Capítulo 1 - A Cidade, o Vampiro e a Bruxa

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BOA LEITURA!!!

"Ali se descerrava uma luz de um escarlate profundo, através dos vitrais cor de sangue, e a escuridão das cortinas tingidas de negro era aterradora

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"Ali se descerrava uma luz de um escarlate profundo, através dos vitrais cor de sangue, e a escuridão das cortinas tingidas de negro era aterradora."
Edgar Allan Poe


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Havia uma mansão ao norte de Stone Hill, tão antiga quanto a cidade. Existiam três caminhos que davam acesso a ela; a estrada de chão, o vale dos pinheirais — a floresta qual ninguém em sã consciência se atreveria a entrar —, e a trilha da colina ao norte, que possuía uma bela vista para o mar. A mansão era o lar de um vampiro, cuja criatura, desde que retornou para casa escolhe um dos três caminhos para fazer sua peregrinação no ápice das noites. Naquela específica, a última do inverno, ele fez o caminho inverso escolhendo o vale dos pinheirais para ir à cidade.

Em seu silêncio e andar habitual o homem atravessou o vale notando cada ruído que escoava por aquele lugar; as folhas balançadas pelo vento, o estralo de raízes se quebrando, a coruja piando, o animal se rastejando. O quanto mais adentrava mais percebia que a floresta conversava com ele e apesar de ser fria e escura, o vampiro sentia uma calmaria, como se entendesse o assustador nela e ela a sua inquietude amedrontadora. Tinham coisas em comum; eram solitários, ora silenciosos, ora barulhentos. Eram imortais.

Na borda da floresta pôde ver o asfalto da rodovia 97, que era a entrada e saída de Stone Hill. O som arrepiante foi substituído pela buzina dos carros. No acostamento a criatura observou um conversível preto que se aproximava, não era o carro do ano e um dos pneus traseiros precisava de uma ajuda mecânica. O carro seguiu rumo ao centro da cidade, o motorista quase estava irreconhecível devido o capuz do casaco, estava com tanta pressa que não notou uma pessoa ali parada, não que um homem sozinho na beira da estrada fosse normal e imperceptível. Às vezes a falta de atenção salvava os mundanos.

O homem foi na mesma direção usando sua velocidade sobre-humana para chegar mais rápido, foi um vulto invisível. Em um beco úmido entre o supermercado e o banco ele parou, tomou impulso e pulou aterrissando no teto de um dos prédios, seguiu para onde vinha o som da música enquanto analisava Stone Hill.

Em outrora Stone Hill fora uma simples vila na base de uma colina, não havia muitos casebres e seus moradores era composta por famílias fundadoras. No Sul, no cume da colina, ficava o farol que por muito anos ajudou embarcações a chegar ao porto. Atualmente Stone Hill, embora que ainda uma cidade pequena, estava moderna, ainda vivendo da venda da sardinha. Tinha mais ruas, mais lojas e agora tinha uma praça com um jardim redondo. Antes que fosse um lugar calmo passou a ser barulhenta, diferente da última temporada que o vampiro passou. Fora embora a setenta anos, quando a cidade ficou decadente ao seu gosto. Agora de volta, a menos de um mês, ainda não sabia o que de novo aquela cidade poderia lhe proporcionar, no entanto, estava disposto a descobrir.

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