Cena do beijo

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 America contemplava o jardim e eu não conseguia desviar o meu olhar dela. Estava tão linda iluminada pelo luar que fiquei hipnotizado ao ponto de não comandar mais os meus próprios atos. Eu estava me inclinando ao seu encontro como se fosse um imã sendo atraído para o ferro, e sem perceber, eu à beijei. 

 Ela se afastou assustada e eu fiz o mesmo.

- Desculpe - murmurei envergonhado.

- O que vocês está fazendo? - America perguntou com a voz baixa. Parecia abalada. Droga!

- Desculpe.

 Virei-me para o lado, não conseguia mais encara-la. Havia arruinado tudo.

- Por que você fez isso? - Indagou ela. Pelo canto do olho pude ver ela levando uma de suas mãos até a boca.

- É que... o que você disse no programa... E ontem você me procurou... Seu modo de agir... Pensei que seus sentimentos tinham mudado. E eu gosto de você. Achei que já tivesse notado. - Me virei e olhando para ela continuei - E... Ah, o que fiz foi terrível? Você não parece nem um pouco feliz.

 O sentimento de culpa me invadiu, fiquei preocupado com a possibilidade dela pedir para sair da seleção e voltar para sua casa. Ela não parecia feliz, mas também não parecia estar triste.

- Sinto muito, demais. Nunca beijei ninguém antes. Não sei o que estou fazendo. Eu só... desculpe, America.

 Respirei fundo enquanto passava a mão pelo meu cabelo. Estava nervoso. Por que eu a beijei? Apoiei-me no parapeito esperando que ela se pronunciasse.

 America era sincera e atraente de uma forma inescapável.  Eu sabia que ela ainda pensava no rapaz que havia namorado e provavelmente ainda o amava. Mas eu tinha alimentado esperanças de que ela estava mudando e começando a gostar de mim. Voltei a observa-la e notei que estava começando a se aproximar de mim, de repente ela pós sua mão em minha testa.

- O que você está fazendo? 

- Apagando essa lembrança. Acho que podemos fazer melhor.-  Ela abaixou sua mão e se aconchegou ao meu lado. Meu olhar permanecia voltado para o quarto. Sorri.

- America, acho que não podemos mudar a história - apesar de dizer essas palavras, eu estava feliz.

- Claro que podemos. Afinal, quem vai saber disso além de nós dois?

 Eu a encarei por um momento. Estava me perguntava se aquilo tudo fazia sentido. Eu estava tentando acreditar se aquilo era mesmo verdade enquanto a olhava nos olhos. Permanecemos assim por uns minutos até ela voltar a falar.

- Ninguém pede para nascer perfeito - ela sussurrou.

 Me aproximei, envolvendo sua cintura com meu braço e puxando-a para perto. Nossos narizes se tocaram. Comecei a acariciar seu rosto com os dedos de uma forma delicada.

- É, não acho que seja possível evitar - Sussurrei enquanto aproximava levemente seu rosto do meu. Inclinou minha cabeça e lhe dei o mais tímido dos beijos.

 Estava inseguro e emocionado, pela primeira vez senti a como é beijar alguém que eu gosto. Era assustadoramente bom.

 Eu compreendi meus próprios sentimentos e naquele momento eu percebi que fiz o certo ao recusar a proposta de Daphne. O que sentia por America era totalmente diferente, forte o bastante para me puxar e fazer com que eu perca o controle dos meus atos.

Depois de um tempo, me afastei e perguntei:

- Melhorou?

 America apenas concordou com um simples movimento com a cabeça. Meu coração batia forte e eu temi dela escuta-lo. Estava tão feliz.

 Ao observa-la percebi seu olhar perdido, ela estaria confusa? Lembrei-me do seu ex-namorado e que ela talvez ainda sentisse sua salta. Meu sorriso vacilou e eu tomei a palavra. 

- Posso dizer uma coisa?

Ela consentiu.

-Não sou burro o bastante para crer que você esqueceu seu antigo namorado. Sei pelo que vocês passaram e que circunstâncias aqui não são exatamente normais. Sei que você acha que há moças aqui mais adequadas para mim e para a vida no palácio. Não quero me apressar e tentar ser feliz com qualquer uma. Eu só... só quero saber se é possível... 

 Não queria alimentar falsas esperanças e no final me machucar. America parecia ser tudo o que eu precisava e se me deixasse tentar conquista-la, faria de tudo. Talvez fosse rápido demais para eu perguntar aquilo, mas eu precisava urgentemente da resposta.

- Sim, Maxon — ela sussurrou. — É possível.


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Obrigada por ler Tortinha!

Escrito por: Mariana Kaliny

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⏰ Última atualização: Jul 01, 2016 ⏰

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