POV Natali
- Oh, querido, não fique assim. – Minha tia acariciou seu ombro.
- Desencontros acontecem. – Sorri de forma forçada.
- Isso mesmo! – Analú concordou e ele sorriu se virando para falar com os filhos.
- Posso ir agora? – Falei apenas para que minha tia escutasse.
- Saia educadamente. – Ela sussurrou de volta enquanto observava Benjamin brigar com Bernardo por algo que sinceramente não dei importância.
- Oh, claro... Tem como desenhar? Eu meio que não aprendi essa lição na escola. – Analú revirou os olhos antes de ir para a cozinha e me deixar sozinha sem saber como "sair educadamente". Eu realmente não quero as consequências da sobremesa – que eu disse antes.
Talvez eu deva falar francês? É educado.
- Excusez-moi – Eu disse me aproximando de Benjamin e ele me olhou confuso enquanto eu sorria – À tout à l'heure. – Eu disse antes de caminhar até a porta.
- Só eu que acho essa garota esquisita? – Escutei Bernardo dizer antes que eu pudesse fechar totalmente a porta.
Isso não foi educado? O que é educado afinal? Quando eu estive na França, esse tipo de educação era essencial. Que coisa.
Depois de dez minutos, eles saíram. Seres atrasados.
Eu já estava no carro. Uma das minhas primas abriu a porta em que eu estava encostada olhando para o nada, fazendo com que eu quase fosse ao chão. Não fui apenas porque Bruna estava empurrando Marina na porta.
- Ei Bruna, o carro tem quatro portas! Para de empurrar! – Marina disse entredentes.
Maria Catarina – mais conhecida como Marina é minha prima mais velha. Assim como eu, Marina está com 17 anos e é apenas dois meses mais velha e dez vezes mais bonita que eu. Se não fosse sua mentalidade, ela seria perfeita.
- Não me venha com essa, eu vi a porta antes! – Bruna reclamou. Ótimo argumento, Bruna.
Já a Bruna, é mais nova. Ela fez aniversário algumas semanas atrás. Agora está com 16 anos. Ela é considerada um ser extremamente fofo. Ao menos pela aparência e algumas coisas que diz. Mas eu digo que é melhor não confiar muito nisso.
Ainda tem o Arthur que é o caçula. Ele tem 15 anos e é muito doce. Provavelmente está ajudando minha tia com alguma coisa no momento. Seu aniversário foi ontem. Nossa, minha tia teve um filho logo atrás do outro, que incrível!
Eu diria que eles são os únicos com quem me importo realmente. Tornaram-se meus irmãos e minha mãe. Sem eles eu penso que seria uma pessoa ainda mais fria já que essa característica nasceu comigo.
Minhas primas, por serem garotas adolescentes, bonitas e de certo populares independente do grupo em que estão, são alvos de alguns babacas.
Uns anos atrás, quando eu estava no 9º ano, e estávamos morando em Londres, um garoto do colégio que se chamava Christian e era mais velho que nós duas, resolveu ficar no pé da Marina. Minha prima é meio idiota e ficou com ele. – Sério, eu não entendo essas coisas.
Flashback on
Depois de algumas horas, eu estava saindo da sala do diretor por ter batido em um garoto com a bandeja do refeitório e quebrar seu nariz logo depois dele ter chamado o Arthur de frango. Não por ele ter xingado o Arthur em si, mas por não saber xingar. Sério, quem diabos xinga alguém de frango?
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Um garoto diferente
RomanceApesar da história se chamar um garoto diferente, se trata de dois adolescentes órfãos e problemáticos. De um lado, a garota de personalidade extremamente forte e de gênio difícil com muitos segredos que a mesma sequer sabe. Do outro, um garoto...