Castiel conseguiu chegar em casa a tempo antes da chuva começar a cair, poupando um sermão de seu pai. Bartholomew estava jogado no sofá com uma garrafa de cerveja na mão e outras espalhadas pela mesa de centro, enquanto assistia um filme antigo que Cas não reconheceu. Sua tentativa de subir para o seu quarto sem fazer nenhum barulho para não chamar a atenção de seu pai foi falha. Novak deveria saber que o mais velho tinha o famoso "sexto sentido" que era terrivelmente assustador. Por mais que Cas fizesse o menor barulho possível — até andando na ponta dos pés — seu pai sentia sua presença.
- Vai subir sem falar com o seu pai, Castiel?
Novak engoliu seco repreendendo-se por ter vacilado um segundo depois de ter feito tudo o que seu pai havia pedido — ou melhor, ordenado — no quesito de voltar direto para casa logo assim que saísse do portão da escola. Bartholomew detestava atrasos mesmo quando não tinha nenhum compromisso para ser cumprido. Uma vez que Cas atrasou-se por causa que ainda estava fazendo prova mesmo depois do horário, chegando um pouco mais tarde em casa, seu pai lhe bateu deixando-o com as pernas marcadas e avermelhadas, até com algumas manchas roxas espalhadas pela pele, fazendo o menino prometer-lhe que nunca mais se atrasaria de novo. Cas não fez nada além de concordar com seu pai. Desde então, o moreno faz o possível para chegar em casa cedo.
- O-Olá papai.
- Venha aqui garoto! - O mais velho ordenou com a voz firme fazendo o menor tremer o corpo.
Castiel caminhou a passos largos parando ao lado de seu pai no sofá, tentando relutante não o olhar nos olhos. Bartholomew agarrou o pulso do filho e o puxou para sentar-se ao seu lado. Na hora, o menino não havia entendido tal atitude de seu pai, mas preferiu não comentar ou argumentar sobre.
O mais velho pegou uma garrafa de cerveja ainda fechada, arrancando a tampa com os dentes logo em seguida, entregando a mesma para Castiel.- Beba um pouco. - Sua voz era calma, mas sua expressão facial não enganava o menor.
Não era a primeira vez que bebia com seu pai. Antes mesmo de Hannah falecer, o pai deixava o filho tomar alguns goles, mas escondido da mãe, é claro.
Era divertido, o menino adorava ter esses momentos quando o pai ainda era uma pessoa normal.Porém, ele agora sentia nojo. Nojo da pessoa em que Bartholomew havia se tornado, nojo de tudo que vinha dele até Castiel. Se ele tivesse coragem, ele iria pegar sua mochila e retirar-se imediatamente dali, porém, era como seu pai lhe dizia: ele era um completo covarde.
Então ele pegou a garrafa da mão de seu pai e deu três goles profundos sentindo o líquido gelado molhar sua garganta e descer quente e amargo pela boca do estômago. Viu seu pai abrir um sorrido sacana exibindo seus dentes meio amarelados, enquanto o mesmo desfrutava de sua própria atitude, a satisfação. O mais velho também tomou mais um pouco de sua garrafa e focou os seus olhos azuis no curativo na testa de Castiel. Torceu os olhos levemente e perguntou.
- O que você arranjou aí? - Perguntou apontando o dedo indicador até a ferida do filho.
- Ah, e-eu... Eu caí e, e bati com a cabeça no armário da escola. - Cas era péssimo com mentiras, mas ele não iria dizer o fato real, pois não queria ser humilhado mais uma vez. Não naquele dia.
- Estúpido. - Resmungou revirando os olhos em impaciência. - Além de burro é cego. Qual é o seu problema, garoto?
O menino abaixou a cabeça olhando para sua mão ocupada com a garrafa, sentindo-se mal pelas palavras grotescas que o pai lhe referia. Ele realmente era um estúpido. Nem se proteger ele sabia direito.
Barth pegou a garrafa brutalmente das mãos do moreno e fez uma ordem elevando a voz fazendo o moreno pular de susto no sofá.
- Vá para o seu quarto agora!
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Insecure
FanfictionOnde um garoto de 17 anos só conseguia controlar-se apenas com pílulas atrás de pílulas, onde um garoto procurava a distração fazendo cortes profundos em suas coxas e fumava maços de cigarros aliviando toda a dor interna de seu ser. Ele sabia que aq...