Capítulo 2 - Decisão

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Linda, Loura, e de branco. Quase tenebroso, se não fosse maravilhosa.

Eu deveria averiguar. Não, eu tinha que averiguar. Teria de saber o porquê de ela me olhar tão atentamente. Destrinchar as dúvidas que eu pensei por um momento que estavam respondidas. Ali parado, dei meus primeiros passos com cautela. Tentei esforçadamente correr, mas algo me fazia ir devagar, por mais que eu tentasse chegar mais perto, ela continuava distante, me olhando com seus cabelos esvoaçantes e seus olhos penetrantes. Eu queria alcançá-la, eu definitivamente queria, mas nada mexia.

— Nev! – Senti um balanço em meu corpo.

Abri os olhos com fúria.

Foi quando eu percebi que estava sonhando. Eu ainda estava no mesmo lugar, na mesma sala de aula, na mesma cadeira. Como pude cair no mesmo truque novamente?! Pensei.

— Acabou a aula, querido. – Lince me olhava cheia de preocupação. – Eu acho... que você deveria dormir mais pela noite de agora em diante.

Eu levantei lentamente.

— Eu dormi de novo... – Falei. – Que idiotice, cara. – Fechei os olhos tentando filtrar a raiva que começara a crescer, eu estava prestes a entrar em erupção.

— Você só estava cansado, Nev, não se preocupe. Ninguém prestou atenção. Nem mesmo o professor, que...

Eu sorri, tentando ficar mais calmo.

— Tudo bem, é sempre assim – suspirei frustrado. – Enfim, a aula acabou, não é mesmo?

— Finalmente, não é? – respondeu ela, como se me tentasse animar.

— Sim. Não vejo à hora de ir para casa.

— Vê se dorme direito dessa vez.

Concordei, cerrando o cenho.

— E você, vai para seu trabalho como sempre? – tentei me desvencilhar do assunto.

— Claro! Meu trabalho é importante, não posso faltar nunca – respondeu ela, orgulhosa. Lince trabalhava em uma companhia de armamento, como atendente. Era uma loja que não combinava em nada com aquela estudante bonitinha com óculos enormes e livros debaixo dos braços.

Eu ri e me afastei em direção a saída.

Antes de chegar à porta, Marcos passou por mim e deu um esbarrão. "Idiota." Pensei.

Foi quando percebi e meus olhos brilharam, estava acontecendo tudo igual ao sonho. As mesmas palavras e os mesmos movimentos. Instintivamente saí correndo em direção à porta, confiante de que poderia acontecer realmente tudo do mesmo modo. Olhei para o canto em que a garota havia aparecido em meu sonho, mas não havia nada.

— Nossa! O que deu em você? – Lince se aproximou de mim. – De repente sai correndo, achei que ia bater no Marcos por causa de um esbarrão. Você não pode ser assim Nev, as pessoas...

— Desculpe-me Lince. Eu tive um Déja vu, eu acho. Então vim ver se aconteceria a mesma coisa quando eu saísse – respondi ainda procurando inutilmente a garota dos meus sonhos.

Ela me olhou absorta.

— Como você é bobo. Déja vu acontece em momentos de segundos, situações rápidas, flashes. Ainda assim...

— É, devia ter pensado nisso – interrompi.

Lince suspirou.

— Você é estranho, Nevllek. Já falei, durma bem pela noite.

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⏰ Última atualização: Apr 20, 2016 ⏰

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