6- Castigo

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-Você, provavelmente, sonhou. – Alaska revira os olhos e bufa, impaciente. A sua ressaca estava forte e aturar Jupiter falando dos seus ataques de maluquices não era nada legal para a loira agora. –Isso sempre acontece, Ju. E agora, com a morte de Taylor a tendência é piorar.

-Não foi um sonho, Alaska!

Jupiter murmurava qualquer coisa consigo mesma enquanto andava em círculos na sua sala de estar. Ela poderia se lembrar da frieza nos olhos verdes do moreno alto.

-Eu tenho certeza... - Jupiter murmurou com a mão no queixo. –Mas de qualquer jeito, não posso querer que acredite em mim, isso é muito insano... - A morena riu apontando. - Até pra você.

Alaska olhou para a sua amiga com um olhar nada satisfeito e resolveu ignorar, mas ela pode ver a cara que sempre temeu, Jupiter teve uma ideia e Alaska bufou, Lá vem!

-Mas vovó ira acreditar em mim! –Jupiter estalou os dedos. -E eu vou visita-la. –Jupiter pegou a sua bolsa castanha e se dirigiu até a porta.

Ela sabia que sua avó era bem estranha, mas também tinha a certeza de que ela seria a única que acreditaria nela, como todas as vezes.

-São duas da manha, maluca!- Alaska gritou, quando ela percebeu que Jupiter já tinha saído de casa, bufou e bagunçou seus cabelos. –Um louco pedindo conselho para um pirado, isso não vai dar certo.

-Vovó!- Jupiter gritava no portão da casa de sua avó, o vento gelado fazia as pernas nuas de Jupiter se arrepiarem, mas ela achou isso desinteressante quando se recordou dos olhos negros a encarando enquanto o homem pedia para que Jupiter não o esquecesse e aquilo soou como um perigoso aviso. - Vovó, por favor, eu preciso da senhora!

Após Jupiter sussurrar tais palavras, a porta se abriu e ela viu a sua avó na porta com o rosto assustado, ela sabia e acreditava que algo não estava certo.

-Vamos! Entre, a guerra irá acontecer. – A senhora puxou o braço magro de sua neta e a mesma cambaleou para dentro da casa confortável e pequena.

-Avó, desde que eu te conheço você diz que a guerra vai acontecer. –Jupiter arrumou o seu casaquinho azul. –Que guerra?

Jupiter a olhou, confusa, Diana percebeu que ela estava pronta para saber a verdade e mesmo se não estivesse elas não tinham mais tempo. A senhora sentou-se no cadeirão amarelo que não combinava com a sua decoração e olhou para o colar de Jupiter.

-Quando você nasceu eu dei a você meu colar e por muitas vezes você dizia que ele era estranho, que ele sumia sozinho, que ele simplesmente te abandonava, lembra quando você disse que ele brilhou para você?

Jupiter mexeu a cabeça em afirmação, Diana pediu o colar, Jupiter entregou o objeto para a mais velha. Quando a senhora pôs o colar perto da janela, a luz do luar refletiu na peça amarela e surgiu uma luz no outro sofá do outro canto da sala, Jupiter estava confusa.

-Somos bruxas Jupiter, do clã mais antigo que existe.

Jupiter levantou rapidamente do sofá e olhou para sua avó, ela acreditaria em tudo, mas nisso? Parece demais para a jovem estudante.

-Não vó, não somos. –Jupiter negou massageando suas têmporas, ela estava tão confusa e cansada, mas não evitou uma gargalhada curta. Bruxas?

-Sim, somos. – Diana levantou-se e se dirigiu para a mesinha de centro, ela pegou um vasinho de plantas mortas e voltou para a direção de sua neta. –Querida, sem medo. Eu irei lhe mostrar.

Diana sorriu, Jupiter observou e espanto tomou conta da sua face quando ela notou luzes laranja saírem da mão de sua avó, pequenos fios brilhantes amarelados cercaram a planta morta e a fumaça laranja cobriu todo o vasinho, Jupiter encarou a sua vó e o olho azulado da senhora estava amarelo, a garota deu um passo para trás, assustada.

Ela viu diante dos seus olhos as plantinhas crescerem fortes, firmes e saudáveis.

-Meu Deus! – Jupiter botou as duas mãos na boca, surpresa. Ela não podia acreditar no que estava acontecendo. –Não...

-Sim! – A senhora disse enquanto pousava o vasinho em cima da mesa. Com seus olhos azuis, Dona Diana olhou para sua neta e sorriu ao vê-la tão confusa assim como ela ficou.

-E por que eu não tenho poderes?

Jupiter cruzou os braços ainda atordoada, confusa.

-Você só os terá quando for a hora certa. – A mulher sorriu com carinho.

Desde pequena, Jupiter se sentia diferente, a sua avó era a única que acreditava nela e por muitas vezes, Benjamin, seu pai, proibia sua filha de ver a avó, dizia que Diana era louca e que suas loucuras estavam influenciando Jupiter. Esse é o maior problema dos mortais, ao ponto de vista de Diana, eles são hipócritas e egoístas, eles preferem acreditar neles mesmos e viver para eles mesmos, era difícil para a senhora de idade acreditar que o seu pequeno filho Ben, se transformou em um homem hipócrita onde só oferece importância ao dinheiro.

-Oh Vó... - Jupiter suspirou enquanto mil coisas passavam em sua mente.

A morena se jogou nos braços de Diana. Passou pela mente da mais jovem o quanto Diana sofreu, ela sempre tentou dizer a verdade e ninguém acreditara.

-Vá Jupiter. –A mais velha disse, separando-se do abraço caloroso de sua neta. Ela sabia que Jupiter tinha os melhores abraços. –Precisa estar em segurança, o homem que viu hoje está perturbando a sua mente, mas é só o começo.

-Só o começo?- Jupiter uniu as sobrancelhas. –Isso parece o bastante para mim.

E então, finalmente Jupiter olhou para Diana com a feição confusa.

-Como a senhora sabe?

-Eu já tinha previsto. Querida o mundo não é como te ensinaram, ele é muito pior.

Jupiter segurou as lagrimas nos olhos, ela estava em perigo e agora sabia. Mas por que aquele demônio não me matou? Ela pensou. Não é hora para chorar. Pensou em seguida. Jupiter coçou os olhos e percebeu que o sono a consumia.

-Vó preciso ir, a senhora ficará bem?

A mais velha assentiu e sorriu para sua neta. Jupiter seguiu para a saída após colocar seu colar no devido lugar. Diana ainda sorria por saber que Jupiter confiava nela, o que era algo muito importante para ambas. Mas logo o sorriso de Diana sumiu, uma expressão dolorida tomou conta do seu rosto, Jupiter já dirigia para fora da rua e não pode ouvir o grito de desespero de sua avó.

A faca de Harry atravessava o corpo da senhora e o demônio a removeu, jogando o corpo morto no chão.

-Buttler, hm?

E Harry virou-se indo atrás de sua recompensa. Ele ainda poderia escutar um zumbido na sua cabeça lhe dizendo que ele não é um Styles e isso causava mais raiva no demônio. A verdade? Estavam todos em perigo e nenhum deles estaria a salvo de um belo castigo.

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