Clove- Domingo 23:00

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Na festa a fantasia eu e John estávamos dançando uma das músicas mais lentas da noite, quando ele interrompe a coreografia e me diz:
- Clove - Olho para ele, seus olhos verdes cintilam como fogos de artifícios por causa do brilho das luzes coloridas. - Eu preciso ir agora.
- Tudo bem, nos vemos amanhã. - Respondo.
Ele se afasta, calmamente indo para a saída. Saio da pista de dança, me sento em uma cadeira giratória no bar e peço um coquetel sem álcool. Abro os olhos e me encontro em uma espécie de despensa. Sinto minha mão latejando, agonizando e doendo muito, olho, e reparo que estou cortada. Me levando e procuro um interruptor, cuidadosamente tocando na parede até que consigo achar.
No chão, meu pai, jogado de qualquer jeito, como um fantoche desengonçado. Me abaixo e digo mexendo em seu braço:
- Pai, acorde. Pai! Levante! precisamos sair daqui rápido, acho que fomos sequestrados.
Ele não se mexe. Viro o corpo dele, grito instantaneamente. Em seu coração está cravado uma faca suja e ensanguentada.
- Pai!!!! - Grito novamente e começo a chorar.
A porta se abre com um rangido medonho e cortado. John aparece com um rosto surpreso e diz:
- Clove, o que...
Levo minha mão trêmula a boca e aponto para ele, minha visão embasando devido as lágrimas quentes que transbordam e escorrem pelo meu rosto. Digo:
- Foi você! Você matou meu pai. Seu assassino!!!
A cabeça dele estava cortada, mal dava para definir a cor loira de seus cabelos, distorcida pelo líquido vermelho. Ele entra na despensa e tenta me dizer algo por meio de expressões faciais, já que parecia não conseguir falar. Seu rosto de indignação me assustou. "Talvez eu seja a próxima a se parecer com um fantoche desengonçado", penso.
Corro para a porta e saio de lá, os sentimentos de traição, incompreensão e tristeza geram lágrimas dolorosas e descontroladas que acabam tomando conta de mim.

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