Prólogo

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Fortaleza

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Fortaleza

Ana

Aquela era a minha música preferida. Quando ouvi os primeiros acordes de Firework da Katy Perry, comecei a cantar com ela.

— Esteja atenta ao trânsito, Ana — o meu pai ralhou comigo. — Pare de cantar e não se distraia com nada.

Depois daquela reprimenda, ele prontamente desligou o som do carro. Quase sem acreditar, torci a boca com irritação e olhei para ele.

— Pai, deixa pelo menos a música tocar. Me acalma!

Ele meneou a cabeça em uma negativa, a determinação estampada no rosto.

— Vai é distrair você, isso sim. — Manteve-se firme. — Olhe para a frente e não para mim. Já vamos entrar na próxima à direita.

Fiz imediatamente o que ele disse, olhando para o semáforo e parando o carro antes da faixa de pedestres. Meu pai indicou com a mão o caminho que eu deveria seguir e girei a direção para a direita quando o sinal abriu, seguindo pela rua que levava ao bairro da Aldeota.

— Por que tanto estresse, pai? Se eu já tenho a carteira de motorista é porque sei dirigir. — Tentei fazê-lo entender que estava exagerando com tantos cuidados.

Ele me olhou com a expressão séria de sempre, mas eu sabia que todo aquele cuidado era excesso de amor por mim.

— Você conseguiu tirar a carteira apenas agora, aos dezenove anos. Mesmo assim, só a tem há poucos meses, mas já está se achando muito experiente no trânsito.

Tamborilei os dedos no volante, começando realmente a ficar nervosa, quando antes estava até calma. Eu não gostava de me lembrar das minhas limitações, mas todas as vezes que conseguia esquecer que as tinha, algo ou alguém esfregava tudo de volta na minha cara.

"Ana, Ana, cara de banana!"

— Talvez eu seja mesmo uma banana! — Ruminei comigo mesma, mas o meu pai ouviu e se irritou.

— Você não é uma banana e quem disser isso vai se ver comigo! — ameaçou com raiva.

Escondi um sorriso, pois sabia que ele era capaz de assustar seriamente qualquer pessoa que falasse mal de mim.

— Ei, tem alguém aí? — Olhei para os lados, fingindo procurar as pessoas ao redor do carro. — Não fujam, voltem! Ele não vai bater em vocês.

O meu pai estourou em uma gargalhada divertida, dando um puxão suave no meu cabelo.

— É para fugirem mesmo, porque não vou deixar ninguém falar mal da minha Aninha. — Apontou para a próxima rua onde eu deveria entrar. — Agora preste atenção ao trânsito ou não deixarei que dirija sozinha.

Virei o carro para a rua que ele indicou e segui em frente. Apesar de ainda ser oito horas da noite e a rua estar iluminada, não havia muito movimento por ali. Morávamos em um bairro nobre e a nossa vizinhança era relativamente calma, principalmente naquele horário, quando todos já tinham chegado do trabalho e estavam jantando.

AO TEU ENCONTRO - Trilogia Daniel & Ana - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora