Warren Graham voltava para sua casa depois de mais um dia de trabalho. Ser advogado não era nada fácil, ter que ouvir pessoas hipócritas que tinham a total certeza de que estavam certas, quando, na verdade, estavam completamente erradas.
O sinal fica vermelho e Warren para seu carro. Alternava entre olhar as pessoas que atravessavam a faixa de pedestre, algumas rápidas e outras nem se preocupavam quanto a velocidade de seus passos. Nessa troca de olhares, o homem encontra uma cena que já estava acostumado a ver: Nathan, um "colega" seu do período escolar, se embriagando num bar na esquina.
Suspirou.
Pensou em dar partida e continuar a rumar para sua casa, mas quando reparou que dois homens altos e com ótimos físicos observavam o acastanhado, repensou. Se alguma coisa acontecesse ao mais novo, Warren se sentiria culpado pelo resto da vida. Teria presenciado o perigo que o outro corria, e, mesmo assim, não tinha feito nada.
Suspirou novamente e o sinal abriu.
Estacionou ali perto.
Deixou sua jaqueta social preta no carro, o trancou e começou a dar longos passos até Nathan. Sem falar com o outro, Warren puxou uma cadeira para si e se sentou. Seu olhar não deixou de observar aqueles dois outros homens estranhos cochicharem entre si, eles queriam raptar o Prescott? Isso não seria novidade, como Nathan é facilmente reconhecido pela sociedade pela família rica e por ser herdeiro da única faculdade de Arcadia Bay.
—O que você 'tá fazendo aqui? — o acastanhado perguntou, bebericando sua cerveja na garrafa. Warren não pôde notar as olheiras que Nathan continha. Não que isso fosse anormal, mas aquelas estavam mais ainda aprofundadas e havia marcas arroxeadas meio escondidas por causa da jaqueta vermelha desgastada do outro.
—Voltando para casa.
Nathan pigarreou e revirou seus olhos.
—Sinto te informar, mas aqui não é sua casa. — bebeu mais um gole, agora mais demorado. Bateu a garrafa na mesa quando terminou de tomá-la, e logo chamou o garçom. — Traga uma vodka. — o garçom assentiu e se virou para poder ir buscar o pedido.
—Eu sei. — o moreno olhou discretamente de onde tinha os dois homens, e sorriu quando viu que eles não estavam mais lá. — O que você 'tá fazendo aqui, todo jogado?
—Olha, isso não é da sua conta. Você nem deveria estar aqui, seu merda. — cuspiu na cara de Warren.
"Se controle, Warren. Se controle. Foi você quem decidiu vir até aqui, então, porra, se controle.", pensou enquanto limpava sua bochecha.
—Eu não sei o motivo e nem quero saber, mas você tem que voltar pra casa.
—Não. — o garçom chegou à mesa, pondo a garrafa na mesa e a abrindo. Quando se retirou, Nathan a pegou a deu uma grande golada. Warren revirou os olhos.
—Pare de ser teimoso e venha. — se levantou e agarrou o pulso do menor, o levantando. Nathan, já alterado, o empurrou para longe.
—Eu já disse que não! Que caralho! — gritou. — Será que nunca nessa vida eu vou poder ficar em paz? Sempre foi assim, sempre. Tentam me controlar, tentam mandar em mim, controlando minhas ações, dizendo o que eu tenho ou não que fazer. Merda, eu só quero desaparecer. Isso é um cansaço. Quer saber? Pessoal! — Nathan novamente gritou, agora tendo olhares não disfarçados em cima de si. — Vocês não merecem essa vida. Ninguém merece ela. — bebericou sua bebida. — Todo mundo, morra!
Resmungos e cochichos invadiram o local. Warren revirou os olhos e, ao encarar um homem alto vindo em sua direção, agarrou novamente o pulso de Nathan com mais força e o levou até seu carro. Praticamente o jogou no banco do passageiro, mas não se importou e entrou rapidamente também. Deu partida com o carro e riu ao ver o homem barrigudo correndo atrás do carro enquanto os xingava.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Stay with me
RomanceTalvez uma noite em um bar possa mudar tudo. Talvez uma noite juntos possa mudar tudo. Talvez uma noite possa mudar a cabeça dele. Uma noite é o suficiente para tudo isso.