Arapuca...

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Não era comum uma cena daquela. Joyce era quieta, mas eu nunca havia visto ela chorar, então abri a porta do carro e me abaixei bem próximo dela.

-O que foi que aconteceu com você garotinha? -Naquele momento eu estava desesperado. -O que faz aqui numa hora dessas?

Ela sequer se atreveu a me olhar, mas logo gritou:

-Eu não aguento mais esta agonia! Parece que meu coração está devorando meus outros órgãos. E tudo isso por quê? Por culpa de ter deixado com que Ralph tomasse uma decisão tão drástica.

-Fique calma! -Arrisquei. -Do que você está falando?

-Eu passei dias e noites dando conselhos para um garoto psicologicamente perturbado e no fim, não adiantou porra nenhuma. Eu sou uma fracassada!!!

-Olha! Vamos entrar comigo, daí você esfria a cabeça. Amanhã te levo à escola.

Ela concordou silenciosamente e se levantou.

...

Era hora do Jantar, mas eu estava aflito demais para cozinhar. Então decidi pedir uma pizza. Assim que o entregador chegou, Joyce deu um pulo, pois se assustou com a forte e grave buzina do furgão. Confesso que me deu vontade de rir, mas consegui segurar.

Ela então correu para a cozinha e sentou-se no balcão de mármore. Seu rosto já não era o mesmo, ela parecia alegre e confiante.

-Eu adoro pizza! -Falou ansiosa. -Quero uma fatia de Calabresa.

"Caramba! Ela realmente estava com fome. Comeu três fatias em pouco mais de cinco minutos." Era bom vê-la alegre. Então na hora de dormir, a levei para o quarto de hóspedes.

-Aqui está bom para você? -Perguntei sendo anfitrião.

-Essa casa é muito grande só para você, não? -Ela rebateu.

-Eu me acostumei. -Respondi sem jeito. -Acho que nunca teve tanta gente aqui como hoje.

-Mas estamos em dois!

-É isso aí!

-Então para quê serve este quarto de hóspedes? E aqueles​ outros​ quartos​ vazios​?

Fiquei meio sem resposta, mas consegui dizer:

-É padrão entre casas grandes. Isto aqui não é uma mansão, mas eu tenho quatro quartos. Por precaução.

-Cante uma canção de ninar para mim?

-O quê? -"Caraca! Ela me deu um tiro de surpresa" Quase comecei a dar gargalhadas.

-Eu estava brincando! Muito obrigada por me deixar ficar aqui.

-Ah! De nada. Mas posso te perguntar uma coisa?

-Diga.

-O que aconteceu para você vir parar no portão da minha casa chorando daquele jeito? Como sabia que eu morava aqui?

-Eu não sabia! Talvez você seja um anjo da guarda.

"Fala sério! Quase chorei quando ela falou aquilo"

-É Talvez Deus tenha me colocado no seu caminho. Imagina só você, no frio da noite daqui, dormindo na rua!

-Pois é! Obrigado por me achar.

...

De madrugada acordei sentindo algo estranho. Não era ruim, talvez cócegas, mas era prazeroso. Como se alguém estivesse acariciando meu "amigo intimo". Uma mão pequena e suave, depois duas mãos e logo senti algo úmido, que me fez despertar e levar um susto. Ao tirar o cobertor de cima do meu corpo ví a garota, que há três horas atrás eu havia deixado no quarto de hóspedes, agarrando e lambendo meu órgão genital como se faz com um sorvete.

-O... O que você está fazendo Joyce? - Falei surpreso, gaguejando.

-Deixa eu brincar com seu coleguinha. -Ela disse me encarando com uma feição sedutora. -Ele parece estar tão solitário só com você aqui! Nem se atreveu à ajudá-lo com as mãos?

-Pare com isso garota! Não é certo!

-Eu sei cavalão! O errado sempre é mais gostoso que o correto. Vamos errar enquanto podemos.

Ela se levantou e tirou seu sutiã, revelando um corpo maravilhoso demais para uma jovem de apenas 16 anos. O que me deixou dividido entre um crucifixo e o tridente do diabo. Tentei ser forte, mas o desejo foi maior que o medo. Então tirei minha camisa e agarrei Joyce com bastante tesão.

-Você pode fazer o que quiser comigo porque sou toda sua. -Ela começou à acariciar meu abdômen. Aquilo acabou pirando minha cabeça, fazendo com que eu não conseguisse ver mais nada.

...

De manhã acordei completamente nu em minha cama, coberto apenas com um lençol branco. Foi um choque no momento, mas comecei à me lembrar daquela madrugada.

Quando me levantei e fui até o banheiro encontrei Joyce com uma lingerie vermelha debruçada na pia, se olhando no espelho.

-Você me transformou. -falou. -Agora não sou mais uma simples garotinha. Você me fez mulher.

-Nós não devíamos ter feito aquilo.

-Claro que devíamos, você é o homem dos meus sonhos.

-Mas tenho mais que o dobro da sua idade.

-E daí? Não há problema algum. Eu te amo.

Fiquei mudo por alguns segundos e então ordenei.

-Não conte nada à ninguém.

-Fica frio Emmanuel. Eu não vou.

-Jura?

-Sim.

-Então vamos para a escola. Estamos atrasados.

Inconstante...Onde histórias criam vida. Descubra agora