Analisar a situação em que me encontrava naquele momento parecia-me infantil. Na verdade, estava me sentindo uma adolescente que foi deixada pelo "acompanhante" e não havia uma maneira para voltar para casa naquele momento.
Era incrível como as pessoas daquela rua não se importavam com o barulho que as caixas de som estavam fazendo. O chão chegava a tremer, mesmo estando lá fora, ainda assim o barulho era muito alto e incomodava os ouvidos.
— Moça? — Uma voz jovem, porém rouca, tirou-me dos meus devaneios.
— Pois não? — Perguntei, ao notar o homem alto que se encontrava em pé ao meu lado.
— Você está se sentindo bem? — Perguntou, olhando-me de maneira estranha.
Era possível perceber que ele havia ingerido bebida alcóolica, mas que não havia sido em uma grande quantidade como Rafael.
— Estou. — Assenti.
— E por que não está aproveitando a festa, assim como as outras pessoas? — Por que esse estranho estava falando comigo?
— Longa história. — Bufei, percebendo que passaria mais tempo ali do que o esperado.
O homem que provavelmente tinha a mesma idade do que eu, sentou-se ao meu lado, mantendo um espaço considerável entre os nossos corpos.
Não sentia-me totalmente confortável com a sua presença, já que para mim ele era um total desconhecido. Porém, de alguma maneira sentia-me segura por já não estar sozinha lá fora.
— Acredito que você esteja esperando por um amigo? — A sua pergunta saiu mais como uma afirmação.
E sim, ele estava correto.
— Na verdade, talvez era para ter sido um encontro. — Expliquei.
— E ele a deixou aqui sozinha? — Franziu a testa, em sinal de total estranhamento.
— Ele é um velho colega de escola e convidou-me para esta festa, a questão é que ele bebeu demais e conseguiu ficar com uma loira, já que eu não estava dando conta. — Precisei explicar apressadamente da maneira mais resumida para que eu não precisasse contar cada detalhe daquele frustrante encontro.
O homem que eu não sabia o nome, pareceu impressionado com a breve história que havia terminado de contar. Talvez sem querer, deixou uma pequena risada escapar.
— Desculpe-me. — Pediu.
— Não se preocupe, olhando por um lado é engraçado. — Dei de ombros.
O silêncio novamente voltou e a situação ficou estranha.
Não sabia o que dizer para puxar conversa, mesmo porque não o conhecia, como poderíamos conversar? Não éramos amigos e nem nada do tipo.
— E você, por que não está lá dentro? — Perguntei, tentando mostrar-me interessada.
— Eu acredito que eu esteja velho demais para essas festas. — Explicou, mostrando que estava exausto.
— Ah, você ainda está novo. — O que eu estava querendo dizer exatamente? Ele era jovem, era um exagero dizer que estava velho para essas festas.
— Realmente vinte e seis anos não é muito, mas ainda assim acredito que não fui feito para essas coisas. — Explicou.
Ele era um ano mais velho do que eu.
— Não sei se você aceita, mas se quiser posso te dar uma carona até a sua casa. — Sugeriu, fazendo com que os meus olhos brilhassem.
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O Homem da Minha Lista (DEGUSTAÇÃO)
RomanceCarolina é uma advogada de sucesso da cidade do Rio de Janeiro, onde mora desde criança. Com 25 anos, o grande problema da sua vida, é que quando foi para a faculdade, abriu mão da sua vida social e amorosa. Por sorte, sua melhor amiga Mariana bolo...