Capítulo 5

11 0 0
                                    

4 anos depois...


É, hoje faz exatamente 4 anos que eu não falo com o Felipe. Desde o dia do casamento cancelado eu não tenho contato direto com ele. Sempre procuro ele nas redes sociais porém acho que ele não tem já que não encontro-o. 

Bom, como, nessa data, sempre fico vendo nossas fotos antigas e tudo que me faz lembrar dele, minhas amigas resolveram me tirar de casa e me levar para uma balada. Nunca fui muito chegada a esse tipo de lugar mas não adiantaria eu falar não. 

São 22 horas quando meu telefone toca...

Início da ligação:

-Alô - digo já sabendo quem é do outro lado da ligação.

-Já estamos em frente a sua casa! Cadê você? - Gio falou me apressando, como sempre hahaha

-Estou saindo.- Disse pegando minha carteira e minha chave de casa. Tranquei tudo e saí.

Quando eu cheguei no carro as meninas já começaram a falar sobre essa nova balada que estávamos indo, que lá era um lugar super legal e com vários homens bonitos. Elas não conseguiam entender que eu não queria ficar com ninguém e muito menos namorar. 

Bom, resumindo, eu nunca namorei ninguém antes do "casamento" do Fê porque sempre esperei para namorá-lo e, depois do mesmo, eu fiquei com uma certa raiva dos homens então também nunca tive um namorado. Sim, eu tenho 26 anos e sou BV, ou seja, nunca beijei.

-Vamos, sonhadora... Chegamos - Aline tira-me dos meus devaneios. Ela mudou muito. Depois do seu namorado a trocar por sua irmã mais velha, ela sai para festas e baladas sempre. Essa menina está louca hahaha

O local estava com uma fila imensa então ficamos quase meia hora esperando. Eu já estava ficando irritada porém, quando eu fui falar com as meninas, chegou nossa vez então eu não tive como reclamar. Entramos no local e as meninas já foram pegar bebidas para elas porém, como eu não bebo, fui procurar uma mesa. 

Depois de uns 15 minutos as meninas voltaram falando que a fila do bar estava gigante e, já que eu odeio filas, eu agradeci imensamente por não beber. Quando elas, finalmente, terminaram,nós fomos para a pista dançar. Eu não bebia e não namorava mas amava dançar!!!!! Como minhas amigas sabiam disso, elas já estavam dispostas a ficar horas comigo na pista de dança. 

Depois de dançar muito, eu fui até o bar comprar uma água porque estava morrendo de sede. As meninas resolveram ficar dançando já que estavam acompanhadas. No caminho para o bar eu achei tê-lo visto mas só podia ser impressão minha. Não seria possível depois de exatamente 4 anos ele reaparecer na minha vida. 

Pego minha água, pago e vou sentar um pouco para descansar. Depois de um tempo eu acabo com o líquido da garrafa e vou para o banheiro. Faço tudo o que tenho que fazer e saio. Quando estou chegando ao final do corredor, sou parada por uma parede de músculos e com um perfume inconfundível. Mesmo depois de anos ele continua com o mesmo cheiro.

-Nossa, desculpe-me eu... - Ele parou a frase no meio quando olhou em meus olhos. Não sabíamos o que dizer mas não conseguíamos desviar o olhar.

-Oi... - Ele falou meio sem graça.

-Oi - Respondi sabendo que estava corando e dando graças à Deus por estar escuro.

-Quanto tempo que nós não nos vemos... - Ele falou me olhando profundamente.

-Sim. Exatamente 4 anos. Lembra-se? - Perguntei com medo da resposta.

-Como eu poderia me esquecer? Perdi a melhor parte da minha vida aquele dia. - Ele respondeu fazendo meu coração idiota disparar no meu peito. Eu não queria sentir nada, gostaria que meu coração não disparasse, mas ele era um idiota que gostava de sofrer por amor à um cara que deve estar casado!

-Bom, como anda sua vida? Se casou? - Perguntei não querendo transparecer o quanto estava curiosa.

-Não. Depois daquele dia eu percebi que não queria estar com nenhuma outra mulher.

-Como assim? - Perguntei porque realmente não estava entendendo nada.

-Nada demais... Esquece. - Respondeu vagamente,

-Você continua estranho - Ri meio envergonhada por ter sido tão sincera.

-E você continua linda! - Por que ele tinha que falar essas coisas? Seria muito mais fácil ele me tratar mal. Aí eu não sentiria sua falta e esqueceria completamente dele.

-Imagina... É a fraca iluminação!

-Não, é impossível alguém como você ficar feia. - Nesse momento um grupo de jovens bêbados passaram por nós indo em direção aos banheiros.

-Bom, foi muito bom te reencontrar mas agora eu tenho que ir encontrar a Gio e a Li... - Falei dando a desculpa mais esfarrapada da vida porque enquanto estava no banheiro a Gio me mandou uma mensagem falando que a Li já havia ido embora com um cara e que ela também estava indo. Como elas deixaram a chave do carro comigo, eu iria embora dirigindo.

-Tudo bem... Eu também já vou indo. Nós nos vemos por aí... - Esperava, de todo o meu coração, que aquilo realmente acontecesse e que nós nos víssemos e retomássemos a amizade porém eu sei que eu não aguentaria ter somente uma amizade.

-Sim... Passe um dia lá na loja, se quiser. Continua no mesmo lugar de antes. - Vi um sorriso crescer no seu rosto quando falei isso porém não quis me iludir.

-Claro! Com toda certeza do mundo eu irei!

-Tudo bem! Te esperarei. - Fui sair quando ele me puxou e me deu um abraço de urso.

-Sinto sua falta, pequena menina! - Ele disse sussurrando no meu ouvido e me surpreendendo por ainda se lembrar desse apelido.

-Sinto sua falta, urso. - Falei me lembrando do apelido que eu havia dado para ele quando o mesmo me deu um urso gigantesco no meio da minha aula no dia do meu aniversário de 15 anos.

Ficamos um tempo abraçados mas eu tive que me afastar porque, se não, eu faria besteira e acabaria com a nossa amizade. Me despedi dele com um beijo no rosto e fui para o carro. Chegando em casa eu tomei banho e dormi pensando no meu urso e quanto ele havia treinado para ficar tão forte como estava. 

Uma coisa era fato... Eu continuava apaixonada pelo meu urso.

Quase adeusOnde histórias criam vida. Descubra agora