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Por Troye

Era mais uma noite como qualquer outra, Mama havia passado a algumas horas no nosso "quarto" e deixado as roupas que deveríamos usar para essa noite, parece que alguém especial ira aparecer aqui, porem para mim não faz diferença alguma... Todos querem apenas uma coisa

Ja estou pronto quando a mulher que denominamos como Mama abre a porta de ferro de nosso pequeno cubículo, rapidamente eu e as outras 12 pessoas que ali vivem formam uma fila próximos a parede do fundo do quarto, tomando cuidado para não sujar as elaboradas roupas na parede imunda de musgo e tintura solta.

Estou entre Carolina e Vicente no meio da fila, quando a mulher de postura desleixada se aproxima sinto meu estomago afundar, suas pernas roliças são nojentas a vista, o cabelo com alguns fios grisalhos cortados no que deveria ser um curto bonito, porem o cabelo assanhado e volumoso faz o rosto da mulher gorda ficar triangular, seus olhos parecem se divertir enquanto procura defeitos para nos castigar

Escuto ela berrar algo para Beatrice que esta a duas pessoas a minha direita porem não tenho coragem de virar o rosto para ver, escuto apenas o estalar da mão de Mama acertando o que acredito ser o rosto da garota.

Beatrice tem apenas 16 anos e ainda não se acostumou com o ritmo de vida desse inferno, ela chegou aqui a apenas dois meses então vive apenas para apanhar de Mama, porem não é a mais nova.

Esse cargo pertence aos gêmeos Caue e Eduarda, os dois tem apenas 12 anos. Porem sabem bem o que se deve fazer para ficar fora do caminho de Mama ou do Lorde.

Quando a mulher gorda e repugnante chega a minha frente mantenho o rosto neutro, sua mão gorda e calejada agarra meu rosto com brutalidade e o vira para os lados, suas unhas sujas quase cravadas em minha bochecha

-Acho que hoje será seu dia de sorte, anjinho

Ao falar, luto com todas as forças para não desviar o rosto do bafo horrendo da velha, sua boca cheira a álcool e algo tóxico, porem me mantenho firme e tento afastar as lagrimas que seu bafo azedo trazem aos meus olhos

Ela passa por mim e segue para Vicente e o mesmo procedimento acontece. Assim que termina de examinar cada um de nos,ela nos manda para nossos lugares. Caminho a passos rápidos para fora do quarto, a falta de roupa me faz ter a pele arrepiada e gelada quando saímos do que conhecemos como casa grande, o que não passa de um casebre onde Mama vive com seus órfãos.

Ao chegar na sala comum, daquelas que qualquer familia normal tem, somos postos em fila e Mama nos algema juntos, apenas uma curta corrente nos separa dos outros, somos guiados para fora da casa onde o chão esta coberto de neve, alguém atrás de mim esta chorando porem não posso fazer nada a não ser seguir em fila para a vã que nos espera, a porta ja esta aberta e apenas temos que entrar e ficar quietos.

Quando todos estamos dentro do veiculo, Mama joga um cobertor grosso e pesado sobre nossos corpos, e ali ficamos como animais aglomerados no chão e cobertos sem saber por onde andam mas ja sabendo seu destino.

Depois de algum tempo de viagem, meus joelhos doem, meus pés estão apertados dentro do sapato que estou usando e começo a soar devido ao calor que se faz ali. Alguém continua a chorar porem nenhum de nos se atreve a dizer uma palavra se quer, de repente o carro para, a porta se abre porem ainda estamos cegos embaixo do cobertor, assim que k tecido é retirado de nossos corpo o vento frio nos atinge com força. Um a um saímos do carro, porem sempre perto devido a corrente que nos prende

O homem de terno que agarra o braço de Ayko a puxa com violência para dentro da boate, estamos em um beco escuro localizado nos fundos do que se imagina ser apenas uma boate de strip-tease... Quem dera

Ao entrar na área das mesas a luz atinge meus olhos com força e novamente lagrimas tendem a querer sair, porem a repreendo mais uma vez. A esse horário as luzes estão totalmente acesas, possibilitando uma vista boa do grande salão, porem não reparo muito no lugar... Não me faz diferença, assim que somos soltos caminhamos para nossos respectivos "palcos", o meu se localiza no centro do salão, Lorde diz que minha beleza o faz lucrar, então tenho lugar privilegiado

Com cuidado subo no palco junto a minha parceira, Carolina me lança um pequeno e sincero sorriso, se é que isso existe aqui. O homem de Terno que nos conduz para o interior para perto a porta e nos olha, rapidamente minha atenção se prende a arma no coz da calça do moreno!

-ESCUTEM AQUI VADIAS! HOJE LORDE FALOU QUE QUEM ATRAIR A ATENÇÃO DE SENHOR MARTINEZ E SEU FILHO, GANHARA UMA RECOMPENSA. ENTÃO SE ESFORCEM!!

Era possível ouvir alguns cochichos pelo salão vazio, era sempre bom agradar Lorde. As luzes são diminuídas e uma musica sensual é escutada pelos alto falantes, quando as portas são abertas já estou dançando, é algo completamente involuntário.

Pouco a pouco homens e mulheres da alta classe estão entrando e se acomodando em seus lugares, em meu palco a dois postes de ferro solido e liso, um para mim e outro para Carol, ja temos dois clientes ao nosso redor. Me foco apenas em meu dever, balanço o quadril lentamente de um lado para o outro, meus pés estão latejando dentro do sapato de salto alto que sou obrigado a usar, a saia curta e rodada que uso deixa meu corpo exposto tanto como a blusa curta que mal cobre meu dorso, porem ser exposto não me causa tanto nojo, ou os olhares e palavras que escuto. Estou acostumado a isso, essa é a vida que aprendi a ter

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