† Gotas na areia †

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"E cá estou eu mais uma vez, no escuro, aprendendo a desatar os nós invertidos de meus calçados imaginários.
Tentando conhecer a mim mesmo, pela última vez, resolví o quebra-cabeças mais importante de minha vida...
Adeus...
Simples letras num papel morto ou a razão pela qual toda paixão é imortal e inominável ?
Sou mais um na multidão, embora exista apenas nos sonhos não realizados de uma adúltera sombra no espelho.
Entendi porque posso ser a gota que transborda o oceano e, assim, poderei me libertar de mais uma prisão emocional.
Corro livre para o abraço da noite pois, de todas as amantes, somente ela vela minhas lástimas.
Não adormeço mais sobre o medo, nem me alimento de dor;
Sou um fantasma de meu próprio tempo e todas as minhas correntes se partiram.
Adeus...
Simples letras num papel morto ou a virgula que dá sentido ao ponto final de minha quietude ?
Quisera que meus contos inacabados de minha infância me ensinassem a amar antes de viver;
Ou permitissem recitar as entrelinhas de minha lágrima rebelde em voz alta...
Voaria cego em direção ao infinito e lhe roubaria a inspiração de amar;
E cada beijo roubado da madrugada ficaria manchado em meus lençóis de ébano.
E cá estou eu mais uma vez, no escuro...
Aprendendo a desatar os nós invertidos de meus pés descalços."

JuniorLSJ

Novembro1976@gmail.com

O Silêncio dos GóticosOnde histórias criam vida. Descubra agora