II

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Harry acordou ao lado de Louis, na mesma cama que ele. Talvez tudo que ele tivesse visto fosse mesmo uma alucinação.

"A gente deve ter se entendido ontem a noite..." pensou Harry.

Louis começou a se movimentar na cama, tirando o cacheado dos seus devaneios. "Harry, o que faz aqui?" Louis perguntou assustado, dando um pulo da cama.

"Eu... eu não me lembro" respondeu confuso.

Louis levantou-se da cama atordoado, andou em direção ao banheiro, para fazer sua higiene, tentando entender como seu ex-melhor amigo foi parar em sua cama. Louis deixou o cacheado sozinho no quarto com a mente tão confusa quanto a dele.

Harry piscou os olhos pesadamente, ainda com sono.

Quando Louis abriu a porta do banheiro, dizendo alguma coisa que o cacheado não ouviu direito, quando reabriu os olhos...

E, de repente, eles estavam no parquinho que sempre brincaram durante a infância.

"Que diabos esta acontecendo?" Harry pensava em todas possibilidades possíveis "Será que fui sequestrado e me drogaram?"

A cabeça do moreno esta explodindo; varias suposições rodavam sua mente, fazendo-o ficar tonto.

"Harry, você está vendo o mesmo que eu?" Louis perguntou parado em meio ao parquinho. Sua cara estava pálida e seus olhos arregalados.

"Se você estiver vendo o lugar que brincamos durante nossa infância inteira, sim, eu estou." Harry ainda sentia-se tonto; Louis não parecia muito diferente.

O mais velho olhava ao redor com uma expressão estranha, mas continuava lindo... Como Harry imaginou. Fazia tanto tempo que os dois não se viam! Parecia que havia se passado uma vida desde quando eles eram amigos, amigos inseparáveis.

"Você tem alguma ideia do que está acontecendo" - Louis disse se aproximando do balanço onde Harry estava sentado.

"Não..." balançou a cabeça "Só me lembro de estar parado no farol... E depois em um hospital e você, eu via você" Harry suspirou "era como se você fosse eu... Não sei explicar, todos os reflexos! Eu era você... Ou você era eu... Depois disso eu acordei em sua cama e agora estamos aqui."

"Você sabe que isso não faz o menor sentido, certo?" Louis disse até que foram ouvidas vozes distantes.

"LOUIS!" era uma voz distante e fraca "Louis, acorde!"

Os garotos se entreolharam, confusos, até que eles sentiram como se tivessem sido puxados por uma luz cegante.

"Gemma, ele acordou!" ouviram Des gritar "Louis, que susto você nos deu, garoto!"

Agora sim, nada mais fazia sentido.

Era como se Harry estivesse assistindo a cena em terceira pessoa, mas ao mesmo tempo ele participava dela.

Seu pai tinha Louis em seus braços, o ambiente ainda é o hospital.

"Louis você esta me ouvindo?" Harry perguntou, receoso.

"Sim Harry, eu estou te ouvindo" bufou "Você por acaso está brincando comigo?" Louis respondeu, levantando-se ainda tonto.

"O que você esta dizendo garoto?" Des o ajudou a apoiar-se em si para guiá-lo "Acho que deve ter batido com a cabeça... Venha" disse "Vamos comer alguma coisa. Anne disse que você não comeu nada desde que chegou aqui."

Louis não entendia mais nada. Porque só ele parecia ouvir Harry? Porque ele voltou ao hospital? Onde Harry tinha ido parar?

"Des, onde está Harry?" Louis soltou-se do mais velho, já conseguindo andar sozinho "Eu preciso falar com ele, é urgente."

"Você realmente não se lembra?" Louis negou com a cabeça "Okay" suspirou "Vamos comer e eu te conto..."

Os dois, ou três, estavam na cantina do hospital comendo um lanche natural totalmente sem vida e sem gosto, segundo Louis, o que pareceu uma opinião hipócrita já que o garoto devorou o lanche rapidamente; ele não tinha percebido o quão faminto estava até dar sua primeira mordida no lanche, Des o encarava com uma expressão que aparentava ser de pena; Louis só queria saber o que estava acontecendo.

"Des, acho que você já pode me contar o que aconteceu" Louis falou limpando a boca.

"Sim, claro, podemos começar pelo começo então" o homem suspirou "Harry voltou para a casa nas férias de inverno, ele estava tão animado de voltar para casa depois de seis meses" suspirou mais uma vez "Ele queria lhe fazer uma visita. Ele sentia tanto sua falta, Louis, ele não conseguiu esperar. Eu falei para ele, falei que não era bom sair aquela hora da noite, mas ele não ouviu, nunca ouviu" Des deixou uma lagrima escorrer limpando-a rapidamente.

"Ele sofreu um acidente no caminho para sua casa." expirou ruidosamente "Ele parou em um farol e iria te ligar para avisar que estava indo, mas não deu tempo. Um carro desgovernado atropelou meu garotinho."

O homem agora chorava sem vergonha alguma "Ele está em coma, Louis, o desgraçado que o atropelou nem ao menos prestou socorro, sorte que alguns policiais passavam ali por perto e viram tudo. Eles ligaram para você primeiro, já que seu telefone estava na discagem de Harry. Eu sinto muito Louis, eu sei que é muito para absorver de uma vez só."

Louis estava sem reação. Harry em coma? Ele esteve com o garoto alguns minutos atrás, aquilo só poderia ser um brincadeira, uma péssima brincadeira. Onde Louis sentiu como se metade de si tivesse sido arrancada, ele também sentia falta do amigo, seu melhor amigo, o único real amigo que ele já teve; isso não poderia estar acontecendo, não com ele. Harry era a melhor pessoa que Louis conhecia, ele era doce, gentil, inteligente, carinhoso e lindo; tudo parecia um pesadelo, e ele queria mais do que tudo acordar.

"Você quer vê-lo?" Des perguntou levantando-se "Talvez assim seja mais fácil acreditar se ver com os próprios olhos."

Então Louis seguiu Des até onde Harry estava.

Eu particularmente achei esse capítulo uma merda mas prometo que daqui para frente melhora,

o tamanho dos capítulos também vão ficando maiores. 

E desculpa a demora juro que não é culpa da BLINK-1975.

Anchored Soul - ls - HIATUSWhere stories live. Discover now