@Tweet Stranger 》Rafael Lange《

4.

{ Boa Leitura! ♡ }

O despertador ao lado de minha cama soou, indicando à mim mais um começo de um longo dia.
Levantei-me da cama relutante e caminhei para baixo do frio chuveiro, me despindo no meio do caminho. Após fazer minha higiene matinal, fui até a cozinha com o celular em mãos. Conferi minhas redes sociais e percebi que havia uma mensagem no Twitter.
Outra vez?

Mensagem direta de @cellbit ➡ @Yssatcrazzy

@cellbit: Aqui jaz um coração pronto para mais um dia!💓
@cellbit: Olá estrangeira formalmente Allyssa!

Mas que..?
Revirei meus olhos e ignorei a mensagem, indo para o meu WhatsApp enquanto pegava alguns ingredientes na geladeira para fazer uma boa e tradicional panqueca.

  》  Conversa com Alanzoka  《

Alanzoka: É hoje
É ho
Ho
Ho
Je
!

Yssa: Você tem algum problema com o dia de hoje?

Alanzoka: Não creio que esqueceu!

Yssa: Tinha algo a recordar?

Alanzoka: Oh Deus, Allyssaa!
Você vai sair comigo hoje.
Aliás,
Daqui há exatos
V
I
N
T
E
Minutos!
Entendeu?
20!
Vinte!

Yssa: Entendi! Oh céus, vou comer e me arrumar.
Onde lhe encontro?

Alanzoka: Praça de alimentação.
Se você ver um obeso na frente do Burger King com uma câmera enquanto fala sozinho
Você me encontrou.

Yssa: Obeso, câmera, sozinho.
Ok.

  Bloqueei meu celular e passei à comer minhas panquecas com certa pressa e ao terminar voltei ao meu quarto. Vesti-me com um vestido preto pouco rodado e sapatilhas pretas que continham como pingente uma borboleta branca. Botei minha gargantilha e meu colar com minha "Pedra da Estrela", passei meu inseparável delineador, peguei algum dinheiro e, antes de sair do apartamento, deixei um bilhete ao meu pai que provavelmente estaria dormindo à essa hora.
Esperei um taxi passar pela movimentada rua e então entrei no mesmo. Ele fedia a cigarro e o motorista não me parecia confiável, mas permaneci com meu suave sorriso.

– Wait.. Éto.. Para o Shopping Center, please. – Carreguei meu sotaque sem querer.

– Pode deixar. – O cara respondeu apenas.

Senti-me constrangida. Eu nunca conseguia controlar isso. Sempre que me sentia nervosa ou ansiosa passava à falar em minha língua de origem, como fui acostumada.

                    》  ♡  《

Em pouco tempo eu já estava andando pelo shopping, recebendo olhares de algumas pessoas e me sentindo menor do que já era no meio de toda aquela gente estranha – para mim.
Dizem que nós, estrangeiros, somos preconceituosos perante o Brasil, mas não é bem assim. É que tudo é tão diferente para nós, as pessoas, seus costumes, palavras e modos. Roupas, principalmente. Nós apenas comentamos da forma sincera que achamos que podemos. Isso tudo é tão assustador.
Chegando na praça de alimentação, recebi uma mensagem.

Alanzoka: Eu tô te vendo, amiga!

Olhei ao redor, confusa, até parar o mesmo no Burguer King. Desci meu olhar lentamente pelo letreiro até chegar em um garoto alto, com o cabelo bem cortado, preto e com roupas arrumadas. Ele estava rindo e apontava uma minúscula câmera em minha direção.
Alan.
Imediatamente eu sacudi a cabeça e ri, pensando no papel de trouxa que deveria ter passado e então andei até ele, apertando a barra de meu vestido.