Capítulo 2 - O Fim da festa.

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Senti uma leve pontada na minha cabeça ao abrir os olhos e tentar levantar, porém alguém que estava no quarto tocou meus ombros e me ajudou a recostar na cama. Subi o olhar daquela calça jeans justa até um sorriso perfeito e olhos negros, os mesmos que me encaravam antes, na escada.

Ah, era ele...

- Então senhorita - Ele se sentou na beirada da cama com um sorriso debochado, me entregando um copo de água. - Como se sente?

O barulho todo do lado de fora ainda estava presente, então eu não estava desacordada por muito tempo. UFA...

Será que Lou ainda estava aqui? Será que veio procurar por mim? Droga!

- Que horas são? - Perguntei, colocando o copo na mesinha ao lado e me levantando depressa.

Peguei meus sapatos no chão e procurei minha bolsa.

- Calma, se está apressada para ver aquela sua amiga ruivinha - Eu me virei. - Ela procurou por você e eu disse que você passou um pouco dos limítes, mas que estava bem.

- Eu não passei dos limites! Só... - Coloquei a mão na cintura - Afinal, quem é você?

Encarei-o, tentando lembrar de onde nos conhecíamos, mas não conseguia. Seus cabelos eram tão negros quanto seus olhos e ele tinha um físico esportivo, além de ser um pouco mais alto do que eu. Não lembro-me de ter esbarrado com ele - além de hoje -  por aí. 

E, cá entre nós, ele era perfeitamente lindo. Ainda mais quando sorria daquele jeito malícioso, porém meio sem graça.

- É normal esquecer de alguém que, praticamente tirou sua virgindade aos quatorze anos? - Ele perguntou.

Acho que, se possível, minha boca encostaria no chão de tão chocada que fiquei no momento.

Ai, meu deus! Enzo Conner, o idiota que eu namorei alguns anos atrás.

- Não se preocupe, ninguém ouviu isso - Ele riu.

Eu sabia que Enzo estaria aqui e, sim, foi um dos motivos que me trouxeram também. Fazia anos que não nos víamos e estava ansiosa, mas não era esse Enzo, lindo e... mil vezes lindo que eu esperava.

Quando tínhamos algo, há alguns anos, ele era completamente diferente. Do tipo que usava casacos mesmo no calor, tinha franja de menina e passava lápis de olho para ficar parecendo um ''gótico''. Sinceramente, a única coisa que parecia é que ele tinha problemas mentais, mas tudo bem...

- Você está bem diferente - Disse, tentando me segurar para não falar besteira.

- E você também, digo, mais interessante do que na época que usava aqueles arcos e fazia penteados chamativos.

Revirei os olhos e sorri, lembrando do rabo de cavalo de dois lados que minha mãe fazia no meu cabelo. Estava um pouco envergonhada por estar na frente dele, não igual aquelas garotinhas apaixonadas, e sim porque me vinha à cabeça lembranças que eu não queria que viessem, pois me faziam mal. 

- Então, como andam as coisas por aqui? Com você? - Ele perguntou, mordendo o lábio inferior.

- Melhor impossível. 

Ele se levantou e caminhou vagarosamente até mim, com o mesmo sorriso malícioso de antes. Seus olhos penetrantes nos meus, sem vacilarem em momento algum. Não fazia idéia do que ele estava fazendo, apenas senti a parede atrás de mim e percebi o quão perto ele estava.

- O que está fazendo? - Sussurrei, dando uma risada meio nervosa.

- Qual é, Hayes - Ele abaixou o rosto e seus lábios tocaram meu pescoço. Senti um calor incontrolável fluir dentro de mim, então ele parou, me olhou nos olhos e apoiou uma das mãos na parede, enquanto a outra passava pelos meus cabelos suavemente - Você sabe que sentiu minha falta. E, eu senti a sua também.

Arqueei a sobrancelha, encarando-o.

- Então você acha que pode brotar assim, do nada... E me convencer de que sentiu minha falta e quer ir pra cama comigo? - Dei uma risada histérica, fazendo-o recuar e apontei o dedo para ele - Você é engraçado, Enzo Conner. Muito engraçado.

Tirei-o da minha frente e me dirigi até a porta, onde tinha certeza de que Melissa estava atrás, escutando tudo. Abri caminho para que ele pudesse vê-la e disse, antes de sair:

- Pode ficar com seu brinquedinho, Melissa. Acho que não preciso mais dele.

Desci as escadas descalça, abrindo caminho no meio de toda aquela gente e procurei por Lou em toda a sala. Ela estava no bar, conversando com o mesmo garoto que havia levado-a para dançar. Os dois pareciam sorridentes e interessados, até eu chegar.

- Desculpa interromper o flerte dos pombinhos - Sorri para o garoto - Mas temos que ir, Lou.

- O quê? Mas a festa está uma delicia, Kriss! - Ela parecia alterada, não podia tirá-la de lá nesse estado. Como iria dirigir desse jeito?

- Merda, Lou! Você não pode dirigir desse jeito.

- Não se preocupe, eu a levo pra casa em segurança. - O garoto disse, sorrindo para mim.

- Olha só, está vendo? Ele é tão incrível! - Lou apertou as bochechas dele.

- Mas e eu? - Perguntei para mim mesmo, porque os dois haviam começado a conversar e me deixaram ali, falando sozinha. 

Franzi para ela, esperando que não virasse piada nos próximos dias por estar nesse estado. Depois saí, peguei meu celular e chamei um táxi do lado de fora. Eram cinco e vinte da manhã e logo amanheceria, precisava chegar em casa antes do meu pai, ou estava ferrada. Fiquei uns vinte minutos esperando e então pedi para que o motorista fosse o mais rápido possível.

Abri a porta com cuidado, para não acordar ninguém e entrei, fechando-a logo. Segurava meus sapatos e estava com o cabelo preso num coque, provavelmente minha maquiagem estava um horror por conta do chuvisco que peguei no caminho do carro até a porta, mas não importa, ninguém estava acordado ainda.

Preparei um sanduíche saudável na cozinha e bebi um suco de laranja, antes de ir para o quarto, mas quando estava subindo as escadas escutei uma risada vindo de trás. Me virei e encontrei Teresa, entrando pelos fundos.

- O que fazia aí fora? Ainda são...

- Não é da sua conta - Ela me interrompeu, indo para o sofá - E ah, melhor você subir antes que Norman a pegue assim. Você está péssima.

Semicerrei os olhos e pensei seriamente em tacar um dos sapatos na cabeça dela, mas desisti.

''Vadia fofoqueira!'' gritei internamente. 

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⏰ Última atualização: Apr 29, 2016 ⏰

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