Capítulo 2

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- A verdadeira Cate num sábado deprimente. - Monique murmurou, me fazendo espreguiçar, olhando de relance para a mulher se trocando. - Vire-se.
- Ok. - A respondi, tirando o lençol do corpo.
- Viu os horários do circo? - Monique questionou, indo na minha frente, passando a mão pelo travesseiro amassado. - Precisamos ir.
- Claro. - murmurei, me levantando. - Na praça Andrade, perto daquele Senhor das Rosas.
Monique concordou com a cabeça, a erguendo para ver o relógio.
- É nove e meia, lá. - A informei, puxando uma escova para pentear o cabelo curto.
- Melhor irmos, então. - Monique sorriu, indo para o seu armário, me mostrando um vestido amarelo, delicado. - Venha. Precisa se arrumar para o seu primeiro dia.
Fui na direção desta, e a abracei.
- Muito obrigada, querida. - sussurrei, desfazendo o abraço.
Monique simplesmente sorriu, e me entregou a peça.
Monique saiu do quarto, me deixando só, para me trocar.
Ao me despir aos poucos, ergo o rosto para me encontrar em um espelho Grande.
As marcas nas coxas são evidentes, o que me faz perder um pouco de ânimo.
E algo a mais se apaga em mim.
- Cate! Vamos, querida. - Monique me chamou, entrando no quarto, me encarando. - Ei. Não vamos desanimar agora....Vamos? - questionou, com um olhar preocupado.
- Não. - A respondi, colocando a mão no rosto. - Me dê cinco minutos.
- Ok. - concordou.

Retirei a roupa do dia anterior, e logo, o vestido amarelo.
Saí do quarto, encontrando com Monique no final do corredor, na porta, com seus típicos óculos redondos.
Sorriu, saindo da casa verde água.
Olhei para lado, conseguia ver Canela em casa, e mais um corpo mole.
Joseph já chegou, o que faz meu corpo estremecer.
*
- Vê? - Monique sorriu, apontando a sua frente, com um sorriso para mim.
Sorri.
O Circo itinerário já era visível, não era tão grande, porém, era chamativo.
Suas cores eram azul e vermelho, os vagões espalhados, presos a principal atração; A grande tenda.
Ao chegar, nos deparamos com uma fila da bilheteria.
Não demorou até que chegasse nossa vez.
- Dois ingressos, por favor. - Monique pediu, exibindo um sorriso para o rapaz ruivo.
- Claro, senhoritas. - Sorriu, puxando dois pequenos papéis vermelhos, nos entregando. - Aproveitem.
- Obrigada. - sorri, saindo da fila.

Olhei para Monique, inquieta.
- Acha que ele gostou de mim? - Questionou, num sussurro.
- Quem? O bilheteiro? - indago, num sorriso travesso.
- É. - murmurou.
- Monique. - A repreendi, rindo.
- Ah. - resmungou, de um jeito infantil.
Logo entramos no circo, quando um senhor de bigodes grisalhos informou que a apresentação já seria iniciada.
Sentamos numa fileira mais alta do que as demais, de frente para o palco.
As luzes se apagaram, logo, me fazendo recuar.
As luzes se encontraram no centro, iluminando o mesmo Senhor dos bigodes grisalhos da Praça.
- Respeitável público! Senhoras e senhores...Com vocês, o Circo Maximus! - A voz grave e nítida do Senhor,anunciou.
E as luzes foram divididas, pelo grande espaço.
O senhor desapareceu, com o truque de atenção para as luzes.
- Não disseram que o Show era apenas uma demonstração notável de luzes. - Monique zombou, com um sorriso sarcástico no rosto.
- Apenas assista. - A aconselhei, fazendo a mulher se aquietar.
Ao passar a apresentação, o Circo demonstrou ter muitos circenses.
Desde palhaços ruivos e de bilheterias até a última atração: O Mágico.
Foi então, que as luzes se apagaram.
Novamente.
A iluminação toda, concentrada em uma Cartola Negra, uma fita vermelha a enfeitava.
Um armário, e logo, um rapaz dos cabelos negros entrou, cabisbaixo.
Ficou na frente da cartola, a puxando para si, colocando nos cabelos bagunçados, erguendo o rosto.
Exibia um sorriso para todos e todas.
Em alguns passos para trás, se encontrou na frente do armário de madeira.
- Hoje...Trago para vocês, uma das melhores formas de se escapar. - afirmou, com um jeito carismático. - Linda, por favor!
Uma moça, alta e loira veio até o palco.
Suas vestimentas demonstravam ser uma ajudante do tal Mágico.
Este, esperou a loira abrir o armário, com uma pequena chave. Ao abrir, ele entra, e ela, o tranca.
Alguns cadeados passaram pelo material, prendendo a atenção de todos.
E até a minha.
Alguns tambores foram mencionados no drama do truque, e, quando todos estavam no seu ápice de Curiosidade, Linda, a ajudante, abriu cadeado por cadeado, em movimentos rapidos.
Quando abriu, não existia nada lá.
Muito menos o Mágico.
- Se eu te contar o truque, você vai se surpreender, ou não? - Uma voz sussurrou, me fazendo virar.

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