Jonh - Segunda 06:00

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Acordo bem cedo, mas na verdade quase não dormi, relembrando o que aconteceu ontem e o modo como Clove me olhou. Eu não matei o senhor Thompson, eu sei que não, mas é o que ela pensa e lhe dou razão: se fosse comigo me comportaria da mesma forma.
Vou até a frente da minha casa, o jornal está jogado na grama podada, recolho e volto para o meu quarto. Na primeira página a notícia do crime.
O pai de Clove era um milionário, dono de muitas empresas e bem reconhecido pela mídia.
E eu? Apenas um, das dezenas de funcionários dele. Li a notícia por completo, ficava bem nítido, a testemunha: Clove e o principal suspeito: eu.
"Não", minha voz ecoa alto em minha mente. " Isso não está certo, não fui eu quem o matou." Vou para frente do espelho e olho para o ferimento da minha cabeça, não faço ideia de como me machuquei assim, está bem feio.
Pensamentos aleatórios se apresentam para mim, um deles, permanente. "A polícia provavelmente virá a minha procura", portanto, preciso sair daqui e pensar em como provar a minha inocência.
Arrumo uma mochila com roupas, as mais simples que pude achar, coloco também o jornal de hoje e uma agenda com dados pessoais.
Pego um boné e um casaco e saio de casa.
Acabo me instalando em um hotel, nada elegante, mas muito confortável, algo que eu realmente não esperava por um preço tão acessível. Ligo a TV no jornal local e aparece a notícia: " Assassinato de Hank Thompson", me sento na beirada da cama e escuto o jornalista falar:
- Estou aqui no local do crime, onde o corpo de Hank foi encontrado já sem vida. Segundo a polícia o corpo não tinha sinais visíveis de agressão, a única causa da morte teria sido uma facada em seu coração.
"Eu não posso ter matado esse homem", penso enquanto assisto, " realmente não posso ". O jornalista continua:
- Sobre o caso não foram achadas muitas pistas, a única certeza é que a filha de Hank, Clove Kymi foi levada para este local. - A câmera se aproxima de uma macha de sangue na despensa. - Felizmente, a jovem está bem e nesse momento dá o seu testemunho para a polícia. Em breve teremos mais detalhes.
Desligo a TV e volto a me olhar no espelho. Engulo em seco, " posso ter matado?", penso. Se até mesmo eu duvido de minha inocência como poderei provar para alguém que não fui eu?
Deito na cama e começo a pensar em como provar minha inocência.

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