capitulo 02

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Aquele olhar que ele tinha, continuava me encarando, foi aí que um milhão de pensamentos venho na minha cabeça, como quando eu era criança.

32 anos atrás

"Me lembrava quando era uma garotinha, minha família, nossa, minha amada família.
Eu estava no quintal de casa, uma casa muito humilde aliás, Gênova minha irmã estava preparando a comida, tinha apenas 14 anos mas tinha que agir como se tivesse 20.
Eu tinha apenas 9 anos, também tinha 2 irmãos, Carlos de 13 e Mauro de 10 anos.
Não era um dia muito agradável, nosso pai nos abandonou a poucas semanas, não tínhamos para onde ir, a qualquer hora seríamos despejados de casa.
Aida me lembro das discussões feias que meus país tinham, quando minha mãe descobriu que ele traia ela.
Foi tudo tão horrível, eu era tão jovem, a única coisa que podia fazer ali era sonhar, ninguém ali tinha oportunidade de estudar, sentia pena em vê tantas vezes todos dormindo com fome para eu e Mauro que eramos os mais novos poderem comer.
Não conhecia TV, não tínhamos celulares ou qualquer contato com a internet, era uma casa tão pobre, cheia de necessidades, a única coisa que me Mantia viva era saber que apesar das dificuldades, estávamos todos ali, JUNTOS.
Como uma família, era algo mais que especial, não podia perder eles, são tudo que tenho.
Na manhã seguinte o proprietário da casa chegou, já havíamos atrasado o aluguel, oque restava mesmo era ir embora dali.
Minha mãe arrumava um pouco de roupas que ainda nos restava
- mamãe, para aonde vamos?
Perguntei
- temos que ir embora Naty, atrasamos o aluguel e não temos como pagar"
Aquela cena venho na minha cabeça e o senhor Enrique apenas me encarava
- e o que aconteceu?
A cara dele, eu não sabia como descrever , ele estava interessado em saber da minha vida, não queria meu corpo.
"Naquela manhã não tínhamos para onde ir, a mãe pegou uma trouxa de roupas, tivemos que sair rápido, aonde fomos morar? De baixo da ponte do viaduto, era um único teto que tinha para nós.
Mamãe dizia que eu não deveria passar por isso, já que era a mais nova, eu era o futuro da familia, mas nunca tinha frequentado a escola, como ela poderia esperar que logo eu fosse o futuro da família, naquela mesma manhã debaixo da ponte ela falou
- você não vai ficar aqui
Eu olhava assustada, queria ficar com meus irmãos e com minha mãe.
- aonde ficarei então?
- eu tenho uma amiga, ela disse que iria me ajudar.
Carlos, Mauro foram pedir esmolas pelo centro, Gênova ficou vigiando nossas coisas, eu e mamãe partimos de ônibus, o pouco de dinheiro que restava foi pago para a passagem.
Eu estava no ônibus, ingênua, via a vida passar diante dos meus olhos, cenários, casas, pessoas, cada um delas com suas próprias felicidades, tristezas.
Chegamos na casa de Dona Rita, aonde mamãe me levara para morar, Rita era amiga da minha mãe, minha mãe trabalhava numa fazenda quando criança e Rita era filha de sua patroa, um dia Rita disse que poderia sempre contar com sua ajuda.
Mamãe chegou batendo na porta, estava toda suja, quem abriu foi a própria Rita
Rita olhava de surpresa para Vilma
- Vilma quanto tempo
Parecia um olhar de desprezo, não reconhecia mais a bela Vilma de anos atrás.
- sabe da sua ajuda? Eu preciso dela agora.
Dona Rita era dona de uma vizinhança com varias casas, mas disse que só poderia oferecer abrigo para mim, minha mãe entendia completamente e se sentia feliz que pelo menos um dos seus filhos poderia ter uma vida digna.

- chega, disse o Homem
Amanhã venho aqui e falo com você
Pós o paletó e saiu
Eu estava chorando, oque aquele Homem queria comigo?

A Dona da NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora