Já se passaram quinze anos desde que tudo isso aconteceu.
Kim Minseok foi preso com sucesso, e as maiores provas contra ele foram as gravações da câmera de gravação da escola no dia do baile, logo antes dele as quebrar.
Sua intenção não era ser preso, então ele nem tinha a intenção de apagar aqueles dados.
Dois dias depois de tudo aquilo, Jongin foi liberado do hospital, e, apesar do tiro, nada foi tão afetado em seu organismo. O tiro havia pego no seu braço de certeiro.
Um mês depois, ele e Kyungsoo assumiram o namoro. Confesso que me aliviei bastante por Kyungsoo ter achado alguém.
Eu acordei depois de quatro dias, lembro que Chanyeol estava do meu lado, e sorriu, chorando de felicidade quando eu abri meus olhos. Eu tinha dormido por um bom tempo e tudo aquele pesadelo havia terminado para todos nós.
Nosso relacionamento foi bem melhor de lá pra cá.
Não paramos de brigar nenhum momento, sempre fomos os mesmos. Mas nunca mais sentimos ódio. Nossas brigas geralmente eram por ciúmes, ou para melhorias no relacionamento.
Nunca nos casamos. Mas isso não impediu com que nós morássemos juntos.
Com o dinheiro da herança da nossa vó, consertamos a casa, que desde o incêndio estava deformada, e passamos a morar lá.
A senhora que cuidava de mim quando eu era menor morreu há três anos.
O pai de Chanyeol, incrivelmente, nunca falou nada sobre meu relacionamento com ele. Talvez por todos os seus filhos serem gays, e por, depois de tudo que aconteceu, perceber como seus filhos agiam., e como não valeria a pena discutir isso com eles.
Jiyoon foi sepultada um dia depois do incêndio. Visitamos algumas vezes sua lápide após tudo. Não me lembro muito bem do que havia descrito em seu epitáfio, mas era algo como: "Confiei nos amigos até a morte...". Infelizmente uma mentira. Seu melhor amigo era Minseok, por tudo que eles haviam passado, e tudo que ele tinha feito e ela perdoado.
Mas apesar de todas essas coisas, tudo está aparentemente bem e calmo.
Minha maior preocupação nos últimos dias tem sido ajudar Chanyeol a limpar a casa que moramos, por ela ser bem grande. Ele virou um bom advogado, talvez por querer sempre defender a verdade, pois nunca ter a tido do seu lado.
E eu? Bom, eu virei jornalista depois de tudo o que aconteceu, tanto que as pessoas tem o costume estranho de frequentemente me visitar aqui em casa, para falarem notícias novas.
Sim, fundei meu próprio jornal, no final das contas. Tornou-se tão famoso que, literalmente, a notícia vem na minha porta.
A escola foi reformada com o dinheiro do seguro, e Jongin inclusive ajudou com que o sistema de vigilância ficasse mais protegido, já que o mesmo com facilidade conseguia hackeá-lo.
Kyungsoo venceu a depressão depois de alguns meses de namoro, e hoje está bem melhor. Sinto-me muito bem por isso. Continuamos nos falando até hoje, apesar de ele viajar frequentemente para o exterior, junto á Jongin.
Nós todos passamos a viver normalmente. Ás vezes parece que tudo o que passamos não passava de uma lembrança ruim de algum pesadelo.
Não acho que minha vida tenha tido um melhor caminho para ser seguido.
♣
Hoje o Minseok saiu da cadeia.
Ligaram pra mim de manhã para falarem isso. Confesso que fiquei um pouco assustado, mas não tanto...
Tantos anos na cadeia no mínimo devem ter mudado ele.
Chanyeol teve de ficar no escritório hoje para assinar alguns papéis, me deixando sozinho em casa a noite.
Estou com um pouco de medo, admito.
Deito na minha cama, e me cubro até o pescoço, tentando espantar os pensamentos ruins da minha cabeça, apesar deles teimarem em aparecer.
Um barulho. Um ruído vindo da cozinha.
Levanto-me, assustado, e começo a descer as escadas com cuidado, chegando à cozinha vazia.
No final, era só um pensamento estranho.
Não tinha nenhum fundamento. Quinze anos depois de tudo é quase uma época impossível para uma pessoa guardar um sentimento de vingança.
Ou foi o que pensei até que sinto a lâmina afiada descendo pelo meu ombro.
"Olá... Coelhinho." A risada dele é torturante.
Eu caio, deixando meus sentidos se perderem ao chão. Minha mente e minha sanidade desabam, e eu vejo Minseok se ajoelhando á minha frente.
Seus olhos fumegam puro ódio.
"Não... Me mate..." imploro, vendo a lâmina em sua mão reluzir a luz da lua que entrava pela janela.
"Fique calmo, Baekhyun... Eu não vou te matar..." ele sorri friamente. "Só quero que você espalhe um recadinho pros seus amigos...".
Ele demora a revelar o que quer, mas quando fala sua voz é cortante ao silêncio.
"Avise aos meus irmãozinhos, e seus amiguinhos... Que o nosso jogo ainda não acabou...".
E como, mas como eu queria, que eu estivesse tendo um pesadelo agora...
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Seja A Luz《Chanbaek》
Fanfiction"Pequenos acontecimentos podem trazer grandes consequências" Nunca havia pensado nessa frase como um conselho vago, até tudo começar a acontecer de uma vez, e minha vida se despedaçar de uma hora para a outra. E isso tudo havia começado com Kyungsoo...