Capítulo 8 - O Poço...

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Depois de umas horas sem rumo a gasolina começa a acabar. Aviso a Júlia que quando avistasse um posto de gasolina era para me falar, já que eu não podia tirar os olhos da estrada, ou acabaria saindo da pista. Ela entende. Quando ela avista um posto ela aponta freneticamente para o local e grita:


- Ali! Um posto, ali!- ela diz.


Me sinto aliviada por um segundo, até eu ver o posto rodeado por pessoas, ou zumbis, que ziguezagueando quase caiam uns nos outros. Eu não tinha opção tinha? Então estaciono o carro num lugar bem longe deles. Estava muito ruim para ver a cara deles de novo.


Júlia se encolheu no banco.


- Você vai até lá?- pergunta ela.


- Claro! Você não?- eu digo.


- Para ser sincera com você.- começa ela.- Eu estou com muito medo.


- E eu também estou- digo respirando fundo e encarando a tranca da porta.- Mas preciso fazer isso.- olho para ela novamente.- Por nós.


Engulo em seco. Vejo o monte de zumbis cambaleando sem rumo escolhido. "Nada é impossível para mim". Penso comigo mesma.


- Vamos?- pergunto para Júlia.


Observo ela se retrair no banco, o medo era lido em sua face. Sentia-me em seu lugar, com certeza ela tinha medo dessas coisas e eu não era o contrário.


Eu não era tão corajosa como achavam que eu era, meus demônios interiores atormentavam-me. Faziam-me recuar, sentir medo, todas as pessoas do mundo sentiam isso.


- Não sei, Tris. - diz ela. - Não me parece confiável.


- Nunca será confiável. - eu retruco.


Isso não era, de nenhuma forma, confiável. Sempre seria suicídio fazer isto nos dias de hoje. Havia zumbis por todas as partes nestes últimos tempos. Isso aconteceu em 2035, agora é o ano 2055, faz faz 20 anos que esse vírus se manifestou no corpo humano.


Os cientistas fizeram de tudo para ele não se evoluir, mas o esforço não valeu de nada, o vírus foi mais forte, e mais evoluído do que os cientistas estavam acostumados para fazer parar. Como se fosse um novo estilo de ebola, só que mais forte.


Esse tipo de vírus era conhecido pela raça humana. Esse vírus ficou conhecido como Morbus Dose, que quer dizer "Uma Dose De Doença", o que não é um nome muito original para mim. Os cientestas estavam desenvolvendo uma vacina contra este vírus quando aconteceu o primeiro caso de um morto por este vírus ressuscitar e matar uma dúzia de pessoas.


Os cientistas pesquisaram o corpo e encontraram sequelas do vírus no sangue, como se o vírus estivesse ainda fazendo efeito no corpo da vítima, no caso do ebola, mas por muito mais tempo.


Foi quando mais pessoas desenvolveram este vírus e começou uma epidemia sem cura, o motivo do vírus se alastrar tão rápido ninguém sabia. Era um mistério que até hoje não foi decifrado.


Como eu sabia disto tudo? Foi Fred que tinha me contato esta história, entre outras curiosidades.


Voltando para a realidade, eu olho para Júlia, seus cabelos ruivos fazendo lembrar-me de Fred, a coincidência de ela ter os mesmos olhos verdes que ele também eram muito estranhas.


- Júlia, - eu começo. - você tem algum parente que você lembre?


- Que eu me lembre? - ela para e pensa. - Não.

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⏰ Última atualização: Apr 16, 2016 ⏰

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