×× Capítulo 13 ××

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Acordei toda dolorida e olhei para os lados, Pangaré estava deitado, com os olhos fechados.
Peguei uma maçã e a cortei ao meio, coloquei uma metade na frente de Pangaré, que abriu os olhos e comeu rapidamente o pequeno pedaço de maçã, abri um sorriso e comi o meu pedaço.
Me levantei e puxei Pangaré para cima, montei nele e começamos a andar.
Tínhamos que achar um lugar seguro.
....
Depois de um bom tempo, vimos um pequeno lago, em meio a árvores grandes e grossas, e paramos na beirada.
Pangaré começou a beber a água, e eu desci do cavalo. Olhei para a água, depois para Pangaré e novamente para a água.... QUE NOJO !!! Me ajoelhei e bebi a água, não tinha o que fazer.
Depois de beber a água, voltámos a andar, mas não montei em Pangaré, ele estava cansado, já era tarde e o sol já estava se escondendo em meio as árvores.
- Pangaré.... Está ficando tarde.... Mas estou com medo de parar e algum intruso aparecer. - falei para o ar.
Olhei para o céu e percebi que já podia ver a lua cheia e as estrelas.
- Está tarde mesmo. Estou ficando cansada.
Peguei duas maçãs e dei uma para Pangaré, que comeu com gosto, cortei minha maçã ao meio, comi um pedaço e guardei o outro.
- Não sabemos quando vamos ver uma feira, temos que economizar comida.
Pangaré balançou a cabeça, como se confirmasse.
- AI MEU SENHOR !!!! PARE DE FALAR COM ESSE CAVALO !!!
Dei um pulo, pelo susto e peguei meu arco, já disparando a flecha.
Ouvi um barulho de dor e fui até ele.
- Quem está ai ? - perguntei.
- Ninguém... Importante. - disse alguém, pausadamente. Devo ter acertado a flecha.
Cheguei mais perto e pude ver um menino. Não podia ter mais que dezesseis anos, tinha os cabelos pretos e os olhos verdes. E uma flecha enterrada na perna esquerda.
- Oh !!!! Desculpa !! Você é só um menino. Senhor, me perdoe.
Fui até ele e me agachei ao seu lado.
- Preciso tirar a flecha da sua perna, ou vai doer muito mais.
- Eu sei. Pode tirar, eu aguento.
Coloquei uma mão na flecha e a outra em sua perna.
- No três, OK ?
- OK.
Um.... Dois.... Três. Puxei com toda força e ele gritou, falou mil palavras feias e horrorosas e depois segurou o choro.
Rasguei uma parte da minha blusa e amarrei em sua perna.
- Está melhor ?? - perguntei.
- NÃO. Parece que alguém tirou minha perna de mim. - disse ele, dramático.
- Não seja tão exagerado. Já tirei a flecha. E o sangue não está escorrendo tanto. - falei.
- Mas está doendo !!!!!
Revirei os olhos e perguntei :
- Qual é o seu nome e aonde você mora ?
- Pode me chamar de Gregy e eu moro em uma vila aqui perto. E você, quem é e aonde mora ?
- Sou Annie e morava em uma vila de nobres. - respondi.
- Então por que saiu de lá ?
- Porque está havendo uma guerra. E ela chegará até aqui.
Ele me observou pensativo e, por fim, disse :
- Venha até minha vila, lá tem comida, bebida e um lugar para passar a noite. Em troca, você nos conta sobre essa tal guerra. OK ?
- OK.
....
Depois de montar em Pangaré e Gregy montar em um cavalo, que não tinha nem percebido da existência, partimos para a vila.
Chegamos na vila e todos que estavam na rua me olharam curiosos. Algumas crianças chegaram bem perto, mas Gregy deu a elas olharemos autoritários e elas se afastaram.
Paramos em uma casa pequena, amaramos os cavalos em uma árvore e entramos.
A casa por dentro era grande, tinha tudo e não era apenas um andar, eram dois andares.
Gregy me mostrou a casa, e fomos para a cozinha. Tinha uma mesa e várias frutas. E uma mulher.... E eu a conhecia.
Ela levantou a cabeça e olhou para Gregy, depois para mim. Colocou as mãos nas bochechas e abriu um sorriso.
- Como você veio parar aqui ? - perguntou.
- Como eu vim parar aqui ? O que você está fazendo aqui ?
- Um momento !! Vocês se conhecem ?????? - perguntou Gregy, espantado.
Olhei para a mulher a minha frente, com um vestido empoeirado, mas com o mesmo rosto doce e gentil.
- É claro !!! - dissemos juntas.
Começamos a rir e fui abraça -lá.
- Rosie, que saudades !!!!!
- Saudades digo eu, patroa.




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