Capítulo 2

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Estive a falar com o meu pai e com o meu padrinho, que é ele que está a organizar esta mudança, que nós vamos mudar já daqui a três dias.
Ontem foi a melhor festa que já tive em toda a minha vida. Tive de dizer adeus a todos os meus grandes amigos e ao meu namorado, mas que agora tivemos de terminar tudo, por causa desta grande palhaçada.
  Eu estou pior que nunca. Eu tenho apenas 16 anos e já me considero uma depressiva.
Na minha cabeça várias coisas vagueiam, como não arranjar novos amigos, não me adaptar a Boston.
Esta foi a pior altura de sempre para os meus pais me retirarem daqui.

                  3 dias depois

Estou no aeroporto à espera que o avião chegue. Estou com uns óculos de sol para ninguém ver as minhas lágrimas derramarem  pelo meu rosto abaixo. Tenho posto os fones nos meus ouvidos para não ouvir as conversas idiotas dos meus a afirmarem que Boston vai ser o máximo.
E a cima de tudo, estou com uma enorme raiva de os meus amigos neste momento estarem na praia a aproveitar as férias de verão e eu aqui que vou ter de aguentar com mais pelo menos um mês de mau tempo.
Enquanto oiço a música 7 years- Graham a minha mãe dá um alto berro entusiasmadíssimo a dizer para irmos a correr para o avião, que já só faltavam 6 minutos para ele levantar voo.
Enquanto corria, sentia que estava a deixar tudo para trás, mentalizei-me finalmente que o meu futuro já não iria ser mais Califórnia mas sim Boston. Iria deixar tudo o que eu construí para trás. O cheiro de Los Angeles estava a ficar cada vez mais distante, e á medida que isso ía acontecendo as minhas longas lágrimas íam-me enfraquecendo muito, até eu me sentar no avião, na fila G.
O avião estava no solo a andar com bastante força para levantar voo. Quando as duas rodas estavam sobre o ar, sinto o meu coração a bater a mil sem nunca mais parar. Vejo pela janela do lado direito a praia de Los Angeles, e os pontos mais conhecidos de lá onde eu vivi grandes aventuras com as melhores pessoas do mundo.
E agora? Isso acabou.
Recebo 37 mensagens dos meus amigos a desejarem-me todos uma boa viagem e que me adorariam para todo o sempre. Acabo de ler a última e desmancho-me em lágrimas pela milésima vez. Cheguei à conclusão que nunca mais iria encontrar uns amigos como aqueles, eles fariam e farão tudo por mim. Estou morta que cheguem as férias de Natal para eu os ir visitar a Califórnia.

Já se passaram umas 2h 30 minutos, até que eu decido ir à casa de banho.
Quando me olho ao espelho, vejo que os meu risco nos olhos está todo borratado de eu chorar e que o meu cabelo parece uma vassoura de varrer o chão, de tanto despenteado que ele está.
Volto para o meu lugar, e volto a ouvir a música 7 years novamente porque realmente me faz refletir sobre a minha vida, a minha infância, a minha adolescência e a grande incógnita que é o meu futuro. Aquela música da cabo do meu psicológico, faz-me relembrar momentos que eu nunca pensei em lembra-los.
Oiço-a centenas e centenas de vezes, sem nunca me cansar, até que oiço uma grossa voz masculina, com o aviso de que vamos aterrar e para nos manter seguros.
Tiro os fones, fecho os olhos e aperto na pedra preciosa que a minha melhor amiga me deu.

Quando já tínhamos aterrado, abro os olhos e vejo pela janela um grande grupo de arranha céus, tenho de admitir que aquilo era mesmo lindo, fazia-me lembrar Nova Iorque.
Levanto-me, desço as escadas do avião e quando toco com o meu pé direito no chão, fico imóvel ao saber que cheguei mesmo, mesmo ali, a Boston!
Sinto um ar fresco e puro.

Rejectd until one day Onde histórias criam vida. Descubra agora