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Nunca havia me imaginado passar uma semana inteira pensando em qual seria a roupa certa para utilizar na festa. Talvez eu devesse perguntar para Rafael como ele estaria vestido, porém, já havia saído da moda combinar roupas.

As pessoas costumam saber o que vestir, ainda mais agora que tudo que você precisa poderá encontrar na internet. A questão era que todas as roupas, penteados e maquiagens que eu via em outras mulheres, pareciam não ficar boas em mim.

Mariana sugeriu que eu usasse algo que pudesse valorizar ainda mais o meu corpo, para talvez chamar ainda mais a atenção do Rafael. Mas eu não tinha nada em casa.

Para isso, a minha melhor amiga fez questão de aparecer no sábado atarde antes da festa para me produzir. Ela precisou trazer algumas roupas da sua casa — que por sorte eram do meu tamanho —, e assim escolheu a dedo.

Quando pensei que ela iria trazer algumas peças de roupas, não imaginei que seriam tantas. Mariana chegou com uma bolsa enorme, abrindo-a e despejando toda a roupa que havia lá dentro.

— Eu não imaginei que iria trazer tanta roupa. — Comentei.

— Tudo para a melhor amiga do mundo. — Que ela estava mais animada do que eu para a festa que eu iria com o Rafael, isso dava para ver de longe.

— Será que eu vou gostar dele e ele de mim? — Perguntei preocupada, enquanto analisava as roupas.

— Você é bonita, jovem e inteligente, qual é o cara que não irá gostar de você? — Respondeu como se eu tivesse feito uma pergunta, na qual a resposta era óbvia.

Imagino que a parte que as meninas/mulheres mais gostam é enquanto elas estão se arrumando. Imagine-se dedicar alguns segundos para ficar mais bonita. Analisando-se como o seu corpo fica bonito em uma roupa específica. A maneira como os seus olhos ficam mais destacados com a maquiagem — que embora seja feita em pouca quantidade —, ainda assim parece ter demorado horas fazendo. Ou quem sabe olhando para os seus cabelos, que muitas vezes deseja outro, mas com uma maior exatidão lhe deixa mais viva, com mais brilho.

O problema é que eu não me via exatamente assim.

O ato de estar me arrumando era a parte mais chata de ter que ir a algum lugar.

Não gostava de passar horas em frente ao espelho ou procurando uma roupa para utilizar, principalmente por não saber mais o que vestir e em como eu era. A minha vaidade havia sido perdida.

As únicas roupas que eu comprava eram as sociais que seriam necessárias para utilizar no escritório ou nos julgamentos que eu frequentava. Normalmente eram roupas escuras, neutras.

Por fim a Mariana apareceu com um cropped preto, um shorts branco com um tecido que não sabia exatamente como se chamava, havia alguns detalhes nele, e uma sandália na cor preta, que combinaria com o cropped.

Eu não estava acostumada a me vestir daquela maneira. Cada vez que me olhava no espelho, via o quanto aquelas roupas pareciam pequenas perto do meu corpo. Porém, segundo Mariana, a roupa estava valorizando o meu corpo. A mesma disse que deixar as minhas pernas de fora era essencial, já que as mesmas eram bonitas e chamavam atenção.

— Amiga você está maravilhosa. — Assoviou, chamando a atenção dos meus pais.

Eles estavam passando pela porta do meu quarto naquele exato momento. A mamãe até teve uma reação boa, sorriu ao me ver. Já papai prendeu o sorriso, sua fisionomia estava séria, ele não estava gostando do que estava vendo.

— Carolina você irá sair com essa roupa? — Papai perguntou, tentando manter a calma já que a minha melhor amiga estava comigo.

— Sim, algum problema? — Perguntei, como se não desse importância para a opinião dele.

O Homem da Minha Lista (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora