Passado

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Ontem eu dei três tiros no passado. O primeiro deles foi no peito para matar tudo o que ele havia sentido. O segundo deles foi na cabeça para que fosse apagado cada uma das lembranças que ele teve em seu pouco tempo de existência. O terceiro e mais fatal dos tiros foi em sua boca para que aqueles lábios nunca mais tivessem a ousadia de dizer que me amam. Fui acusado de homicídio, mas aleguei legitima defesa. Afinal, se eu não matasse o passado, ele me mataria.
                       - Otávio L. Azevedo

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