Antes de tudo

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Eu me lembro como isso tudo começou, lembro de como o inferno veio à Terra, tudo o que era importante não é mais, não existe mais democracia, nem religiões, a última coisa que sobrou, foi o medo, tudo mudou, até o cantarolar dos pássaros não é mais o mesmo.As vezes sinto saudade do cheiro de panquecas, ou dos sons de animais da fazenda, sinto falta até das brigas diárias dos irmãos Greene que, agora, foram substituídas por gemidos de alguns andarilhos, criaturas que você achou que nunca veria, criaturas que existiam somente na ficção;Eu lembro quando o mundo se tornou um silêncio absoluto, vazio e insano.



(...)

Eu estava na sala vendo o noticiário junto com minha mãe, meu vô e os irmãos Morris, mostrava um prédio, cheio de pessoas com as caras deformadas, cobertas de sangue, elas batiam freneticamente no vidro tentando quebra-lo, a repórter estava a uma distância razoável junto com outras pessoas e soldados militares.



"Parece que o tal vírus está se espalhando mais rapidamente do que pensávamos. Todos dentro do prédio se transformaram nessas coisais aterrorizantes. Para manter todos em segurança, recomendamos que tranquem as portas e janelas e que não saiam de casa, o governo logo arrumará essa situa..."

Antes da repórter conseguir prosseguir, o vidro se quebra e os mortos-vivos vão atrás da multidão que lá estava. Os soldados atiram nos monstros mas só os 'matam' quando a cabeça é atingida, um deles consegue chegar até a moça da reportagem e morde seu ombro e arranca sua pele, a reportagem é cortada quando um dos soldados atira, simplesmente, na testa da repórter e no outro morto-vivo.
Todos na sala estão assustados, a respiração está ofegante, minha cabeça está em Atlanta, minha cidade natal, junto com meu pai e meu tio.

Atlanta foi uma das primeiras cidades atacada pelo vírus, e por quê não estou lá? Bem, todo fim de semana, eu e minha mãe vamos à fazenda de meu vô, mas quando a noticia que uma doença contagiosa estava se espalhando, vovô exigiu que ficássemos lá até o fim do mês, mas agora não podíamos, não agora que a vida daqueles que amamos está em apuros e ficar parada, não é a nossa praia.

—Hayley Miller, você não irá sair dessa fazenda—meu vô falava, ou melhor, brigava com minha mãe enquanto nós arrumávamos nossas coisas.
—Pai, entenda, temos que ir, temos que procurar Daryl e Merle!—mamãe tentava o convencer.
—Lá fora é perigoso!
—E AQUI É O QUE?—ela tinha razão, depois do que vimos na TV, parece que nenhum lugar é seguro.
—Pai, nós vamos ficar bem, Avalon foi treinada desde os 6 anos de idade pra ser uma sobrevivente, e eu? Eu sou filha de um dos melhores policiais dos Estados Unidos da América—ela abaixa o tom de voz tentando novamente o convencer.
—Tá, mas você vai armada!—ele se dá como vencido.
—Obviamente?—foi minha vez de entrar na conversa. Meu aljava e arco já estavam em minhas costas, as adagas de treinamento que minha vó havia me dado antes de morrer estavam nas botas de caça que eu calçava e eu vestia uma roupa normal de garota do campo. Você deve estar se perguntando, por quê uma criança de 12 anos tem armas e roupas de caça? Porque eu sou filha de um caipira caçador com uma enfermeira militar aposentada, sobrinha de um traficante e ladrão que já foi preso inúmeras vezes, neta por parte de pai de um bêbado abusivo que felizmente nunca chegou perto de mim, neta por parte de mãe de dois policiais aposentados, resumindo, eu não sou uma criança normal.
—Vejo que aquele caipira grosso fez, pelo menos, uma coisa direito—Ah, esqueci de mencionar que meu vô não gosta dos Dixon's, principalmente depois que um deles engravidou sua preciosa filha, minha vó era a única razão pela qual os três não se matavam, ela morreu há dois anos de tuberculose.

Depois de muita conversa pra resolver o que iríamos fazer, decidimos ir até Atlanta e se não achássemos o que procurávamos era pra voltarmos imediatamente.
Então pegamos Flicka, minha égua, e seguimos viajem, não antes de nos despedir de meu vô e seus empregados como se fosse a última vez e como pensávamos, foi.
Quando chegamos na entrada de Atlanta, era tarde demais, estava acabado, tudo sendo destruído, era como se pudéssemos ouvir os gritos de desespero dali, provavelmente os mortos-vivos teriam chegado mais rápido.
Então  depois de nos recompormos da cena, fizemos o que prometemos, mas quando voltamos a fazenda, o celeiro estava em chamas, os animais estavam mortos, naquele momento, eu percebi o que estava acontecendo, o fim dos tempos havia chegado, era exatamente como uma frase de um filme:
"Quando não tiver mais lugar no inferno, os mortos andarão pela terra"

Tivemos que sair dali às pressas pois havia uma horda daquelas 'coisas' rodeando a fazenda.
Tudo que conseguíamos ouvir era os relinchos de Flicka e os nossos soluços. Meus olhos estavam embaçados e eu segurava a minha mãe com todas as forças como se ela fosse a única pessoa que me havia sobrado no mundo, e realmente ela era.

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E aí? Gostaram do primeiro capitulo? Eu não sei explicar muito bem como era antes do apocalipse, então espero que tenham entendido.
Deixa eu dar umas notícias aqui:
1-Andrea, Beth e o Ty ficam vivos nessa fanfic
2-Começa lá naquela parte que o Rick meio que 'expulsa' a Carol(4 temporada) mas vai ter alguns flashbacks da segunda e até antes disso.
3-TWD não me pertence e nenhum dos personagens(Há não ser a Ava e alguns personagens recorrentes) me pertence.
4-Plágio é crime então por favorzinho não copiem.
Até o próximo capítulo e tchau *^*

Im a Dixon (TWD fanfiction) Onde histórias criam vida. Descubra agora