segundo episódio

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Naquela noite ele não se surpreendeu que a sua ama de sangue e sexo não tivesse ido ao celeiro encontra-lo, era já uma morta viva e estava definhado durante as horas de sol deitada no quarto escuro sob o pretexto de estar doente. Ficou ali recitando poemas antigos debaixo da sombra da castanheira, versos que chegavam a uma linda moça que jazia impávida e lívida dentro do seu quarto, escutando como que por mágica a sua voz sedutora. Há vários dias ele a havia percebido contorcer-se dentro do seu vestido ouvindo as lamurias e sussurros da outra dentro do celeiro, encantou-se por ela. Na noite seguinte rondou-lhe os sentidos provocando calafrios em seus ossos e descobriu dela todas as verdades ocultas, o suficiente para que o encanto virasse um descômodo desejo ora repelido e ora recíproco da parte da virgem pálida que lhe respondia todas as perguntas. Moveu-se em torno da casa e sabia que ela o via em sonhos e o sentia na pele, nos cabelos e em todos os órgãos. Ali na castanheira ele e só ele sabia que o convite mortal já havia sido feito, ela o convidara e ele percebera, mas evitava maquinar entrar naquela casa se fosse simplesmente para aviltar a tranqüilidade da jovem, sentia sintomas de paixão, mas era tranqüilo e isso o fazia esperar. A aurora quando chega vai rompendo a barra do céu de repente e o laranja vai subindo eliminando as sombras. Ele se foi.

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⏰ Última atualização: Apr 27, 2016 ⏰

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