para a empresa e logo chegamos. Todos estavam lá, como sempre, subi e me deparei com a Tâmara. De imediato senti raiva mas me controlei e mantive a pose.

--Bom dia dona Carolina.

--Bom dia.

--O doutor Ricardo não voltou para corrigir o seu contrato e é necessário que isso se resolva hoje.

--Claro, leve até mim que eu mesma lhe passo o correto.

--Ah, tem um rapaz lhe esperando em sua sala

--Minha sala?

--O doutor Ricardo pediu que a senhora ficasse na sala dele durante a ausência do mesmo.

--Obrigada.

Entrei na sala e me dei de cara com o Luan.

--O que você faz aqui?

--Oi, estou bem obrigado. - respondeu sarcástico

--O que você quer?

--Conversar, pode?

--Não, meu dia está muito cheio. - sentei-me na cadeira de Ricardo.

--Quem diria, aquela menina inocente e franzina agora sentada na cadeira do vice presidente.

--Eu lhe disse que conseguiria tudo o que queria.

--E eu a subestimei, sou obrigado a reconhecer seu sucesso.

--Obrigada, mas por favor peço-lhe que me dê licença, pois como já lhe disse tenho muito trabalho à fazer. - levantei-me e abri a porta para que ele saísse.

--Sim, mas antes... - ele me empurrou contra a porta,que se fechou, de forma que eu fiquei com o rosto colado na porta.

--O que você pensa que está fazendo?

--Shii. Tenho um convite para lhe fazer. Um jantar,nós dois hoje à noite.

--Não! Murmurei. Mas ele colou seu corpo no meu, que estava de costas para ele.

--Esqueci de dizer que não aceito um não como resposta.

--Tudo bem. Agora me deixa,alguém pode nos ver.

--Te espero.- Ele me deu um beijo intenso, me transportando novamente para o passado. Quando pela primeira vez o senti dentro de mim,me fazendo estremecer de tanto prazer.
Não posso deixar de ir à esse juntar e ver se ele está tão mudado quanto parece.

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