Harry suspirou, nervoso, enquanto alisava a saia rodada do vestido rosê que trajava, olhando para seu reflexo no espelho, com o cenho franzido. Se sentia tão bonito.
Se sentia estranhamente livre, quando vestido como ele mesmo.
Era como se, de alguma maneira, pudesse enganar a si mesmo, apesar de saber que, mesmo se sentindo extremamente feliz naquela momento, não duraria muito. A felicidade nunca dura muito. Pelo menos não a verdadeira. Ele nunca seria uma mulher, apesar de sua aparência afeminada, unhas pintadas e a maquiagem que usava em seu rosto alvo.
Ele nunca seria ela.
Havia nascido Harry Edward Styles, e era isso que seria para o resto de sua vida. Mesmo assim, quando se via daquela maneira na frente do espelho, não podia deixar de sentir esperança.
Mas não havia esperança para ele. Nem para pessoas como ele.
Não para aberrações.
A primeira vez em que tinha sido chamado daquela maneira era ainda jovem, não passando de seus treze anos. Havia sido pego enquanto remexia no estojo de maquiagem da mãe, tentando descobrir para o que exatamente servia o pó-de-arroz.
Quando seu pai entrara no quarto, paralisou na porta no momento em que viu seu único filho, sentado na penteadeira da esposa, passando batom, como uma garota. Naquela tarde Harry havia apanhado tanto que ficara com marcas pelo corpo a semana toda.
Mas, afinal, qual era o problema de querer ser ele mesmo?
Naquele mesmo dia seu pai conversara com sua mãe, enquanto ele estava em seu quarto, estirado em sua cama, sem poder se mover, com os músculos doloridos por causa da surra. Porém o pior não foi a dor, e sim ouvir os soluços desesperados de sua mãe, vindos da cozinha. Naquela noite ele havia chorado até dormir, prometendo a si mesmo que nunca mais faria aquilo.
Havia desistido de ser quem ele queria por que sabia que, se continuasse com aquilo, faria com que outros sofressem. E a última coisa que Harry faria era ser egoísta a esse ponto. Ele crescera, desde seus ternos anos, fingindo ser alguém que não era, apenas para poupar sua família de qualquer sofrimento que pudesse achar desnecessário.
Mas agora era diferente.
Agora ele já era um adulto, com seus vinte e dois anos, e poderia ser o que quisesse. Bem, pelo menos dentro da própria casa.
Obviamente não poderia sair vestido daquela maneira, a não ser que quisesse ser atacado na rua ou até preso. A sociedade dos anos cinquenta nunca fora muito receptiva com pessoas como ele. E, agora que tinha toda sua vida à sua frente, ele seria quem tinha de ser, quem queria ser.
Doesse a quem doer.
🌟🌟🌟
SOCORRO, MINHA PRIMEIRA FANFIC LARRY!!
Eu tive essa ideia uns tempos atrás, depois que ouvi a música "Emmylou" da banda alternativa First and The Kit (SUPER RECOMENDOOO!) e ler algumas matérias sobre pin-ups e logo já corri pra escrever e fazer uma capa.Espero realmente que gostem da história, e pras que tão se perguntando se vai ter muita sofrência, apenas digo: VAI PIORAR ANTES DE MELHORAR 'HAHAHAH
Até a próxima att, lindos ❤
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Pin Up || Larry Stylinson
Fanfiction{AU} Onde Harry é um transexual nos anos cinqüenta e Louis é um artista de reputação duvidosa.