Alive

15 - Praia

"Muito obrigada" Agradeci mais uma vez assim que ele parou o carro em frente a minha casa.

"Por nada, Emily" Disse sorrindo.

***
Duas semanas depois...

Já fazem duas semanas desde o episódio na delegacia. Isso realmente é muito chocante, mas eu já superei.

Eu e Harry estamos nos conhecendo e nos descobrindo. Temos muito em comum, como o gosto por comida japonesa, séries e, por incrível que pareça, fotografia. Por essas e outras, acabamos por nos tornar bons amigos.

E sobre meus hematomas... bem, eles quase não existem mais.

Sim, pode-se finalmente dizer que estou feliz.

Estou deitada na cama, encarando o teto e pensando na vida enquanto passa algum filme de comédia romântica na TV.

Ouço meu celular tocar na cômoda ao meu lado e viro-me para ver a mensagem que acabo de receber.

Harry: Oi, Em!

Eu: Olá, Haz!

Harry: Eu estava aqui pensando e lembrei de um lugar (que é surpresa) e vim humildemente pedir que venha comigo. Não é tão longe assim... Topa?

Eu: Está bem, não tenho nada para fazer mesmo!!!

Harry: vou te buscar em 20 minutos. Você vai precisar de um óculos de sol.

Eu: ?? Ok.

Harry: Ah, e leve sua câmera.

O que Harry está aprontando?

O que será que aquela cabecinha está planejando?

Saber, eu não sei. Mas eu vou.

Vesti uma roupa decente e peguei a caixinha com um óculos de sol. Em seguida preparei a câmera e ouvi uma buzina. Era o Harry.

Saí e tranquei a porta. Fui até seu carro e entrei.

"Como vai?" Perguntou ele.

"Bem." Respondi. "Para onde vamos? Estou curiosa!" Perguntei.

"É uma surpresa" Falou com um sorriso vitorioso estampado em sua face.

Revirei os olhos e sorri. Encarei a vista da janela enquanto o carro se movia.

Alguns minutos depois, percebi que nos aproximávamos do litoral.

"Se dermos sorte, ainda pegamos o pôr-do-sol" Harry disse.

Praia. Isso! Vamos à praia.
Sorri com essas palavras ecoando em minha mente.

Assim que chegamos o sol estava se pondo, o que nos deu uma vista perfeita.

A praia estava deserta. Caminhamos até a parte em que havia areia seca, próximo ao mar.

Ouvi um clique e olhei para o lado. Harry não perdeu tempo. Já estava fotografando a visão. Peguei minha câmera e fiz o mesmo.

"Tive uma ideia" Anunciei. "Mas eu vou precisar da sua mão."

Quando pronunciei essa frase, Harry franziu a testa, mas concordou.

Haviam algumas cadeiras, então peguei uma e posicionei a câmera em cima, de modo que focasse na paisagem.

Em seguida, pus nossas mãos em frente às lentes e as apertei. E elas encaixaram-se perfeitamente.

O prazo do temporizador acabou e a foto foi batida.

Eu não sei exatamente o que aconteceu, mas eu simplesmente congelei encarando nossas mãos e sentindo o calor que elas transmitiam uma para a outra.

Fechei os olhos e senti um movimento no meu braço, sem soltar as mãos. Logo a outra mão também ficou ocupada. Abri os olhos e pude ver os olhos verdes de Harry me encarando, com as duas mãos entrelaçadas nas minhas.

Sua respiração estava um pouco mais rápida do que costuma ser e seus lábios entreabertos, como os meus.

Ele soltou uma de minhas mãos e levou a sua até minha bochecha e por fim, beijou-me.

O nosso primeiro beijo. Calmo e tranquilo.

Soltei sua mão e entrelacei a minha em seus cachos, puxando-o ainda mais para mim, o que fez nosso beijo ser mais intenso.

Ele apertou minha cintura, deixando, desta vez, nossos corpos complemente unidos.

Quando nossos lábios se separaram, mantivemos as testas coladas.

"Eu..." Tentei falar, mas fui interrompida.

"Shh" Cortou-me e uniu novamente os nossos lábios.

A maré subiu um pouco, fazendo a água fria tocar nossos pés.

Agora estávamos cercados de energia positiva.

O beijo intenso mais uma vez foi cortado e eu sorri. Separamos nossos corpos e olhamos em volta. O sol já havia desaparecido.

"Bom..." Tentei falar mas não encontrei palavras.

"Você quer ir para a minha casa?" Perguntou Harry e só então percebi que ainda não tinha ido lá. "Podemos pedir pizzas, ver filmes ou séries ou algo assim"

"Claro"

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Vamos apenas fazer de conta que Londres tem praia. Como o próprio gênero diz: é uma ficção sem compromissos com a realidade.