Acordei toda dolorida e olhei para os lados, Pangaré estava deitado, com os olhos fechados.
Peguei uma maçã e a cortei ao meio, coloquei uma metade na frente de Pangaré, que abriu os olhos e comeu rapidamente o pequeno pedaço de maçã, abri um sorriso e comi o meu pedaço.
Me levantei e puxei Pangaré para cima, montei nele e começamos a andar.
Tínhamos que achar um lugar seguro.
....
Depois de um bom tempo, vimos um pequeno lago, em meio a árvores grandes e grossas, e paramos na beirada.
Pangaré começou a beber a água, e eu desci do cavalo. Olhei para a água, depois para Pangaré e novamente para a água.... QUE NOJO !!! Me ajoelhei e bebi a água, não tinha o que fazer.
Depois de beber a água, voltámos a andar, mas não montei em Pangaré, ele estava cansado, já era tarde e o sol já estava se escondendo em meio as árvores.
- Pangaré.... Está ficando tarde.... Mas estou com medo de parar e algum intruso aparecer. - falei para o ar.
Olhei para o céu e percebi que já podia ver a lua cheia e as estrelas.
- Está tarde mesmo. Estou ficando cansada.
Peguei duas maçãs e dei uma para Pangaré, que comeu com gosto, cortei minha maçã ao meio, comi um pedaço e guardei o outro.
- Não sabemos quando vamos ver uma feira, temos que economizar comida.
Pangaré balançou a cabeça, como se confirmasse.
- AI MEU SENHOR !!!! PARE DE FALAR COM ESSE CAVALO !!!
Dei um pulo, pelo susto e peguei meu arco, já disparando a flecha.
Ouvi um barulho de dor e fui até ele.
- Quem está ai ? - perguntei.
- Ninguém... Importante. - disse alguém, pausadamente. Devo ter acertado a flecha.
Cheguei mais perto e pude ver um menino. Não podia ter mais que dezesseis anos, tinha os cabelos pretos e os olhos verdes. E uma flecha enterrada na perna esquerda.
- Oh !!!! Desculpa !! Você é só um menino. Senhor, me perdoe.
Fui até ele e me agachei ao seu lado.
- Preciso tirar a flecha da sua perna, ou vai doer muito mais.
- Eu sei. Pode tirar, eu aguento.
Coloquei uma mão na flecha e a outra em sua perna.
- No três, OK ?
- OK.
Um.... Dois.... Três. Puxei com toda força e ele gritou, falou mil palavras feias e horrorosas e depois segurou o choro.
Rasguei uma parte da minha blusa e amarrei em sua perna.
- Está melhor ?? - perguntei.
- NÃO. Parece que alguém tirou minha perna de mim. - disse ele, dramático.
- Não seja tão exagerado. Já tirei a flecha. E o sangue não está escorrendo tanto. - falei.
- Mas está doendo !!!!!
Revirei os olhos e perguntei :
- Qual é o seu nome e aonde você mora ?
- Pode me chamar de Gregy e eu moro em uma vila aqui perto. E você, quem é e aonde mora ?
- Sou Annie e morava em uma vila de nobres. - respondi.
- Então por que saiu de lá ?
- Porque está havendo uma guerra. E ela chegará até aqui.
Ele me observou pensativo e, por fim, disse :
- Venha até minha vila, lá tem comida, bebida e um lugar para passar a noite. Em troca, você nos conta sobre essa tal guerra. OK ?
- OK.
....
Depois de montar em Pangaré e Gregy montar em um cavalo, que não tinha nem percebido da existência, partimos para a vila.
Chegamos na vila e todos que estavam na rua me olharam curiosos. Algumas crianças chegaram bem perto, mas Gregy deu a elas olharemos autoritários e elas se afastaram.
Paramos em uma casa pequena, amaramos os cavalos em uma árvore e entramos.
A casa por dentro era grande, tinha tudo e não era apenas um andar, eram dois andares.
Gregy me mostrou a casa, e fomos para a cozinha. Tinha uma mesa e várias frutas. E uma mulher.... E eu a conhecia.
Ela levantou a cabeça e olhou para Gregy, depois para mim. Colocou as mãos nas bochechas e abriu um sorriso.
- Como você veio parar aqui ? - perguntou.
- Como eu vim parar aqui ? O que você está fazendo aqui ?
- Um momento !! Vocês se conhecem ?????? - perguntou Gregy, espantado.
Olhei para a mulher a minha frente, com um vestido empoeirado, mas com o mesmo rosto doce e gentil.
- É claro !!! - dissemos juntas.
Começamos a rir e fui abraça -lá.
- Rosie, que saudades !!!!!
- Saudades digo eu, patroa.
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Belas em guerra
Ficção AdolescenteEm pleno século XIX, no reino de Tuya. Um jovem príncipe.... tem de escolher sua futura esposa. Uma jovem nobre.... tem de lutar com várias outras mulheres. E um amor.... tem de ultrapassar barreiras. Guerra.... amor.... traição.... ...