Capítulo 1- A Invasão...

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Daqui a dois dias seria meu aniversário de 18 anos, nesse dia eu vou ser despejada deste abrigo de assassinas e viver minha vida tentando sobreviver de hordas de zumbis todos os dias em busca de um abrigo seguro. Fugir de zumbis, não estava na minha lista de vida. Matar também não. Mas agora, era assim a vida humana, pessoas treinadas para matar. Nosso objetivo era chegar a Capital para voltar e salvar o resto do acampamento, mas ninguém nunca sobreviveu um dia para voltar.
              Meu medo era esse, virar zumbi ou ser morta por um zumbi. Mas nada podia me impedir de ser invencível.
              Nesta hora Angel me cutuca, me tirando de meus devaneios.
               - Hello! Terra chamando Tris!- ela me chama.
               Olho para ela. Ela era Angel Price. Bonita, porém magra, não seria difícil confundir ela com um zumbi. Pálida de olhos azuis. Cabelos negros. Eu tinha olhos verdes escuros e cabelos loiros caramelo.
                - O que foi, Angel?- digo estressada.
                - Eu perguntei o que vai fazer quando sair daqui.
                Penso um pouco antes de responder. Eu realmente não sabia o que iria fazer depois de ser despejada. Mas era uma boa questão e a resposta mais rápida seria: SOBREVIVER.
                - Não sei ao certo ainda, mas sei que seria sobreviver.
                - É a resposta mais clara aqui. Não é?
                Sim, era. Era difícil de acreditar que teria que lutar contra zumbis, só de pensar me dava calafrios na espinha.
                 - Claramente. - digo.
                 - Mas depois que você ir depois de uns dias eu vou sair. Você poderia ficar uns dias pelas redondezas e a gente podia se encontrar. - ela propôs.
                Ela sorriu. E me contagiei também. Mas logo meu sorriso sumiu com um pensamento. Que logo contei a Angel:
                 - E se eu morrer antes?- digo com medo.
                 - Você não vai morrer. Eu te conheço e sei que é forte e independente de tudo, e que vai sobreviver para ficarmos nessa juntas. Está bem?- diz ela, aquelas palavras me comoveram tanto que lágrimas começaram a escorrer pelos meus olhos.
              Ela me abraça. Minhas lágrimas molham a manga de sua camisa. Angel era como minha irmã, éramos amigas desde que eu cheguei aqui, com quatro anos. Estávamos na pré escola. Onde ensinavam a falar e ensinar matérias essenciais para um assassino. Depois, com oito anos, fomos para o acampamento de assassinas. Mas ainda era o ensino fundamental. Com 12 anos fomos a arena de treinamento onde vivemos até os 18 anos.
              Angel se desenrola do abraço e enxuga minhas lágrimas.
              Ficamos em silêncio por uns minutos. Dava para ouvir os ronronares dos zumbis de longe. Me encolhi. Daqui a exatamente 48 horas iria encarar pessoas, ou cadáveres de pessoas, que adoram carne humana.
               Só de pensar naquela pele suja descolando da face, os olhos esbugalhados e vermelhos de dor e sofrimento misturadas com fúria, me dava calafrios.
               A porta do quarto abre, mostrando a figura musculosa de Fred. Ele sorri, eu também, vou correndo para seus braços. Minhas lágrimas não se controlam. Ele me beija com ternura e amor. Nos olhamos por um momento, absorvendo cada traço de nossos rostos.
             - Olá pequena.- sussurra ele.
             - Olá grandalhão.- digo dando um riso fraco e infeliz.
             Fred Kerry era meu primeiro, único e último amor. Ele tem olhos verdes e cabelos ruivos. Suas sardinhas no rosto, dando um ar infantil nele. Ele tinha 19 anos. Um militar do acampamento. Conheci ele treinando arco e flecha, quando por pouco não o acertei com uma flecha.
              - Acho que vou deixar os dois pombinhos a sós.- diz Angel.
              Ela da uma risada e sai do quarto.
              - Você vai daqui a dois dias né?- ele me pergunta.
              Respondi que sim com a cabeça. Não conseguia falar aquelas palavras. Uma lágrima cai.
              - Queria poder ir com você. - diz ele.
              - Eu também.
              Ele roça seus lábios nos meus, seu beijo terno e respeitoso. Até que eu ouço um barulho agudo e um alarme soa. Esse arlarme só era acionado quando éramos invadidos por zumbis o que nunca aconteceu.
            - Fomos invadidos.- diz Fred. Sua expressão relatava terror. - Vamos.
            Ele pega duas armas e munição embaixo de minha cama e corremos para fora do quarto. Descemos as escadas rapidamente. Um zumbi aparece na minha frente, disparo a arma em sua cabeça. Ele cai duro no chão. Uma gosma esverdeada e grudenta escorre do furo da bala.
             Fred olha para mim e me chama para correr. Corro desesperadamente. Como se o mundo estivesse acabando, e estava mesmo, senti uma pegada no meu calcanhar me puxando para trás. Caio no chão e grito de dor. Um zumbi me pegou. A adrenalina aumentava nas minhas veias, suor escorria na minha testa e lágrimas já queriam sair de meus olhos.
        Era o fim.
        O zumbi sobe em cima de mim e abre sua boca em um grito seco, seu hálito podre invade meu nariz. Sua cara deformada se retorce em uma careta, fazendo sua boca ficar torta. Ele chega mais perto, minha respiração está entrecortada e ofegante. Era difícil respirar. O medo me domina, fecho os olhos e sinto ele chegar mais perto. Os outros zumbis já estavam chegando perto do jantar.
        Engulo em seco, só estava esperando a dor e o fim.
        Mas ouço o estalar de uma arma, disparando uma bala. Sinto o zumbi cair ao meu lado, morto. Abro os olhos e vejo Fred coberto de sangue de zumbi. Ele me ajuda a levantar.
        - Você está bem?- ele pergunta. Respondo que sim com a cabeça. Estava em choque demais para falar.
         Sem falar nada preparo minha arma e corro, Fred sem entender nada me segue com a arma em punho. A cada esquina do corredor, olho para os lados para ver se não tinha nenhum zumbi a espreita. Quando encontro, diparo uma bala na cabeça do zumbi, fazendo ele cair no chão em um baque seco.
         Vou seguindo assim. Até que saímos do prédio. O alarme soava. Os militares e as alunas estavam correndo para o abrigo subterrâneo. Fred e eu também corremos.
            Eu alcanço o abrigo e olho para trás. Fred estava caído no chão gritando de dor. Ele havia torcido o tornozelo. Zumbis estavam chegando perto. Corri até o outro lado do campo, gritei a todos os pulmões, não ia deixar Fred morrer. Não hoje. Ainda gritando, chamando atenção dos zumbis, vou andando para trás.
          - Tris! Não!- grita minha irmã mais nova, Teresa.
          Olha para sua direção, os militares estavam a segurando, para não correr. Os zumbis já haviam desviado de Fred, e estavam vindo na minha direção. Suor escorria pela minha testa, meus olhos estavam cheios d'agua. Minha boca fica seca. Minhas mãos úmidas deixando a arma escorregar das mesmas.
         Meu sangue ferve e a adrenalina toma conta de mim. Grito e atiro em todos os zumbis.
          A cada bala uma lágrima. A cada furo uma gota de sangue. A cada baque um estrondo da arma. A cada passo, um grito. A cada morte um luto. A cada gota de suor uma força se esvaindo.
           A munição estava acabando. Os zumbis se multiplicando. Corro até perto do abrigo, onde já conseguiram salvar Fred, sem parar de atirar nos zumbis.
          - Feche a porta!- grito para Bob, um dos guardas que estava perto da porta. Ele me olha como se eu estivesse brincando com a cara dele.- Ande logo!- grito mais uma vez sem paciência.
          - Não vou deixar você sozinha Tris.- diz ele sério.
          Olho em seus olhos e pego na fechadura da porta, respiro fundo e mergulho na escuridão do abrigo. Bob já havia fechado a porta do abrigo e os outros guardas o estavam ajudando para empurrar um móvel na porta, impedindo a entrada de qualquer coisa. Olho para todos os lados e encontro Fred deitado em um canto do abrigo. Vou até lá e sento ao seu lado. A única coisa que ouviamos era os arfares das pessoas desesperadas e os ronronares dos mortos vivos lá fora, a espreita só esperando alguém sair para poderem atacar, alguém indefeso e inocente. Desde que tudo isso começou me sinto ansiosa, como se algo de ruim fosse acontecer. Mas afastei tal pensamentos e respirei fundo, substituindo a cara séria por um sorriso, já que estava com Fred.
              - E aí? Como está se sentindo?- falo com Fred.
              Ele geme de dor e se senta, com as costas apoiadas na parede de pedra fria. Seus olhos se concentram no vasio. Sua tristeza era nítida em sua face, o que me corroia por dentro de culpa. Eu tinha deixado ele cair, e se ele tivesse morrido, morto por estes zumbis mórbidos?
              - Bem, tirando a parte que torci meu tornozelo, estou bem.- diz ele dando um sorriso fraco.
              - Que bom que se sente bem.- digo sorrindo.
              - Sabe... As melhores coisas da vida são de graça.
              Franzo o cenho.
              - O que você quer dizer com isso?
              - Que as melhores coisas, exemplo: você, são de graça.- com esse ditado me lembro da Angel.
              Ela era a melhor amiga que eu poderia ter. Ela sempre esteve ao meu lado, sempre me animando, me consolando. Ela era meu ombro amigo.
               - Fred,- ele me olha prestando atenção. - você viu a Angel?
               Ele tenta lembrar mas balança a cabeça negativamente eu sorrio e dou-lhe um beijo na bochecha, me despedindo para procurar ela.
                Olho para todos os lados, vejo todas as garotas do acampamento menos a Angel. Vejo uma abertura na parede mostran-
do a parte de fora do abrigo. Espio e vejo zumbis, mais e mais zumbis. Tinha mais zumbis que eu pudesse imaginar. Só que de repente vejo um vulto atrás de uma janela do prédio central do acampamento. Não era um zumbi... Era uma pessoa! Presto mais atenção e vejo outro vulto na janela da entrada, a porta se abre revelando a Angel. Ela estava toda coberta de sangue, segurava uma arma que parecia estar acabando a munição. Meu sangue ferve e meu único extinto é correr até a porta, não me importei por pisar nas mãos e pés das pessoas só queria minha amiga de volta.
                 Ela era uma menina indefesa lutando com zumbis que só se importavam em se saciar de vingança.
                - Bob! Abra a porta!- grito para Bob.
                Chego até ele e o sacudo de desespero.
                - Por que?O que aconteceu? - pergunta ele confuso.
                - A Angel está lá fora!- digo já com lágrimas nos olhos.
                - Não posso Tris. É contra as regras.
                Empurro ele para o lado e jogo o móvel que estava na porta para o lado. Arrombo a porta e vejo milhares de zumbis vindo na direção do abrigo.
                 - O que você fez Tris!- grita Bob para mim, respiro fundo.
                 - Eu prefiro morrer! Mas não deixarei uma de nós para trás!- respondo.
                 Pego a arma que estava na minha cintura e a seguro. Ando um pouco saindo porta afora do abrigo. Minhas mãos tremiam. Suor escorria por meu rosto me fazendo arfar. Atiro em um zumbi e depois outro e depois mais outro, até não sobrar quase nenhum. Angel corria em minha direção eu chamava para ela correr. Pois, vários zumbis estavam correndo atrás dela.
                  - Angel! Corra!- dava para ver o desespero em minha voz. Ela era a única coisa que eu tinha esperança.
                   Só que por um milésimo de segundo, um zumbi a segura com força pelo seus pés a fazendo cair. Corro em sua direção e empurro o zumbi com a arma. Dou-lhe um soco na cara e atiro em sua testa. Angel horrorizada me abraça e corre junto comigo de volta para o abrigo. Era um misto de emoções, raiva, pelos zumbis, alegria por salvar Angel, tristeza, por não conseguir salvar o lugar onde vivi  a minha vida inteira.
                   Era uma sensação de culpa. Não sabia o por quê disso mas era. Tinha certeza que iria ser uma porta para algo mais ruim ainda, o que fazia me dar calafrios na espinha. Fred. Era outra coisa que não saía de minha cabeça. O que aconteceria depois de a gente se separar? O acampamento poderia ter sido destruído, mas não era uma iniciativa para não continuar com suas tradições. Angel, estava em choque também, e o que faria depois de sair daqui? Ela só era uma menina de 17 anos indefesa e insegura, nem sei o que fazia aqui, do lado de verdadeiras assassinas, ela devia estar mesmo confusa.
                  Tenho pena dela. Não uma pena ruim, mas uma pena boa. Não sei se existe uma pena boa, mas sentia. Minha cabeça estava girando cheia de perguntas e mais perguntas sobre tudo. Estava confusa e descrente. Confusa por não saber de quase nada do que estava acontecendo, e descrente por... Não saber o que fazer!
                   Vejo Angel encolhida e um canto. Fred gemendo de dor encostado na parede. O sofrimento era claro para todos aqui mas para eles era pior.
                    Sem perceber e nem acreditar, caio num sono profundo facilmente. O peso do dia se esvaindo a cada inspiração. A energia se recompondo a cada minuto. Não queria nem pensar no que viria amanhã...

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Então meus amorecos, o que acharam?
Vocês sabem que por causa de o Wattpad ser "copiado"/"espelhado" Live Next foi plagiado como todas as outras histórias do Wattpad e vocês sabem que são bilhões.
E eu como sou uma cagona, tive um ataque de pânico e exclui minhas histórias, eu nem pensei. Sei todas as pessoas que tem uma história do Wattpad também entrou em pânico.
Mas estamos juntos nessa!
Vou postar os capítulos até onde parei e vou dar um tempo para postar outro... Ok?

Beijos
-Lary ✨

Live Next To Living Dead [Em Pausa!]Onde histórias criam vida. Descubra agora